01. Problemas com o pai

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⚠️Avisos⚠️
Esse capítulo contém gatilhos, uso de entorpecentes e agressão.

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      Chorar nunca foi uma opção para mim. Pode parecer egoísta, frio e sem sentimentos, porém quando se vive como eu vivo você aprende as coisas das piores maneiras, principalmente ao se tratar da pessoa que antes era seu herói.

    Quando se completa os tão sonhados dezoito anos, você percebe a grande merda que é ter crescido. Nada mais é colorido ou engraçado como antes. Você passa a ter responsabilidades que ao menos você sabia que deveria ter. E não importa se você é filho do rei ou filho de um desempregado, a sensação é a mesma.

    Impotência.

    O mundo não prepara doces crianças para a triste realidade.

    É engraçado como a sala do meu pai antes parecia ser tão colorida, ou melhor, antes dos meus doze anos quando ele assumiu a máfia. A partir daí a vida dele se baseou no trabalho, apenas nisso. Não importava se era aniversário meu ou da minha mãe, ele passou apenas a não se importar. Pode se dizer que a partir daí meu comportamento também mudou. Eu tive que aprender as coisas sozinho, ou com funcionários da máfia.

    Eu não vou assumir quando meu pai morrer, pode se dizer que eu sou o segundo na linha de sucessão. De certa forma sinto um grande alívio, não quero ser como aquele velho, apenas quero viver a vida sem me importar com mais nada.

    Minha mãe sempre me diz que devo satisfação ao meu pai, porém, é foda amar seu pai novamente quando ele te deixa a deriva junto com diversos inimigos, principalmente quando se tem apenas quinze anos. Para ser sincero eu queria meu velho de volta, mas ao mesmo tempo aprendi que na vida você não pode depender de ninguém, lute por conta própria, apenas isso.

    Depois do dia em que meu pai me deixou à deriva, eu passei a pensar dessa forma, passei a me virar e cuidar de minha mãe e minha irmã, as únicas pessoas nas quais eu me importo. É engraçado que ao mesmo tempo aquele dia foi o pior, e é um dos melhores da minha vida, tudo graças a Pepi, meu cachorro.

    Pepi é sem sombra de dúvidas meu melhor amigo, ele me salvou e mal tinha cinco meses de vida, e nós dois carregamos marcas daquele dia.

    Deixando os pensamentos sentimentais de fora, nesse exato momento percebo o quão irritante é o som de músicas na sala de espera. Pode parecer idiota eu ainda querer ir contar para o meu pai que passei na faculdade, principalmente para ele que não se importaria se eu passasse o resto da vida usando drogas, ficando com todos, batendo em desconhecidos ou coisa do tipo, porém, segundo minha mãe ele tem o direito de saber.

    — Pablo, seu pai está te esperando. — A jovem secretária de meu pai, na qual eu não me importava de saber o nome, avisou após por o telefone no gancho.

Meia noite- GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora