— Sophie? Sophie! Consegues me ouvir?
A serva acordou num sobressalto, os pulmões faziam o triplo de esforço para alcançar o ar. Ajudaram-lhe a sentar e demorou alguns segundos para se recompor.
Quando a respiração voltara a calmaria, não acreditou no que viu:
— Sophie, consegue me ouvir? — Harry murmurou. — Felícite, consegues pegar o copo d'água?
Aquele cômodo era familiar demais. O príncipe espalmou a mão nas costas frágeis da serva, que mal conseguiu esboçar reação quando viu a princesa lhe estendendo o copo, os olhos esbugalhados em preocupação.
— E-eu...
— Dormistes por dois dias, Sophie. — Felícite murmurou. — Contudo, ninguém lhe viu. Lhe escondemos aqui por este tempo. Como se sentes?
— Obrigada. — Proferiu com dificuldades, as mãos trêmulas agarraram o copo e tomou tudo rapidamente.
— Que aconteceu? — Harry ansiosamente pergunta.
— Acredito que tua mãe me envenenou. — Traga em seco. — És o que deixara claro.
Felícite e Harry se entreolham. Sophie também tinha muito mais perguntas do que previra, mas faria depois, já que o olhar de culpa de ambos é completamente nítido. A princesa cruza os braços e tenta dizer algo, mas nada parece certo.
E então Sophie conta tudo que aconteceu, sendo a última coisa que se lembrava era desfalecer no colo do amado. Harry fora sortudo suficiente de encontrar Felícite pelos corredores e, num completo desespero, pediu ajuda.
Incrédulo que a garota ajudara prontamente, Sophie foi discretamente carregada até o cômodo da irmã, onde repousou pelos próximos dois dias. Harry conseguira um antídoto com um velho amigo médico, e os dois fizeram de tudo para salvá-la.
A mais nova aceitara muito bem o relacionamento, Harry indagou sozinho se isto se dava pela morte do pai, contudo, chegara a conclusão que talvez a garota só estivesse crescendo.
— Precisamos fazer algo! — Felícite exclama. — Sophie corres perigo!
— Vamos pensar em algo, Felícite. Mas, por enquanto, temos de levá-la até meus aposentos. — Acaricia as costas da serva com cuidado. — Estás a demasiado tempo aqui, temo que possam desconfiar.
— Alteza... — Direciona-se a Felícite, que a encara de prontidão. — Obrigada.
De todas as pessoas naquele inferno, jamais pensou que ela lhe estenderia a mão.
Os irmãos entraram numa discussão aflorada sobre como levariam Sophie até o outro andar e, enquanto isso, no térreo, Niall abraçava Louis uma última vez:
— Tens de ir mesmo? — O irmão murmurou baixo. — Zayn não pode cuidar disto?
— Alguém precisa representar-nos. Estou a me voluntariar, voltarei vivo e intacto, Lou. — Deu um sorriso de canto. — Contudo, trate de casar logo, espero que seja primeiro que eu.
— Não tens pedido feito a Duquesa? — Louis disse esbaforido.
— O momento adequado não viera, mas admito que ela ronda meus pensamentos como uma maldição!
— Peça-a quando voltar, irmão. Vou cuidar de Felícite por ti. — O abraçou. — Cuida-te.
— Vou sentir tua falta, Lou. — Retribuiu.
Niall deixou sua casa com um aceno breve e sorriso incerto no rosto sabendo que, se tivesse de partir, seria por teu povo inocente cujo sangue derramado não era certo. Louis o assistiu partir e fez orações silenciosas para que a vida de teu irmão fosse poupada.
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The Last Letter [H.S/PT-BR]
FanfictionNuma época onde apenas os nobres tinham acesso a educação, Sophie certamente seria decapitada se descobrissem que roubava livros e sabia tanto ler quanto escrever. Vinha de uma família de pobres camponeses e fora vendida para o castelo para ser uma...