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capítulo 3 • vai dar tudo certo

Não, não vai dar certo.
Pensei em citar poesias, mas eu sou péssimo nisso, iria travar e falar coisas que nem existem. Não vai dar certo, nunca ia dar.
—TIVE UMA IDEIA – fala Macau afobado — Querido irmão, você vai cantar, cantando você não engole palavras, não se confunde com as letras e melhor, sua voz é ótima, você é um bom cantor de bar. Kinn acaba concordando e assim, fechando um plano.

check-list do plano
[  ] conseguir uma música que fale que defina o que estou sentindo.
[  ] levar Pete para um barzinho pra que possa finalmente falar meus sentimentos a ele.
[  ] Sair namorando o Pete.

A música, mano, eu já escutei pagode, já escutei forró, já escutei até brega-funk mas nada me tocou, nada resume o meu amor por ele. Macau disse que eu tinha que escutar Marília Mendonça, talvez tivesse uma que resumisse minha paixão por Pete, mas, a maioria das músicas dessa mulher é tudo de corno, comecei a escutar e comecei a lembrar dos meus casos de adolescência e aff, não quero lembrar disso. Porém, tem uma que me resume bem, resume muito bem o que estou passando agora.

Ela se chama Eu te amo demais, não sei se é uma reeleitura de algum cantor mas, caramba parece que a mulher me conhece pessoalmente, a música me lê completamente. 

[X] conseguir uma música que fale que defina o que estou sentindo 

O bar não é problema. Tem um barzinho que é da minha querida amiga Yok e fica pertinho do escritório, obviamente o Pete passa por lá para ir pra casa mas, eu preciso que ele entre e fique até eu me sentir seguro de cantar pra ele. Meu Deus. Ele vai tá me olhando. Ele vai tá lá.

Voltando para a terra, lembro que tenho que falar com Kinn sobre os artigos que saíram sobre a empresa e seus feitos trazendo a diversidade pra dentro da empresa. Me arrumo e vou a empresa, chegando lá meu pequeno está com seu abitual look profissional mas sua carinha, está acontecendo algo com meu pequeno.
Resolvo ir até ele — Pete? - cadê meus olhinhos brilhantes? O olhar dele está tão afastado, tão distante... — Pete, amor? O que aconteceu? – Pete me olha com surpresa, percebo que fiz mas tento não mostrar. — Khum Vegas, eu... eu estou só pensando... Khum Vegas, como pode, o Khum Kinn e o Porsche... Juntos? – ficou pensando – Será que o Pete gostava de Kinn? Caramba, não não pode ser — Pete, você gosta de Kinn? – Pete me olha assustado — OBVIO QUE NÃO, ECA! Quer dizer, ele não é feio mas é namorado do meu melhor amigo agora e mesmo antes, eu nunca gostei dele. – suspiro aliviado, nossa tirei uns cinco pesos das minhas costas. — Ah, que bom! – Hmhum – um pigarro, era Kinn — As notícias correm rápido por aqui, certo? – fala Porsche, o mais novo comprometido. — Hoje, mais tarde, quero ver todo mundo no bar da Yok, vamos comemorar. Pete, por favor, quero meu melhor amigo lá viu? – OBRIGADO, PORSCHE! Agora eu vou ter que cantar hoje! Hoje, senhor.

[X] levar Pete para um barzinho pra que possa finalmente falar meus sentimentos a ele.

Agora é cantar.