Segredos Paul Lahote.

• Nine.

Acordo com o meu celular tocando, estico a mão para o alcançar mas não consigo, sinto um peso em cima de mim e quando abro s olhos era o Paul deitado em cima do meu peito, abraçado com minha cintura, passo a mão pelo seu cabelo e ele começa a se mover, Ele abre os olhos e ainda continua deitado em cima do meu peito, dou um beijo em sua cabeça e ele me olha.

-Bom dia – ele diz sonolento

-Bom dia – digo e logo recebo um selinho

-Que horas são? – ele pergunta

-Cinco e meia, eu preciso ir trabalhar – digo tentando me levantar

-Mais tá cedo – ele diz me abraçando

-Eu tenho que chegar as seis – digo

-Fala que ta passando mal – ele diz cheirando meu pescoço

-Você também tem que trabalhar – digo rindo

-Ainda estar cedo – ele diz

-Eu preciso ir – digo me levantando e me vestindo

Quando término de me arrumar ele já estava vestido sentado na cama, saio de casa e ele vem atras.

-Bom trabalho – ele diz me dando um selinho

-Obrigada e pra você também – digo entrando no carro

(...)

Hoje já era sexta e como toda sexta, eu já estava voltando da casa da minha tia, como sempre quase madrugada, essa semana eu e o Paul só nos falamos pelo celular, ele estava ocupado com o trabalho e com as coisas de quileute.

Quando chego em casa vejo alguém sentado na minha varanda, pego minha arma e desço do carro com cuidado, quando chego perto era o Paul que estava dormindo sentado, por segundos achei que era o Marcos...

-Paul – digo o sacodindo – Paul – ele acorda – O que esta fazendo aqui? E dormindo sentado?

-Briguei com meu pai– ele diz e percebo seus olhos inchados

-Vem vamos entrar – digo abrindo a porta – Você já jantou

-Já

-Quer conversar sobre?

-Eu quero apenas ficar abraçado com você e dormir – ele diz sonolento

-Vai pro quarto eu já vou – digo e o mesmo vai

Escondo a arma em baixo do sofá e vou pro quarto, ele estava deitado encarando o teto, pego meu pijama e tomo um banho, entro no quarto novamente e ele estava na mesma posição, me deito ao seu lado e pego em sua mão.

-Eu estou aqui – sussurro

-Você não entende – ele diz abraçando minha cintura

-Eu sei sim – digo fazendo carinho em seu cabelo – Descansa

-Eu te amo – ele diz e logo sinto sua respiração mais leve.

-Mas o problema nunca vai ser você e sim eu e talvez isso nos separe – digo suspirando e o abraço percebendo que o mesmo já dormiu.

(...)

Já fazia um tempo que eu estava acordada a um tempo, mexendo no cabelo do Paul que babava em meu peito, o homem pra dormir, já eram dez da manhã e ainda estávamos jogados na cama.

Consegui sair da cama devagar sem acordá-lo e logo desci pra fazer o almoço, não estava com fome mesmo então pulei a parte do café da manhã, estava quase tudo pronto quando alguém bateu na porta, desligo a panela e quando abro a porta não tem ninguém, mas no chão tem um papel. "Te achei amorzinho"

-Bom dia – me assusto quando o Paul me abraça por tras

-Que susto – digo rasgando o papel

-O que é isso? – ele pergunta assim que eu me viro para ele

-Nada, apenas brincadeira de criança – digo jogando no lixo – Dormiu bem – pergunto enquanto coloco nosso almoço tentando mudar de assunto.

-Dormi, valeu por ter cuidado de mim – ele diz

-Por nada – coloco os pratos na mesa e nos sentamos

-Você ouviu o que eu falei ontem? – ele pergunta

-O que? – faço de desentendida

-Nada não – ele diz voltando a atenção pro prato

-Paul... eu ouvi – digo parando de comer e ele me encara – Como eu disse ontem e acho que você não ouviu, o problema não é você, sempre vai ser eu, sempre vai ter algo do meu passado que vai nos separar.

-E por que você não me conta? – ele pergunta tocando minha mão

-Eu não posso, porque senão eu vou te colocar em risco – digo

-Risco de que? Eu sou um lobo Helen, sei muito bem me defender e sei muito bem te proteger – ele diz

-O papel que eu acabei de jogar no lixo foi um aviso, ele me achou e eu não posso deixar que ele machuque você

-Ele quem?

-Marcos... ele bom – digo olhando para a mesa – Come primeiro depois conversamos sobre tudo isso.

(...)

Estávamos no quarto um sentado de frente para o outro, ele queria respostas e eu queria contar, realmente gostava do Paul e se fosse preciso falar a verdade eu iria falar, mas tudo no seu tempo.

-Eu não vou te contar tudo, não agora, mas com o tempo eu te digo tudo eu prometo – digo segurando em suas mãos

-Tá bom, conta – ele diz chegando mais perto

-Eu tinha dezessete anos quando minha mãe se foi por conta do câncer, com isso ela me deixou com meu padrasto e minha irmã que tem cinco anos agora, arrumei um trabalho e todo o dinheiro que eu ganhava ia para o meu padrasto que gastava com drogas e bebidas... – respiro fundo – Com esse vicio ele começou a me bater, ele tentava bater na Helena mas eu nunca deixei, sempre a trancava no banheiro ou quarto para que ele não chegasse perto dela, alguns meses depois eu conheci o Marcos – digo sorrindo mas esse sorriso logo sumiu – Ele era incrível, mas eu sabia que era ele e os amigos dele que vendiam a droga para o meu padrasto, eu fiz o Marcos ficar obsecado por mim e com isso em meio ao desespero eu pedi para que ele matasse meu padrasto, ele tinha acabado de bater na minha irmã... ele a deixou desacordada. Marcos acabou fazendo o que eu pedi, quando eu contei uma mentira, dizendo que meu padrasto tinha me tocado, uns dias depois eu fui morar com minha tia, mas Marcos me achou então minha tia se mudou para Seattle e eu vim pra Forks tentar um recomeço, mas ele me achou.

-Eu não sabia disso tudo – ele diz me puxando para um abraço quente.

-Eu não sei o que o Marcos quer, por isso eu não posso deixar que ele descubra de você – digo

-Eu tenho um lado que ele não conhece posso dar um jeito

-Não, você não é um assassino, isso é problema meu e você não vai se meter nisso – digo olhando seus olhos – Me promete

-Prometo, mas se ele te machucar eu o mato – ele diz me abraçando.

Disso que eu tinha medo, o Paul se tornar uma pessoa ruim, acabar fazendo algo que pode sujar suas mãos e isso me deixa preocupada e com medo.