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Eu me jogo na frente de um carro em movimento.

A última coisa que eu pense foi...

A resposta foi "sim", 5 segundos paralisada, esperei a tela do celular escurecer e fui tomar um banho. Banho tomado, volto a mexer no celular e vou confirmar a resposta porque a ficha ainda não tinha caído.

"Sim"... A resposta foi sim. Sem enrolação, sem falatório e sem mais explicações. Um simples, curto e seco "sim".

Eu saí do aplicativo e liguei pro primeiro número de depósitos de bebidas que eu vejo porque hoje a noite vai ser longa.

Abri a gaveta que há tempos não mexia, e vejo que ainda tem um cigarro e aquele filme que a gente adora.

A bebida chegou, eu acendi um cigarro, o filme pra rodar e viro a primeira garrafa, colocando tudo pra descer goela abaixo.

Nada mais faz sentido depois que a resposta foi um "sim", nem mesmo o efeito do mais puro álcool poderia me fazer esquecer esse dia.

Eu só te perguntei se você tava amando outra pessoa.

"Sim".

(...)

Eu acordo em um lugar frio, não frio como se estivesse falando de temperatura, frio como a sensação está.

Eu estava deitada em uma maca, em um quarto branco.

Olho em minha volta, era um quarto normal, sem coisas... Coisas que me machucariam.

Eu estava num quarto de um hospício.

Olho em minhas mãos, elas estavam presas, minhas pernas estavam presas.

Eu grito. Grito de desespero. Grito de raiva.

Um sinal começa a tocar.

Olho para os lados e começo a ficar realmente desesperada.

- Calma, senhorita Amber. - Uma mulher entra na sala.

Eu começo a me contorcer.

- Sabe por que está aqui? - Ela pergunta.

Eu grito.

- Você estava se auto-destruindo. - Eu olho para ela desesperada. - Encontramos você ensanguentada, você avia se jogado contra um carro em movimento, e então ligaram para nós.

- Não... Não! - Eu grito e tento me livrar das coisas que estavam me prendendo.

Ela passa a mão em meu rosto de uma forma macabra.

- Vai ficar tudo sobe controle... - Ela diz.

Eu grito e ela tampa a minha boca. Tento me contorcer para ela tirar a mão de mim.

- Se acalme... Da qui apouco você vai conversar com um psicólogo. Vai saber o que se passa com você. - Ela fala calmamente.

- Não! - Eu grito e ela sai do meu quarto.

Entra um médico com uma injeção.

Eu grito de desespero, de agonia, de...

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