Capítulo 20: Cócegas

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Os remédios sempre me deixam sonolenta, mas dormir agora era meio que impossível, principalmente com toda essa tenção que me rodeia, convenci Bruno a descer para tomarmos café da manhã, eu quis preparar o café enquanto ele procurava algo para comer.

O café de hoje seria um pão de queijo, presunto com café, quis beber café puro, sem açúcar, sem leite, sem nada, diferentemente de Bruno que pôs leite e açúcar, mas quando ele tomou um gole do café fez uma careta.

- Está ruim?

- Não... só tá forte.

- Desculpa... acho que exagerei um pouco no café.

- Tá tudo bem. Só toma mais cuidado da próxima vez que fazer o café.

- Tá...

- você tá bem? Parece tão tensa.

- Eu tô bem é que o acontecimento de hoje de manhã me deixou um pouco nerva.

- Tá falando das árvores? - digo sim com a cabeça. - Não precisa ter medo, eu controlo as árvores.

- A gente precisa mesmo dessas árvores?

- Se não fosse pelas árvores você teria fugido daquela vez. Então sim! Precisamos delas. - isso me trouxe uma lembrança ruim, a lembrança de quanto eu tentei fugir e fracassei miseravelmente, esse fracasso me custou uma perna, ainda conseguia lembrar de como tudo aconteceu, eu nunca iria esquecer, principalmente a dor.

- É... - toquei na minha perna decepada e depois olhei para Bruno, as vezes minha mente tentava me enganar, minha própria mente tentava me convencer que eu realmente mereci o que ele fez comigo.

- Emily? Você tá chorando?

- Que? - percebi que realmente estava chorando, eu não havia nem notado.

- Você está bem?

- Uhum... - Bruno limpou minhas lágrimas com a mão, aquela mão grande e pesada, essa mesma mão que me machucou tanto conseguia ter tão gentil, isso me fazia me sentir culpa de em algum momento ter ficado brava ou magoado ele. Eu sou mesmo a vítima dessa história?

Bruno se aproximou de mim e me envolveu em seus braços, aquilo era tão confortável, tão bom, senti que podia chorar confortavelmente nos braços dele. Bruno não disse nada, apenas me deixou chorar nos braços dele, acho que ele já se acostumou com eu ficando triste do nada.

Eu não sei por quanto tempo fiquei chorando, mas quando eu parei de chorar meus olhos estavam inchados e meu nariz entupido.

- Como eu odeio ver você chorar. Isso me deixa em pedaços. - recebi um beijo doce nos lábios. - Eu sou Eu sou um péssimo namorado, né?

- Não, eu só... Só fiquei um pouco triste.

- Não precisa mentir pra me agradar. Eu sei que está triste por minha causa, mas quero mudar isso, quero muito.

- E como vai fazer isso?

- Eu ainda não sei, mas eu juro que vou pensar no jeito de você ser a mulher mais feliz do mundo, é tudo o que eu quero.

- Eu não sei se ainda posso ser feliz.

- Você pode sim. Comigo. - suspirei, eu queria acreditar nisso, mas para mim parecia impossível.

- Vamos voltar a comer. - cortei aquela conversa e bebi o café, havia ficado frio, por quanto tempo eu fiquei me lamentando no ombro dele? Eu sou uma estúpida mesmo.

Depois do café eu tentei puxar assunto do Bruno, mas não vinha nada em minha cabeça, como é que eu ia distrai-lo dessa forma? Forcei meu cérebro para pensar rápido, até que veio uma ideia estúpida, mas pelo menos era uma ideia.

Louco Por Você [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora