[ᥴ᥆ᥒᥴᥣᥙίdᥲ] . Aos olhos de Hayun, Jake era apenas um adolescente rebelde que precisava de um bom corretivo para tomar rumo em sua vida. Mas, aos olhos de Heeseung, padrasto de Jake, o castigo que o garoto precisava para criar bons modos era o que...
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ERA MAIS UM DIA em que Hayun preparava um almoço em família para que seu noivo conseguisse ter uma boa convivência como filho rebelde.
Hayun já não suportava mais ter que viver com o garoto e só o mantinha ainda dentro de casa pois era sua obrigação como progenitora.
O garoto de fios bagunçados e tingidos com algumas mexas na cor rosa escutava naquele momento uma música de sua banda favorita de rock. Sabia que sua mãe estava na cozinha e fazia de tudo para irritar a mulher, até mesmo provocar o noivo dela toda vez que o homem ia jantar ou almoçar em casa.
Jake cantarolava e dançava do meio do quarto, enquanto mantinha um pirulito sabor cereja na boca e fazia deste um microfone quando sua parte favorita de Sympathy for the devil tocava.
Ao som daquela música, Jake terminava de se arrumar, sempre com suas roupas pretas e extravagantes.
Assessórios como gargantilhas e braceletes de Spikes não poderiam faltar. Como havia dito, fazer sua mãe surtar era sua maior diversão naquele inferno e não gostava de fingir ser um garoto trabalhador e bonzinho como ela queria.
Odiava falsidades, bastava a sua mãe destilando veneno e fingindo ser o que não era.
Ao fim da música, Jake já estava pronto e para dar um toque final no visual ousado e fora dos padrões, passou um Gloss com o mesmo sabor do pirulito que antes chupava.
Descartou o palitinho do pirulito, saindo do quarto mas, antes depositou um beijo singelo nos lábios de seu cantor favorito, este, estampado no pôster enorme na porta de seu quarto, fechando-a em seguida.
Ao descer os primeiros degraus da escada, poderia ouvir alguns murmúrios vindo da sala e já sabia quem era.
Ao descer os últimos, encontrou sua mãe e Heeseung vindo em sua direção.
A mulher não conseguiu disfarçar seu descontentamento com as vestes do filho. Já Heeseung, pareceu surpreso e intrigado pelo visual.
Heeseung havia gostado.
Não era a primeira vez que reparava em Jake. Há tempos que vinha frequentando a casa da mulher e ele parecia o provocar de alguma forma com gestos e olhares.
Ou poderia ser apenas algo da sua cabeça.
─ Meu filho, poderia ter vestido algo melhor, né? ─ A mulher fingiu ser doce na frente do homem, lançando um olhar mortal para Jake.
─ Eu gostei, você parece ter gostado também, Heeseung. ─ O garoto provocou, vendo a mulher olhar sem jeito para o mais alto.
─ Eu? Bom... Eu achei maneiro. ─ Riu sem graça, passando as mãos úmidas disfarçadamente na calça preta que usava.
Não queria admitir mas ficava nervoso na frente do filho da mulher, não sabia qual seria o próximo passo do garoto. Parecia tudo tão calculado que tinha medo de acabar caindo em alguma armadilha.
─ Tolice, Heeseung está sendo gentil, meu noivo é muito bom, assim como eu. ─ A Shim mais velha falou, alisando o peitoral do moreno que pareceu desconfortável com a situação mas disfarçou com um sorriso.
─ Que seja, eu sou lindo. ─ Declamou, saindo da sala e caminhando para o local onde iriam comer, deixando os dois adultos para trás.
Heeseung e Hayun foram logo em seguida.
( . . . )
O almoço seguiu calmo até certo ponto onde a mulher começou a contar sobre algo que havia acontecido em seu trabalho, deixando não só Jake entediado como o próprio noivo.
Era sempre a mesma coisa. No final ela se vangloriava de ser uma das melhores cozinheiras.
Mas o filho sabia que não era.
Um suspiro fundo e audível escapou dos lábios do rebelde, tentando manter a calma para não estragar com tudo.
Jake só não era alguém de ficar parado sem fazer nada. Aproveitou que o casal estava em sua frente e como alguém que não quer nada, subiu o pé sobre o perna de Heeseung, que se assustou, quase se engasgando com um bolinho de arroz.
─ O que foi meu amor? ─ A mulher perguntou preocupada e Heeseung logo desconversou.
─ Nada querida, apenas me engasguei com o bolinho, acidentes acontecem. ─ Engoliu a seco e aquilo pareceu deixar a mulher mais tranquila, pois ela voltou a falar.
Heeseung estava de olhos arregalados mas tentava focar na conversa por mais que sua mente estivesse no pézinho debaixo da mesa que subia.perigosamente por suas pernas, deixando-o arrepiado.
Olhou de soslaio para Jake, que parecia comer tranquilamente que nem parecia estar provocando o homem na cadeira da frente.
O rosado terminou de comer e passou a tomar o suco, acariciando a perna de Heeseung por cima da calça social que o homem vestia, deixando o Lee mais velho desnorteado.
Maldito pirralho; pensou o outro.
─ Vou pegar a sobremesa, docinho. ─ Hayun anunciou, fazendo Jake querer vomitar por ter que ouvir sua mãe falando daquela forma.
Antes de ir à cozinha, a mulher depositou um selinho nos lábios do noivo, deixando Heeseung sem jeito na frente do filho dela.
Sozinhos, o mais velho tomou coragem para virar o rosto em direção a Jake, que o recebeu com um sorriso traquina.
─ O que pensa que está fazendo? ─ Sussurrou, temendo que a mulher voltasse e ouvisse algo.
─ É só um carinho, Hyung. ─ Sorriu descarado, subindo o pé até o meio das pernas do homem que sobressaltou assustado mas não saiu do lugar e nem protestou. ─ Um carinho gostoso, você parece tão tenso.
─ Voltei, querido. ─ Hayun apareceu de repente, assustando Heeseung que estava em choque, tentando raciocinar tudo que estava acontecendo.
A mulher pouco percebeu o susto do futuro marido, estava tão concentrada em o agradar que não via o que estava acontecendo.
Jake seguiu pleno, vendo que a mulher havia feito a sobremesa que ele odiava.
Bufou, tirando o pé do meio das pernas de Heeseung que respirou finalmente em alívio e levantou.
─ Bom, acho que essa é minha hora de vazar.
─ Não vai comer a sobremesa? ─ Ela perguntou com um sorriso vitorioso nos lábios ao ver que seu plano havia dado certo, queria um momento sozinha com seu homem.
─ Mamãezinha, a senhora deve saber que eu não sou muito fã dessa sobremesa. ─ Disse, apoiando as mãos encima da mesa, encarando a mulher com um sorriso forçado no rosto. ─ Fiquem à vontade.
Antes que pudesse ouvir a voz daquela senhora novamente, Jake saiu em disparada, rumo ao seu quarto, se trancando em seu próprio mundinho.
