Entre Dálias

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Oi lindezas, vocês querem matar a gente?

Não nos matem, a Miiii estava no meio da entrega do TCC e eu bem, entre provas, cuidar de uma criança e trabalho, ou seja, o verdadeiro caos nas nossas vidas.

Espero que gostem ;)

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O fim de semana passou mais rápido do que eu esperava. Helena me emprestou uma calça flare e um casaco para usar como sobreposição. Eu estava tão nervosa que já não tinha mais unhas para roer, e Karen me lançava olhares ameaçadores, como se fosse me dar um soco na cara se eu sequer pensasse em colocar o dedo na boca. Eu estava sentada na minha cama enquanto ela fazia mágica no meu rosto com maquiagem. Os hematomas estavam melhorando, mas meu rosto e pescoço ainda tinham manchas verdes das quais eu não me orgulhava. Queria que essa chance desse certo. Não sei por que me deram uma nova oportunidade, mas eu faria o meu melhor.


Balancei as pernas distraidamente enquanto aproximava o indicador da boca.


— Jesus, Dhalia! Vou quebrar todos os seus dedos se você não me deixar terminar! — Karen ralhou.


— Amiga! — Suspirei. — Desculpe, estou nervosa! Falta só uma hora para ir à CORA, nada pode dar errado.


— Eu sei, falta pouco! — Ela pegou mais algumas coisas em seu nécessaire e deu batidinhas em minha pele. — Prontinho, amiga! Você está maravilhosa!


Levantei-me e me aproximei do espelho. Vesti a calça que Helena me emprestou, uma camiseta branca justa de manga longa e meus sapatos de salto médio de sempre. Como o dia amanheceu frio, o casaco completaria bem o visual.


A maquiagem de Karen estava perfeita como sempre, muito natural, nada parecida com a que eu fiz na semana passada. Nenhum hematoma visível, e mesmo que a entrevistadora fosse a mesma, ela acharia que foi um caso isolado.


Dei um sorriso trêmulo para minha amiga. Eu era muito sortuda por ter pessoas tão especiais ao meu lado. Jason, Karen e Helena tinham todo o meu coração.


— Obrigada, Ka...


— Imagina, estou aqui para isso. Não pude ir lá socar a cara daquela velha bruxa, mas acho que ela percebeu que você é a melhor! — Dei uma risada alta. — Agora vá, você vai acabar se atrasando.


Olhei para o relógio na parede e percebi que realmente estava em cima da hora. Vesti o casaco, peguei a bolsa e corri para fora, me despedindo rapidamente da minha irmã, que tinha acabado de acordar. Mamãe ainda não havia chegado do hospital, então Karen ficaria com a Íris.Cheguei ao ponto de ônibus no exato momento em que o ônibus virou a esquina. Tudo estava fluindo para dar certo. Tentei não pensar no desastre da semana anterior, mas devia ter feito algo certo, pois fui chamada para uma nova fase.


O trajeto da minha casa até a CORA não era tão longo, demorou apenas 15 minutos, e logo estava passando pelas portas imponentes da entrada. Apesar de ser uma empresa antiga, o prédio estava atualizado, com uma fachada toda de vidro, parecendo ter sido reconstruída recentemente. A empresa estava sempre buscando melhorias e acompanhando as tendências, apesar da economia mundial estar em crise.

Dália NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora