Caítulo 2: Família.

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Como já disse anteriormente, desde que Neteyam morreu, meio que as responsabilidades dele passaram pra mim, e com isso me tornei responsável pela família.

As vezes eu me pergunto como que ele conseguia lidar tão bem com a pressão de ter que ser perfeito o tempo todo, além de ter que agradar nossos pais, tem que ser responsável pelos afazeres, resposabilidade nas decisões, aprender muitas coisas de guerra e cuidar dos irmãos, ele fazia isso tão bem que parecia a natureza dele, mas agora estando nesse papel sei que ele provavelmente fingia saber lidar com tudo pra não preocupar ninguém.

Existe uma coisa a mais nessa história toda, depois daquele dia meu pai mudou muito comigo, toda expectativa dele passou pra mim, e desde que eu sou pequeno sei que nunca fui o soldado perfeito que dava orgulho pra ele, mas agora me vejo na obrigação de dar orgulho pra ele, sempre lutei pra isso, mas agora eu me cobro o dobro, afinal a culpa do que aconteceu com o Neteyam foi minha, quando ele morreu o sangue dele estava em minhas mãos e está até hoje, então eu tento ao máximo amenizar a falta dele, colocando muitas vezes os outros em primeiro lugar.

....

- Vem Lo'ak. - era meu pai me chamando era dia de caça, e ele sempre me levava pra aprender mais um pouco.

- Tô indo pai.- falo me levantando e indo na direção dele montando no Ilu, que nos levaraia a outra ilha com grande diversidade de animais.

- Vem vem- sussurrava Jake.

Os dois se movimentavam sorrateiramente entre as plantas a procura de um animal grande, sem que chamassem a atenção para não assustar os animais, em suas mãos havia apenas um arco e flecha e uma pequena faca feita com pedra afiada.

- Aquele alí- dizia Jake apontadando para um animal que lembrava um cavalo.

- Mas eu nunca tentei acertar um desse tamanho, parece ser selvagem.

- Sempre tem a primeira vez, tenta.

Coloquei a flecha no arco, já praparando para soltar, me levanto lentamente para não fazer barulho e começo a mirar no animal.

- Assim não- meu pai fala se levantando e ajeitando minha postura e a posição da mira.

- Suas costas tem que ficar retas e o braço alinhado ao seu ombro, sua vista tem que estar com a ponta da flecha direcionado pra onde você quer acertar. Agora um conselho, se você quer derrubar de primeira você vai mirar alí - ele move meu braço calmamemente em direção a um buraquinho que tinha no pescoço do animal.

Continuo mirando para aquele animal que estava só se alimentando, estava com medo de errar então hesistei um pouco em atirar.

- Respira com calma, ta tudo bem.

Escuto o que meu pai falou e puxo o ar, logo o soltando devagar e por fim solto a flecha que acerta extamente onde eu queria, fazendo o animal cair na hora e então vamos em direção do mesmo.

- Como eu te ensinei.- meu pai fala me olhando com um leve sorriso no rosto.

Retiro a flecha do animal com cuidado e pego a faca que estava comigo.

-Eu vejo você irmão e obrigado - insiro a faca no animal onde faria com que ele morresse praticamente na hora, pra acabar com a dor. - Seu espírito vai com Eywa, seu corpo fica para trás, para fazer parte do povo- falo guardando minha faca.

- Morte rápida, o corte quase limpo, você tá se saindo muito bem filho, agora vamos arrumar ele pra levar pra casa.

Quando voltamos pra casa deixamos o animal com Tonowari, que ajudaria preparar o animal pra servir de alimento, e então fomos pra cabana, tava todo mundo reunido lá e então papai contou pra todo mundo o que eu fiz e como tinha me saído muito bem.

Avatar 3- Caminho das Almas.Onde histórias criam vida. Descubra agora