📲 Annabeth
Annabeth's POVNão sei quem está mais bêbado, eu ou Sean - dessa vez, eu tenho 98% de certeza que esse é o nome dele -. Foram muitas doses de tequila viradas em meio a histórias de relacionamento fracassados, crises de riso, e alguns beijos roubados. Ele lamentou boa parte da noite sobre a mulher por quem é apaixonado ter ficado noiva, mas quando contei a minha história, tanto sobre Percy quanto Luke, como sai de um relacionamento abusivo para cair na furada de se apaixonar pelo melhor amigo, Sean riu e disse que eu ganhava, já que ainda ficava por perto vendo o cara que gosto com a namorada, que ele pelo menos era mais esperto que isso e se afastou.
Provavelmente foi a melhor pessoa que eu já fiquei depois que comecei a frequentar esse bar, porque o beijo dele é realmente muito bom, mas principalmente porque nada mudou, nos beijávamos e continuávamos reclamando da vida e enchendo a cara.
- Eu acho que vou embora, estou me sentindo mal já. - ele levanta, e cambaleia até parar no meio das minhas pernas, que sigo sentada no banquinho alto. - Eu te chamaria para ir para casa comigo, mas você está bêbada demais para eu transar com você assim. E do jeito que estou também não seria minha melhor performance.
Gargalho diante do seu comentário, porque depois que nos beijamos pela primeira vez ele disse algo no sentido de que quando duas pessoas se beijavam assim, só tinha um lugar para a noite encerrar. No nosso caso, vai ser cada um na sua cama.
- Você deveria ir embora também. - ele comenta, deixando sua mão pesada e fria na minha coxa.
- Eu vou. - garanto, sem conseguir concentrar o bastante para olhar nos olhos dele.
Ele me beija uma última vez, e mesmo bêbado como ele está, seu beijo não é desleixado e preguiçoso, o que me deixa muito satisfeita. Quando ele se afasta, vejo - um pouco embaçado - que sua boca está inchada, acho que nos beijamos mais vezes do que contei essa noite.
- Sabe, Annabeth. - ele fala. - Eu achei que nada faria eu me sentir melhor essa noite, mas sua vida é ainda pior que a minha e você me ouviu reclamar sem julgamentos... eu me diverti muito, obrigado.
Eu sorrio, porque senti o mesmo. Não consegui apagar o que está no seu coração e vice versa, não nos interessamos pelo outro em um nível emocional, mas acho que, ao menos por essa noite, eu encontrei um bom amigo.
Deixo um selinho nele, e vou ao banheiro antes de ir embora. Quando saio do bar, resisto a vontade de tirar o salto para caminhar até meu carro. Destravo a porta com um pouco de dificuldade, mas consigo entrar, tirar o sapato, colocar o cinto, e sair pelas ruas quase vazias de Santa Mônica. Como sei que bebi, mantenho os olhos fixos na estrada na minha frente, para não cometer nenhum erro.
Penso em algumas coisas ditas pelo Sean, como por exemplo quando ele disse que eu deveria questionar o Percy sobre por que ele me beijou, afinal, foi iniciativa dele em uma das vezes. Segundo Sean, quando duas pessoas não conseguem evitar de ficarem, como se existisse um imã, não tem como ser uma sensação unilateral, como se ele não conseguisse resistir a mim da mesma forma que eu não conseguia resistir a ele.
Mas claro que não vou perguntar isso, sei que foi algo bobo para ele, uma atração de quem estava sem ficar com ninguém por muito tempo. No entanto, ao mesmo tempo que penso isso, a voz de Sean ressoa na minha cabeça, o que faz ela doer um pouco. Maldita tequila.
Perdida em pensamentos, de olho apenas se havia algum veículo na minha frente, não presto atenção no semáforo na pista, ainda mais de madrugada, ninguém presta muita atenção no sinal. Mas eu deveria ter prestado dessa vez, porque acabei não vendo que estava vermelho para mim, e atravessei mesmo assim, no momento que um carro passava também. Ouço a buzina antes de ver o carro, seus faróis me iluminando por um segundo, já que o motorista do outro carro tenta desviar de mim.
No susto, giro o volante de uma vez, tentando frear o carro. O carro roda na pista, e piso no freio com tanta força que sinto o cheiro de queimado do pneu. Quando o carro para, estou no acostamento do outro lado da pista, e nem tenho certeza se bati na barreira que cerca a pista ou não, porque não sei mais o que aconteceu e o que é pegadinha da minha própria cabeça.
Meu corpo inteiro treme de nervosismo, mal consigo tirar o cinto de seguranca. Lágrimas embaralham meus olhos, mas noto que o outro motorista não parou. Eu quase bati o carro, eu quase causei um acidente. Alguém poderia ter se machucado por minha culpa.
A constatação me atinge com força, e a próxima coisa que me vejo fazendo é abrindo a porta do carro e vomitando a tequila que ingeri, enquanto penso o que eu estou fazendo com a minha vida, porque nem tenho certeza se eu me conheço, se essa é outra Annabeth, uma que eu não tenho absolutamente nenhum controle.
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Vamos combinar uma coisa aqui, proibido passar pano pra Annabeth, ta?! Ela merece todas as broncas possíveis, merecia um tapa (mesmo!) porque isso é muito irresponsável, nunca bebam e dirijam!!! Só quem já perdeu uma pessoa por conta de um motorista bebado sabe a bronca que ela merece, Annabeth nunca errou tanto nessa história, tenham isso em mente pro próximo capítulo!
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Getaway Car || Percabeth AU
Romanceonde Annabeth foge no meio do seu casamento e entra no primeiro carro que vê na rua ou onde Percy é surpreendo por uma noiva invadindo seu carro, pedindo para ele tirar ela dali, e ele resolve ajudá-la, a levando para a pousada de sua mãe •• Formato...