ゅִ | I - De volta aos quatorze.

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Dia 1.
[ 11-06-2015 ]

Olá. Meu nome é Tori Vega e eu não acredito que estou voltando aos meus quatorze anos escrevendo num diário. Quem diria, tori. É, eu vou realmente tentar atualizar isso daqui todos os dias, começando por hoje.
Eu comprei esse caderno mês passado e estava com preguiça de usar. Mas tomei coragem e achei que seria melhor escrever pra expressar o que sinto e blá-blá-blá. Na verdade, eu só queria escrever algo.

Vou começar contando acontecimentos aleatórios da minha vida, porque hoje não foi tão interessante pra transformar em páginas inteiras.

Eu trabalho num fast food, o que pode parecer muito entediante e monótono, mas, não é, por incrível que pareça.
Todo dia o gerente dá um jeito de arrumar uma intriga diferente. Um dia apareceu até a mãe dele reclamar porque ele não dava a devida atenção pra família e só se importava com o trabalho.
Antes de ontem, chegou um casal, como eu esperava, eles começaram a brigar loucamente três minutos depois de eu ter entregue o pedido deles. Acho que o cozinheiro colocou o adoçante errado no café deles.
Eles saíram terminando, cada um foi pra um lado. É, Definitivamente o adoçante estava vencido.

Uma vez, apareceu um serial killer no lugar sem ninguém ter reconhecido.
Quando ele apareceu, é óbvio que eu fiquei desconfiada. Era um cara com capuz, tinha uma máscara na boca, e falava com uma voz que parecia não ser a dele.
Tivemos sorte que um cliente no fundo ligou pra polícia à tempo.
Se eu fosse contar tudo que já aconteceu naquele lugar eu iria passar dias e dias falando. Então eu prefiro não me estender muito sobre isso.

Ontem, minha irmã Trina, tirou o siso.
Ela resolveu fazer isso bem quando meus pais iam sair. Foi um inferno ter que cuidar dela. Ela chorava e batia o pé o dia todo como se eu fosse a razão da dor. Ela insistiu que não queria tomar o remédio, e quando meus pais chegaram no dia seguinte, ela ainda me dedurou falando: - Tori foi uma péssima babá ontem. Ela não serve nem pra cuidar de mim. - Eu quase gritei de raiva, eu fiquei sem dormir a noite toda porque ela não calava a boca e ela ainda diz que eu sou o problema?!

Quando eu não estou com minha família, estou com a cat. Que sinceramente, me faz me sentir bem melhor. Mesmo que ela passe o dia todo falando sobre, sei lá, cachorros vomitando arco-íris e girafas pintando quadros. Eu gosto da inocência dela. Nós se encontramos todo dia depois do meu expediente e temos conversas tipo:

- Você viu o cara que foi atropelado ontem perto de um hospital? - Eu disse, me referindo a uma notícia que tinha visto na tv.
- Uma vez meu irmão atropelou alguém perto de um hospital. Ele está na cadeia até agora. Provavelmente não vai sair. - Ela ri como uma criança depois de contar uma de suas vivências bizarras. É incrível como ela consegue suavizar tudo. Eu fiquei em silêncio, incrédula. Não sei como, essa era a história mais leve sobre o irmão dela que ela tinha me contado.

- Falando em hospital, uma vez meu irmão se soltou do sótão e quebrou a janela. Um pedaço de vidro afiado voou na minha direção e me cortou bem perto do olho, sangrou muito e eu tive que dormir no hospital logo depois. Hahaha. - Como ela consegue rir disso? Nesses diálogos, eu costumo ficar em silêncio até que ela pare de contar histórias assustadoras e me deixe mudar de assunto. Caso ela não pare, eu só falo "cachorros usando óculos" e ela começa a rir descontroladamente, o que me dá tempo de trocar de assunto. É isso ou minha saúde mental pega um barco e vai remando para a terra do nunca.
Apesar dessas histórias, são meus momentos favoritos do meu dia. Ela sempre me tira uma risada.

À noite eu geralmente não faço nada, a não ser tentar não irritar minha mãe antes de ela ir dormir. O que minha irmã sempre consegue. Por isso estou escrevendo isso. Tenho que me ocupar com algo que não seja família e trabalho.

Bem, eu acho que é isso por hoje. Até amanhã, diário.

ゅִ  - Se você me permitir. | Jori - AUOnde histórias criam vida. Descubra agora