07 . cartas na mesa.

560 74 33
                                    

— Claro, por favor.

— Tudo bem, pode vir Beomgyu! — Ela apontou a cabeça para fora da porta e pude ver a sombra se aproximar.

Beomgyu não vestia o uniforme, estava com uma blusa branca de listas pretas e uma calça jeans claro, junto com seu all-star branco. Ele estava lindo, estava sempre muito lindo, mas hoje ele estava insuperável.

— Posso deixar vocês aqui sozinho? Preciso ir no mercado. — Nós assentimos para a vovó que abriu ainda mais seu sorriso. — Que ótimo, você chegou em uma boa hora rapaz. Não posso deixar ele sozinho.

Eles soltaram uma risada e eu resmunguei em um tom de brincadeira. Ela se despediu e então ouvimos a porta do apartamento se fechar. Enfim, sozinhos.

Beomgyu caminhou pelo meu quarto, observando cada detalhe com aqueles olhinhos brilhantes que me encantavam. Ele parou perto da minha estante e deu uma olhada nos livros, foi na janela que estava meio aberta e a brisa leve da manhã levantou alguns fios de seus cabelos.

Depois ele veio na direção da minha cama, se sentou na beirada bem perto de mim e me deu um sorriso. Como eu senti falta desse menino mesmo passando dois dias desde a última vez que nos vimos. Ele pegou na minha mão e levou até próximo do seu peitoral, acariciou com o dedão e logo levou aos lábios para beijar.

— Winter me disse que ficou resfriado. — O seu tom de voz era suave e despreocupado. Estava sorrindo à toa.

— Você não deveria estar na escola, mocinho?

— Sim, confesso que eu deveria. — Ele riu e pousou minha mão em seu colo. — Mas eu fiquei com vontade de te ver e aproveitei que mais tarde tenho alguns exames para fazer. Nada grave, apenas os de rotina. — Ele acrescentou quando minha expressão de preocupação começou a aparecer.

— Você veio sozinho?

— Não, minha mãe me trouxe. Agora ela deve estar pagando as contas e depois vai me buscar aqui para a consulta. — Ele levou os dedos até meus cabelos e acariciou ali, um cafuné delicioso que poderia durar para sempre. — Você está melhor?

— Sim. Ainda dolorido, mas estou bem melhor. — Sorri amarelo, odiava resfriados e gripes mas sempre tentava me manter forte. — Bem melhor porque você está aqui comigo.

Observei o sorriso dele diminuir e suas bochechas ficarem bastante vermelhas. Ele ficava com vergonha com tanta facilidade que eu adorava elogia-lo apenas para ver isso. Era uma graça.

— O que foi? — Perguntei entre risada, tentando virar seu rosto para mim novamente.

— Para! Eu tenho vergonha! — Ele voltou a sorrir, e assim que consegui virar seu rosto para encarar o meu, Beomgyu deu uma risada que parecia a melodia dos céus. Acho que se eu morrer, isso deve ser o que deve tocar lá em cima. — Yeonjunnie.

— Hum?

— Você lembra de algo que falamos na festa?

— Você não lembra?

— Da nossa conversa, algumas coisas. — Ficamos em um breve silêncio. — Lembro que você confessou que queria me beijar.

— E eu ainda quero.

— Você quer? — Ele deu um sorrisinho e se aproximou do meu rosto.

— Muito. — Eu também cheguei mais perto mas ele foi se afastando aos poucos. — Qual foi?

— Você está resfriado, não quero pegar!

— Acha que só um selinho é suficiente para você ficar gripado? — A resposta dele foi apenas dar de ombros e fazer um biquinho fofo.

Winter's brother (Yeongyu)Onde histórias criam vida. Descubra agora