Era segunda-feira, dia em que Ivan iria voltar a abrir o restaurante da família. Romanoff's restaurant é um dos mais famosos restaurantes de Westview, e devido à morte de seu filho Nathan, o restaurante fechou por um período de sete meses.
A família Romanoff não estava totalmente recuperada, mas Melina falava que todos precisavam seguir em frente.
Ela iria voltar ao escritório de advocacia, e Ivan iria abrir o restaurante novamente. Eles estavam precisando disso, queriam pensar em outras coisas a não ser a morte de seu filho e a profunda depressão da Natasha.
- Bom dia! - Melina falou abrindo a porta do quarto da Natasha, que abriu os olhos e continuou deitada. A garota não tinha expressão alguma. Nunca. - Hoje seu pai vai abrir as portas do restaurante de novo. - Apesar de sua filha não falar, Melina conversava com ela do mesmo jeito, sabia que ela a ouvia, e tinha esperança que Natasha a respondesse.
Melina abriu as cortinas e a garota colocou as mãos nos olhos, em seu pensamento, só queria mandar a mãe dela sair logo dali. Ela queria ficar deitada e não queria sair nunca daquele quarto.
- Você vai junto! - Natasha a olhou. -Precisa sair de casa, você sabe que não está bem. Ao menos fique ao lado do caixa. - Suspirou e sentou na ponta da cama. - Lembra quando você trabalhava de garçonete? - Sorriu de lado.
Natasha lembrou e automaticamente seu irmão veio em mente. Eles eram próximos demais, e tinham a mesma aparência, o mesmo jeito. Mesmo tudo. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas e não aguentou. Era sempre assim. Qualquer palavra já fazia ela lembrar de seu irmão.
- Não chora, filha. - Melina foi até Natasha, que chorava e parecia que não tinha fim. Na tentativa de um abraço da mãe, a ruiva levantou correndo da cama e se trancou no banheiro. Respirou fundo e passou água no rosto.
- Eu sou detestável. - Pensou - Eu deveria ter ido no seu lugar, Nath.
Natasha se culpava todos os dias pela morte de Nathan. Pensava que a culpa era dela por ter dirigido e desviado do cachorro na curva. Ela ficou com o braço e a perna quebrada, levou alguns pontos na barriga e na nuca. Se recuperou umas semanas depois. Mas Nathan estava sem cinto e foi jogado pra longe na tentativa de frear o carro.
- Sai do banheiro. - Melina falava quase desesperada, batendo um pouco na porta. Natasha suspirou e passou água no rosto, abriu a porta e sua mãe respirou aliviada.
- Tome um banho e coloque uma roupa, tá bom? Quero você lá embaixo quanto antes. - A ruiva ouviu e fechou a porta do banheiro de novo, se despiu e entrou pro chuveiro.
Ela não queria ir pra inauguração do restaurante, não estava pronta pra ver pessoas e sair de casa. Tudo que ela queria era ver seu irmão de novo.
Quando colocou a roupa, respirou fundo e girou a maçaneta. Natasha não queria sair daquele quarto, mas sabia que era preciso.
- Você está tão bonita. - Ivan falou pra sua filha, na esperança de ver um sorriso dela assim que a ruiva desceu lentamente a escada. Como antigamente. Ela ouviu e sentou no sofá, sentia o cheiro da comida, mas não estava afim de ir à cozinha.
- Vai à inauguração? - Ele perguntou e Natasha seguiu olhando a tv desligada. - Vou levar isso como um sim.
Ivan desistiu de tentar falar com ela, aos poucos se irritava e então decidiu ir até a cozinha. Ele não conseguia acostumar com o fato dela não falar nada.
Depois que os Romanoff almoçaram, Natasha deitou no sofá e apagou até chegar a noite. Enquanto ela dormia, seus pais conversavam na cozinha sobre o que fazer com ela.
- Devemos internar. - Melina falava com receio. Não queria aquilo.
- Você acha? - Ivan falou após pensar sobre.
- Eu não quero isso, mas parece que é a única alternativa. Já se passaram sete meses, psicólogo não adiantou. Eu quero a minha filha de volta. - Seus olhos estava cheio de lágrimas, queria tudo menos aquilo pra sua filha. - Ela não fala, não quer comer. Você viu hoje? Não tocou na lasanha, e ela amava lasanha.
- Todos sentimos falta do Nathan, mas acho que a Natasha nunca vai superar. - Ivan falou e respirou fundo pra segurar o choro. - Mas quem sabe não internamos, deixamos mais alguns meses pra ver se ao menos ela dá um sorriso.
- Eu acho que não tão cedo isso vai acontecer...
- Precisamos considerar que antes ela não saia da cama, agora sai do quarto, quase sendo puxada a força. Mas sai.
Depois da conversa, eles se abraçaram apertado. Melina não segurou o choro, sentia saudade da velha Natasha doce e sorridente ao lado do irmão que adorava provocar ela. Ivan tentava ser forte, mas ao ver esposa chorar, não aguentava.
Após saírem da cozinha, olharam Natasha no sofá e Melina sorriu de lado ao ver o rosto angelical de sua filha. Ivan precisava resolver os assunto do salão, em menos de duas horas ia inaugurar e ele precisava saber se estava tudo em seu devido lugar.
- Você quer ir comigo? Natasha não vai acordar tão cedo. - Perguntou pegando as chaves do carro. Melina apenas assentiu e eles foram até o restaurante. Natasha acordou com uma forte batida na porta de casa, mas ignorou seguiu deitada. Colocou a mão no rosto e suspirou. Ela queria levantar, mas seu corpo não deixava.
- Tem alguém em casa? - Ouviu e respirou fundo antes de revirar os olhos e levantar com toda a calma do mundo. Calçou o tênis de qualquer jeito. Abriu a porta e havia uma menina de cabelo morenos, com um sorriso amigável. Em suas mãos, estava uma enorme cesta de café da manhã.
- Oi! Tudo bem? Eu me chamo Wanda. -Falou sorridente.
Natasha continuava com sua expressão séria, isso deixou Wanda desconfortável.
- Han... Eu moro aqui do lado agora. - Apontou pra casa amarela, mas a ruiva não se deu o trabalho de olhar. Só queria fechar a porta na cara da garota. - E meus pais pediram pra trazer essa cesta. Nos mudamos pra esse bairro e eles querem um relacionamento amigável com a vizinhança.
Natasha ignorou a cesta e fechou a porta, deixando Wanda extremamente confusa e irritada do outro lado.
Wanda respirou fundo e tentou deixar pra lá a falta de educação da nova vizinha, segurou firme na cesta e foi em direção à sua casa.
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Trust me
FanfictionNatasha Romanoff entra tem depressão profunda após perder seu irmão gêmeo em um acidente de carro. Não fala, não sai de casa, não quer comer e não, quer viver há sete meses. Os pais da garota não sabem mais o que fazer. Depois de tantos psicólogos e...