Uma ovelha no meio de lobos

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Olá meu povo, que come pão com ovo, cês tão bom?

Estou de volta depois de um milhão de anos, mas voltei, com uma história quentinha e cheia de reviravoltas.

Família, essa história foi desenvolvida por mim e pela minha amiga Karen Correia, então nós duas vamos vamos interagir aqui com vocês.


Espero que gostem, nós passamos MUITO tempo planejando essa história.

Boa leitura:

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Sempre acreditei no sobrenatural.

Sempre senti que ele existia, como uma força paralela que, de alguma forma, atravessa para a nossa realidade, gerando o que chamamos de milagres.

Como uma mãe que, para salvar um filho, é capaz de levantar um carro sozinha, ou a remissão de um câncer que, aos olhos dos médicos, era incurável. Ou como um casal atingido por um raio que, por estarem de mãos dadas, dividiram a descarga elétrica e não morreram.

Milagres. Eles existem. O sobrenatural também.

Já vi isso em filmes de terror baseados em fatos reais: igrejas amaldiçoadas, espíritos famintos por sangue que arrebatam aqueles que se atrevem a entrar em seu território.

Mas, apesar de acreditar no sobrenatural, isso sempre foi algo distante para mim.

Eu nunca levantei um carro sozinha, meu pai não sobreviveu à doença que drenou sua vida até que ele não passasse de uma casca vazia. E meu vizinho, que foi atingido por um raio enquanto tirava as luzes de Natal do telhado de casa, não teve a sorte de estar segurando a mão de ninguém. Mesmo que tivesse, a queda de trinta metros em direção ao concreto duro da entrada da sua garagem teria o matado do mesmo jeito.

Sempre acreditei em milagres. No sobrenatural. Mas não para mim, uma pobre estudante que passa os dias tentando sobreviver à dura realidade imposta a qualquer ser humano de classe média baixa, enquanto tenta manter a sanidade mental e passar nos exames finais da faculdade.

Então, não podiam me culpar quando fiquei completamente paralisada diante da visão que apareceu à minha frente.

Eu poderia dizer que era uma alucinação, ou que estava sonhando. Mas, no fundo da minha alma, eu sabia que aquilo era real.

Tão real quanto a corrente elétrica que percorria meu corpo, a milímetros da minha pele, sem realmente me tocar, mas arrepiando meus pelos e fazendo um suave zumbido em torno dos meus ouvidos.

Tão real que os sapatos que estavam pequenos para os meus pés ainda apertavam meu dedão enquanto eu pisava no mármore mais branco e limpo que eu já havia visto em toda a minha vida.

Não! Não era um sonho. Aquilo era real.

As pessoas ou criaturas à minha volta, de alguma forma, eram reais.

E a certeza dessa realidade pesou sobre meus joelhos com um medo que quase me fez prostrar-me. Eu quase me ajoelhei, pois meu instinto mais primitivo dizia que eu deveria estar com o rosto no chão, implorando por minha vida.

Mas eu não fiz isso.

Simplesmente não conseguia baixar o olhar, não conseguia me mover, mesmo sem estar envolta naquela barreira elétrica que emanava diretamente dos dedos do homem à minha frente, que, sentado em um trono, me olhava atentamente.

- Quem é você? – Sua voz era grave, profunda e antiga. – Como entrou aqui?

Ele tinha cabelos grisalhos, cuidadosamente penteados, e sua barba, do mesmo tom, era elegante e refinada. Seus olhos prateados pareciam conter prata líquida dançando em suas íris. Sua postura era majestosa, e mesmo que não estivesse usando um terno branco feito sob medida e sentado em um trono de mármore, ainda assim eu saberia que ele era um rei.

Não... Não apenas um rei...

- Eu não sei... – murmurei. – Eu apenas...

Tentei me virar para apontar para a porta por onde tinha entrado, mas a eletricidade ao meu redor de repente se condensou, ficando tão espessa que me perguntei se ela não estava apenas envolvendo meu corpo, mas também cada um dos meus ossos, meus órgãos. Ao menor movimento das mãos do rei à minha frente, meu corpo fritaria de dentro para fora.

Eu deveria saber que não havia resposta certa ali. Ele estava apenas observando a presa antes de realmente tirar sua vida.

Pois o sobrenatural não gosta de ser incomodado. Não gosta de ter seu domínio invadido.

E, naquele momento, de alguma forma...

Eu estava no Olimpo, na presença de Zeus, o rei dos deuses.

E ele ia me matar.

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E começamos com tudo!

 Estou ansiosa pra saber o que acharam.


Beijooos

Mielly

Dália NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora