Entre Dois Mundos

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Oi Lindezas das nossas vidas, eu sei que eu sempre prometo que postaremos os capítulos mais rápidos, porém, juro que dessa vez tivemos uma razão bem, bem plausível. Nossa querida Mielly se mudou e vendeu o notebook, por isso, acabou que ficamos atrasadas com esse capítulo.

Espero que gostem.

Beijinhos, Kah

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Meu coração batia na garganta. Minha imaginação parecia ter ido longe demais.

— Está tudo bem, senhorita Mendonça? — ele perguntou, levantando-se.

Mesmo com a escuridão, eu conseguia ver o terno de três peças sob medida que ele sempre usava na empresa. Mas havia algo... estranho no ar, algo... sobrenatural. Era como se ele tivesse abandonado sua casca mortal e estivesse um pouco mais perto de ser uma divindade, mas sem ser totalmente um deus.

Ele se aproximava sem parecer querer me assustar ou causar medo. Quando ele chegou mais perto, tentei me preparar para a dor que poderia vir.

— Estou pronta — murmurei com a voz rouca.

— Ótimo.

Algo duro bateu no meu peito, e instintivamente eu segurei. Quando abri os olhos, vi que era um... iPad.

— O quê?

— Me siga — ele disse, empurrando uma porta lateral. — Temos muito o que fazer.

Pisquei, atônita, enquanto ele seguia em frente. Tive que correr para alcançá-lo. Estávamos em um corredor longo e escuro, onde se ouvia ao longe o barulho de água escorrendo pelas paredes de pedra. Aquilo me fez pensar que havia mais caminhos além do que estávamos seguindo.

— Eu... eu não entendo.

Então Theron, também conhecido como Hades, virou-se para mim, e eu cometi o erro de olhar diretamente nos seus olhos. Era como encarar um buraco negro, profundo e faminto, sem vida, que se alimentava de tudo ao redor e se tornava maior a cada segundo que eu olhava.

— Hoje, preciso de uma secretária. Vou inspecionar algumas coisas e você vai me acompanhar. Amanhã, um dos meus supervisores vai encontrar algo para você fazer.

Minha cabeça estava em confusão. Ele estava criando toda aquela realidade enquanto me deixava completamente desorientada.

— Eu não...

— Não haverá testes aqui — ele disse devagar, como se estivesse falando com uma criança.

— Mas Zeus...

— Zeus não controla meu reino, senhorita Mendonça. Aqui, somente os culpados são punidos. Não vou submetê-la a qualquer tipo de tortura se você não fez nada para merecer.

Eu não fazia ideia de quanto precisava ouvir aquilo. Era como se eu estivesse prendendo a respiração esse tempo todo e finalmente pudesse respirar.

— Obrigada — minha voz era verdadeiramente grata.

Ele acenou levemente com a cabeça, como se não tivesse feito nada demais.

— Venha comigo, senhorita Mendonça — Theron disse, abrindo as portas. — Bem-vinda ao Campo de Asfódelos.

Passei pela porta e fiquei boquiaberta. Eu conhecia a mitologia; o Campo de Asfódelos é onde as almas que não são especialmente boas nem más ficam depois do julgamento. A história diz que é um enorme campo de trigo, onde as almas vagam eternamente sem um propósito claro.

Mas aquilo definitivamente não era um campo de trigo. Estava diante de uma megalópole imensa, com edifícios gigantes, avenidas, casas e uma vida noturna agitada. Era como estar no centro de Nova York durante o Ano Novo.

Dália NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora