Capítulo final

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Bakugou sentia seu coração acelerar e suas mãos suavam. Estava tudo dando certo, por que não reparou que tudo estava indo bem demais para ser verdade.

Pelo canto do olho, ele viu Aizawa falar algo para o professor Mic, que saiu rapidamente da sala. Será que chamaria os seguranças para tirá-lo da sala? Se fosse assim, não era melhor poupar a todos e ele mesmo ir embora?

Mas não queria deixar Uraraka, não queria que a garota achasse que ele havia desistido dela e a deixado para enfrentar seus amigos sozinha.

Ele era um monstro, ele sabia que sim, mas ela confiava nele e Bakugou não suportaria magoa-la.

- Eu gosto dele e gostaria que vocês me apoiassem nisso ao invés de o atacarem. Bakugou-kun me faz feliz, isso deveria ser mais do que um motivo para vocês torcerem por nós dois.

Tsuyu a olhou.

- Ochan, veja bem, não queremos chatea-la, mas é Bakugou. O mesmo cara que machucou tantas vezes o Deku, que sempre nos tratou mal, que sempre foi grosso com você, que surtou na sala e tentou agredir todo mundo. Ele não é homem pra você.

Ochako suspirou e a olhou calmamente.

- Desculpe Tsuyu-chan, mas eu decido quem é homem pra mim ou não.

Todos ficaram calados por um momento e ela se virou para falar com Bakugou, encontrando-o prestes a ter uma crise. O coração de Uraraka parou e ela tentou repassar em sua mente todas as coisas que deveria fazer naquele momento, mas ver Bakugou daquela forma fez sua mente ficar em branco.

- Professor... - Ela apelou para Aizawa e ele abriu a porta.

- Vamos, leve-o ao meu escritório.

Katsuki parecia não ouvir e nem enxergar nada, tomado pela ansiedade que o fazia tremer até os ossos. Ochako segurou em sua mão e o tirou da sala, indo para um lugar mais fechado, onde os dois poderiam estar juntos, onde ela poderia o acalmar.

O sentou na cadeira em frente a mesa do professor e ficou entre suas pernas, segurando seu rosto.

- Bakugou-kun, olhe pra mim, eu estou aqui com você. Respire fundo, por favor.

Nada parecia surtir efeito e o aperto dele em sua cintura ficava cada vez pior. Ela o abraçou e tentou conforta-lo, dizer palavras bonitas, adentrar a mente dele e convence-lo de que estava tudo bem, mas o garoto parecia prestes a perder sua própria mente.

Minutos se passaram até baterem na porta e Mitsuki entrar com Aizawa. Ela estava com a focinheira e as cápsulas de aço. O coração de Ochako se acelerou e ela se colocou na frente de Bakugou.

- Saia daí, senhorita Uraraka, a mãe dele vai resolver isso.

Ela negou.

- Ele não é um monstro pra ser preso. Ele precisa ser acalmado e não virar o motivo de gozação do colégio todo.

Mitsuki a olhou com curiosidade e cruzou os braços.

- Parece que alguém acha conhecer meu filho melhor do que eu.

- Desculpe, senhora Bakugou, nossa aluna não queria desrespeitar sua autoridade. Ela só está muito preocupada com o colega. - Professor Mic disse, entrando pela porta.

- Namorado. Ele é o meu namorado e eu posso cuidar dele.

Disse firme e Mitsuki sorriu de lado. O mesmo sorriso de deboche que Bakugou exibia para todos, menos para Ochako.

- Okay, então faça ele tomar os remédios. - Ela tirou duas cartelas do bolso e as colocou em cima da mesa, saindo da sala sob o olhar da garota. Aizawa e Mic pensaram bem sobre o que fazer e se deram por vencidos, saindo também.

A chapeuzinho e o lobo mauOnde histórias criam vida. Descubra agora