Cap.2: "Son Of God"

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2 anos antes...

P.O.V Justin Bieber 14:47 p.m.

Cabo Verde - ÁFRICA

Devia fazer uns 45° graus naquela porra de tarde. Tava quente pra caralho, sentia minhas costas arderem, na carne viva, de tanto sol que fui exposto hoje. Mal podia esperar pra fugir daquele inferno, não aguentava mais ser torturado dia e noite.

Os outros presos que estavam comigo, muitos na verdade não gostavam de mim por ser um dos poucos brancos que tinha ali. Não precisava ser muito inteligente pra saber que ali era onde a elite desaparecia com os africanos que faziam alguma merda. E até hoje não entendo porque não me mataram. 2 anos nesse lugar e sou torturado todos os dias e noites, ocultando informações que com certeza vão prejudicar as pessoas mais importantes pra mim.

Iria prejudicar alguém que mesmo longe não consegui apagar da mente um dia sequer. Tenho pensado nela todos os dias que tenho sobrevivido, ela com certeza é o meu anjo da guarda. Não vejo outra forma de explicar o porquê de ainda está respirando após tudo o que passei nas mãos do miserável do Joe.

Inclusive é ela e minhas orações em Deus quem me mantém firme, forte e esperançoso de que um dia irei sair daqui. Irei sair daqui um dia sim, irei reencontrá-la, vou amá-la novamente e seremos felizes juntos. Preciso sair daqui pra cumprir todas as promessas que um dia fiz pra ela.

Só resta saber quando vou me livrar dessa prisão que estou preso há 793 dias... Vendo os mesmos rostos, levando surras pós surras, sofrendo dor física e emocional todos os dias. Não é fácil e reforço, não entendo como ainda não me mataram ou como uma força maior me obrigou a tirar a própria vida. É como se eu tivesse morrido e ido parar em outra vida, onde estaria vivendo o inferno por tudo o que eu havia feito na terra.

Roubo, mortes violentas premeditadas, mortes de inocentes e outra caralhada de coisas que eu fiz até chegar aqui. Nada resultou com sucesso, pois estou aqui pagando pelo preço dia pós dia.

Olhei pra cima e avistei o sol quente acima de mim, voltando a visão para minhas mãos que estavam amarradas com uma espécie de algemas, era um material grosso e impossível de tirar. Só tiram aquelas merdas de mim pra comer a porra de uma vez no dia.

— Aí, branco. — Ouço alguém me chamar e olho pro lado. — Tu tá mal hein, acho que não vai aguentar muito tempo não. — Comentou um cara ali e baixei a cabeça. Me chamavam de Branco, e uma das razões era ninguém saber o nome de ninguém ali. Maioria, se não todos, usavam apelidos pra não gerar uma espécie de identificação.

— Irmão, eu preciso sair daqui. — Uma terceira voz fala atrás de mim e vejo um grupo de homens conversando sentados no chão. Assim como todos os outros ali, inclusive eu.

— Tu pirou, cara? Tentar sair daqui é suicida.

— Eu sei, eu sei, mas temos que tentar. — Continuei com minha atenção na conversa. — Olha, tem apenas dois caras que fica de guarda no portão que dá acesso as escadas. — Enruguei a testa e fiquei pensativo, quando tive uma lembrança de quando fui trazido pra cá. Quando me arrastaram metros e metros numa escadaria até aqui em cima.

— Mas o que tu pensa em fazer? Com certeza vai ter mais caras, né? Deve ter uns 50 homens pra fazer a segurança desse lugar.

— A gente devia pelo menos tentar.

— E morrer. Bela vantagem.

— Mas seria um bom motivo pra morrer. — Engoli a seco a última frase da conversa e voltei a olhar pros altos muros daquele lugar.

Tudo o que eu sabia sobre aquele lugar é que ficava no meio do mar. Uma ilha isolada no continente africano, havia uma espécie de prisão feita completamente de pedras no ponto mais alto da ilha, e era lá onde eu estava.

Last Chance: Dangerous BackOnde histórias criam vida. Descubra agora