A Droga do Amor: Especial colegial

Vou casar com a tua filha.

Notas do autor: Leiam as notas finais S2

...

Ele está tão sereno, que me causa inveja.

Faz duas semanas que estamos enrolando. Eu estou enrolando. Não sei se tenho coragem de contar a papai, mas Sasuke está insistindo tanto que já não consigo tapar a boca dele todas as vezes, mesmo dizendo que vamos contar juntos e arrumando desculpas. Sei que ele percebeu.

Okay, é porque somos novos. É porque os casamentos chegam ao fim. Eu sei que um noivado não significa um casamento, e sei que quero passar o resto da minha vida inteira com ele, mas ainda causa um friozinho no estômago tão desesperador. Oh my God!

Deitada em seu braço, me virei em sua direção e passei minhas unhas em seu abdômen descoberto. Seus olhos fechados me trazem paz, está tão inabalável. Faz algum tempo que me viciei em vê-lo assim. Sereno de verdade, e não em uma cama de hospital. Ele respira com calma, parece a brisa da praia, seu rostinho relaxado, sério... o bíceps tenso, no entanto. Sua mão direita está atrás da cabeça e a esquerda na minha cintura. Ele estava fazendo carinho em mim, mas acabou pegando no sono.

Acho que transar a noite inteira está cobrando energia extra. Ele trabalhou muito essa semana, ainda teve que me convencer a ir ao colégio fazer as aulas extras. Não gosto tanto de lá como um dia gostei, mas gosto de saber que ele está comigo.

Soltei um suspiro, talvez eu esteja agitada. Maybe...

Melhor eu ir incomodar Itachi e sua namorada. Levantei bem devagar, tomando todo cuidado do mundo para tirar sua mão da minha cintura sem acordá-lo. Preciso tomar um ar.

Porém, meu corpo trancou quando Sasuke firmou o aperto e me puxou de volta.

— Onde tu pensa que vai? — ele perguntou, a voz arrastada e rouca.

Pela Deusa! Nem quando quero deixá-lo descansar... Tive que deitar novamente, e quando não respondi, ele abriu os olhos, me encarando de viés. Okay...

— Talvez eu queira fazer xixi — menti, crente de que ele não vai acreditar, mas mesmo assim...

E como pensei, Sasuke estreitou os olhos.

— Mentira.

Oh God...

— Não tem como saber que é mentira. — Tentei levantar novamente e ele me puxou de volta. — Ursinho!

— Você enruga o nariz quando vai mentir pra mim. — Um sorrisinho arrogante tomou conta da sua boca. — Fica esperta, diabinha.

Desviei o olhar, mas não tive a intenção de fazer o sorriso dele sumir, como notei graças a visão periférica. Ele franziu a sobrancelha, e posso ter ideia do que está pensando: "fiz algo de errado?", "ela não me ama mais?", "não quer ficar perto de mim?" E todos esses pensamentos intrusivos que, em algumas discussões, como já deixou claro, o levam a acreditar que eu posso, simplesmente, deixar de sentir a coisa mais maravilhosa pela melhor pessoa desse lugar.

É basicamente impossível, mas Sasuke não consegue entender isso.

— Pô... tá bolada comigo? — quis saber, sua voz lenta, como se pisasse em ovos. — Fiz merda ontem? Hoje de manhã?

Queria que ele parasse com isso. Não gosto quando bate o pé para teimar comigo, mas gosto menos ainda quando se coloca como o culpado. Talvez eu só seja chata, ora essa.

Eu ia responder, mas Sasuke me abraçou, me fazendo virar para que ele ficasse atrás, tomando minha cintura e enfiando o rosto na curvatura do meu pescoço, traçando beijos que me deixam arrepiada e excitada. E ele sabe disso.