SETOR 1: O NINHO DE ESPINHOS

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Após a chuva de informações que lhe foram passadas, ao passar pela floresta de bambu, Polaris observa o padecer daquele lugar. Boa parte da vegetação estava completamente seca, como se algo tivesse sugado a vida daquela cobertura vegetal, teoria esta, confirmada no rápido passar transeunte do espadachim que levantava uma rápida cortina de folhas no ar noturno da floresta, até que encontra a real causa bem no centro do matagal: um coração de sangue. Estas estruturas eram ninhos em formatos de torres, que imitavam o desenho de uma espiral, que em uma determinada altura, assumia o formato do órgão cardíaco humano, ilusão esta, contida nos batimentos e nas respirações altas que eram feitas pela estrutura, contudo, não passavam de gigantes reprodutores das criaturas feitas pelas Mãos de Babel.

A análise da área para a implementação da semente do coração necessariamente deveria ser a partir de uma fonte que fosse farta em sais minerais e nutriente o suficiente, para que o experimento pudesse semear e guardar a energia suficiente para iniciar a infestação viral, abrigando os mais diversos perigos e as mais grotescas bestas, porém, com a rápida aproximação do espadachim do contato direto com a estrutura, em fração de segundos ele presenciou um fenômeno completamente estranho: o topo do coração começa a se contorcer e abrir lentamente, reproduzindo o acordar de uma flor dotada de inúmeros, afiados e enormes dentes, fazendo seu corpo abrir com o tocar da luz do sol, entretanto, a diferença foi que de dentro do coração, saíam todas as criaturas alertadas por Veron, como se tivessem sido feitas instantaneamente, com uma programação definida apenas para matar tudo que se interpusesse em seu caminho. Em meio aquela cena bizarra, Polaris sente enormes calafrios no corpo quase completo, mas, não pelo que saiu do coração, mais pela enxurrada em formato de um esguicho gigante, contendo um ácido azulado que escorria por toda estrutura como uma espécie de saliva, contaminando o ar e destruindo tudo que tocava, menos a própria criatura.

Sem perder muito tempo, ele observa o solo perene e panoramicamente que vai precisar passar sem ser notado por um número incontável de criaturas recém-nascidas, que caminhavam ofegantemente, subindo pelo curto buraco feito pela estrutura no solo da floresta, como se estivessem marchando em preparação para uma grande cruzada. Não obstante, assim que tem uma projeção do caminho para desviar dos possíveis alvos, nota a presença de blasfêmias que seguiam a multidão silenciosamente, entretanto, o alto teor fétido no ar faz Polaris ser protegido por um filtro de alta tecnologia que sai detrás de suas orelhas e cobre metade de seu rosto e o pescoço até seu final, no tom escuro, deixando-o livre para respirar sem se contaminar, oportunidade que usa para driblar cuidadosamente o cerco da massa imunda, que se espalhava como uma onda camuflada pela escuridão da noite na superfície seca da floresta.

Assim que passa por uma fenda extremamente gosmenta e pegajosa, o jovem se infiltra na base da torre, observando que a estrutura possuía um "sistema neuro-cardiovascular" bem complexo, formando um verdadeiro labirinto extenso que fedia a sangue, enxofre, contendo sinais de radioatividade por todos os lados, substância esta capaz de matar várias vidas em questão de minutos, assim que o jovem biônico toma dimensão dos vários andares da estrutura é interrompido por Veron telecineticamente:

    — "Escute onde os batimentos são mais altos — digitando rapidamente —, essas estruturas são praticamente criaturas vivas, não vai demorar para ela começar a te atacar. Só por garantia... estou enviando um mapa rápido."

— ''É a única criatura viva que eu estou vendo por aqui... por quê ela tinha que ser tão... nojenta?'' — agoniado com a quantidade de gosma por todos os lados.

— ''Você não entende? Isso é uma mera distração, são meros peões usados para limpar a sujeira do planeta...''

— ''É por isso que não posso perder tempo...'' — começa a escalar a estrutura após fazer a leitura das coordenadas e ouvir batimentos que vinham do topo da torre.

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