Capítulo 6 - Tarik

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Retornou atrasado ao escritório, desculpou-se com El Shaddai mas explicou que encontrou a mulher de sua vida, disse que buscou por ela desde pequeno, estava muito apaixonado.

Tarik nunca havia namorado, quando pequeno fazia todo o trabalho da casa, aos domingos quando seu pai estava em casa podia brincar, era muito estudioso, começou a trabalhar cedo nas Empresas El Shaddai como menor aprendiz, fez faculdade e depois de formado conseguiu melhorar de posto na empresa e agora chegou o amor.

Mohammed riu internamente e pensou, como os jovens são intensos, logo ouviria o relato de sua filha Leilah. Interferiria só se fosse necessário.

Tarik disse a El Shaddai que logo se casaria, agora que a encontrou não queria perdê-la. O homem ficou pensativo  e disse: - não é cedo para pensar em casamento, voce disse que encontrou a moça hoje! O que sabe a respeito dela?

O rapaz disse que sabia o necessário. Ele estava irremediavelmente apaixonado. O nome dela é Leilah Pinar, é solteira, mora sózinha, perdeu a mãe recentemente, mas tem pai. Senhor, estou decidido a ir falar com ele e pedir a mão dela em casamento. 

Em nosso próximo encontro vou combinar para que conheça meus pais. Até será bom porque desde que saí de casa não regressei mais para visitá-los. Minha vida sempre foi muito diferente da vida das outras crianças, devo dizer até mesmo diferente que da vida de meus irmãos.

Quando me mudei, estava muito destruido com os ultimos acontecimentos em familia.

Uma vez que estavam conversando, relaxados como se fosse dia de folga, Tarik sentiu-se a vontade pra falar o que o arrasou.

Disse: meu pai tem três filhos, Umut, Serkan e eu. Meu tio, tinha dois filhos, Emre e Asli. Crescemos os cinco juntos, eramos muito unidos.

Meu pai sempre foi trabalhador, meu tio não era tão firme neste propósito.  Gostava de jogar e beber. 

"Os vícios e a arrogância são as causas de muitos males". Meu tio contraiu muitas dividas e para quitar resolveu casar Asli com um pretendente mais velho porém rico. O acordo dizia que após a noite de núpcias as dívidas estariam pagas. 

Asli não concordou, recursou a obedecer, tinha 17 anos, em dois meses faria 18 anos. Gostava de um garoto, amigo nosso e pensavam em casar-se um dia.

Mas a contragosto de todos da familia o casamento aconteceu em tempo recorde e na tal noite de núpcias o noivo indesejável usou a menina a noite inteira e enfurecia-se com o choro dela, foi bruto na fúria de possuí-la a força, bateu em Asli.

Pela manhã, arrumou-se e foi trabalhar. Antes de sair disse a Asli que a ensinaria a obedecê-lo, mostraria quem manda naquela casa, era seu marido gostasse ou não. Deveria respeitá-lo.

Assim que ele saiu, Asli escreveu uma carta contando todo seu sofrimento, como se sentia sendo obrigada a casar-se, dirigiu-se ao pai dizendo que nunca/jamais o perdoaria. Disse que o homem que o pai obrigou-a a casar-se abusou dela a noite inteira, foi bruto, bateu nela, portanto o casamento foi consumado, a divida estava paga. 

E agora ela não precisaria mais passar por nada disto. Tomou veneno para matar ratos, enviou o email com a carta para as emissoras de tv, para os jornais populares e os jornais do bairro, imediatamento publicado na integra, a policia foi na sua casa, acompanhada de ambulâncias, reportagens, mas nada puderam fazer. Asli estava morta. 

Tarik disse que saiu de casa aquela noite, deixou um bilhete dizendo que não voltaria mais, andou sem rumo, dormiu na casa de um amigo alguns dias e conseguiu alugar um pequeno apartamento.

Já trabalhava na empresa, era novato, porisso não deixou transparecer seu sofrimento, precisava do emprego, necessitava ser o melhor em seu trabalho para manter firme a nova situação. E também, sentia orgulho de suas conquistas laborais.

Triste comentou que na sua familia era assim, a tradição sobrepunha a razão, era maior que as leis. Afirmou que não se submeteria a isto, quando se casasse seria por amor,  jamais admitiria interferencia em suas decisões.

E agora havia encontrado finalmente a mulher da sua vida e queria ser feliz com ela.

LEILAH e  TARIKOnde histórias criam vida. Descubra agora