Respiro

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Maraisa

Me sentia insegura, em conflito, temia pelo meu bebê mas tentava seguir a minha vida. Por pouco não o perdi e não me perdi, ainda tenho alguns machucados mas o pior de todos são os machucados da alma.

O medo, desespero, impotência de tudo o que me aconteceu me quebrou por dentro. Me sinto frágil e exposta, a mídia não pegou leve nos rumores de agressão já que meu ex havia sido preso e a minha escolha de não dar nenhuma entrevista foi uma manchete perfeita para todos os canais de tv e notícias de sites de fofoca. Minha irmã tentava esconder de mim tudo o que a mídia postava, ela tentava me esquivar da dor de ficar relembrando que o homem que um dia eu tanto confiei me agrediu de forma brutal.

Resolvemos voltar a ficar em nossa mansão de São Paulão que se localizava perto de tudo o que precisávamos, queria dar um tempo de Goiânia. Essa selva de pedras era um bom refúgio, atrás da nossa casa tinha uma imensidão de campo verde, me lembrava a nossa fazenda.

Sempre que eu ficava muito triste eu me sentava na grama, respirava fundo e lembrava que eu estava bem, respirando e livre. Minha barriga estava crescendo aos poucos mas eu poderia sentir meu bebê dentro de mim, imaginar esse serzinho dentro de mim me fazia persistir mesmo quando a minha mente por diversas vezes queria me sabotar e dar um fim em tudo.

Maiara ficava comigo deitada na grama olhando o céu do final de tarde até o surgir das estrelas, as vezes era puro silêncio e outras eram planos para o nosso bebê.

Isso era bom, ela me deixava segura, era o meu lar, a minha casa.

Depois do ocorrido demorou um pouco para eu deixar que ela me tocasse novamente, me sentia traumatizada a qualquer toque que fosse íntimo e ela entendia isso e me acolhia em seus braços.

Flashback on

- Maiara.. acho melhor pararmos - seus beijos quentes me entorpeciam, sua mão na minha nuca, sua língua explorava minha boca, nossas respirações quentes me deixavam ofegante.

Sua mão subiu por debaixo do meu vestido e tocou minha calcinha que estava molhada, ela começou a me masturbar, me beijava com vontade mas eu não conseguia me concentrar nela, minha mente me remetia a ele, aquele dia e sem querer eu a empurrei contra mim fazendo Maiara esbarrar na parede atrás dela. Eu estava encostada na bancada do banheiro, ao perceber o meu ato me retrai com vergonha, meus olhos se encheram de lágrimas, fiquei sem reação.

- Desculpa - falei em um tom baixo.

- Tudo bem.. você está bem? - ela respondeu preocupada.

Não era isso que eu queria fazer, sair do banheiro apressada, Maiara tentou segurar meu braço mas me esquivei e sair do local.

Me sentei na cama cobrindo meu rosto envergonhada da minha atitude.

Ela veio atrás de mim.

Está tudo bem meu amor - percebi Maiara sentando ao meu lado, suas mãos tão delicadas me faziam um carinho na perna.

- Eu não consigo ainda, me desculpa - minha voz era embargada pelo choro.

Eu sei, vai ser tudo no seu tempo ok?! Deita aqui comigo, te fazer um carinho - eu amava o jeito que ela me compreendia e respeitava, ficamos deitadas de conchinha por horas até pegarmos no sono.

Flashback off

Ter que explicar toda a situação de Wendell para a minha família foi complicado, tive que ocultar o motivo principal da mudança dele, se com esse ocorrido meus pais já reagiram com raiva o que é normal, imagina se em algum momento o motivo central viesse a tona? Certeza que teriam a mesma reação de nojo que ele teve.

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