Namorar é coisa de gay

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Era uma tarde de sábado, Ekko iria passar a noite na casa de Ezreal, alfo muito comum, já que sempre faziam isso. No momento o platinado e o loiro jogavam videogame na cama do rapaz, berrando entre si e se batendo mais fora do que dentro do jogo.

-Ah vai a merda seu apelão do caralho! -Xingou empurrando o maior com o ombro

-A culpa não é minha que você escolhe a porra do Slade sem saber jogar de Slade!

-Você só tá me combando apertando pra baixo e 'A'

-Mentira! Você que é ruim Ekko! Eu te ganho em qualquer jogo, injustice, street fight, tekken tag, mortal kombat, pokémon, mario kart, minecraft, até no the sims sou melhor que você!

-Nem tem como competir no the sims!

-Ue, tenho dez mil a mais que você no lixo ao luxo!

-Usando motherlode é fácil

Quando menos esperou Ekko havia perdido, e então Ezreal começava a comemorar a vitória, mostrando a língua para o rapaz.

-Chupa caralho! Me mama aqui porra!

-Ah vai pra porra!

O platinado jogou os controles de canto, empurrando o maior na cama e ficando por cima de si, começando a lhe encher de cócegas.

-Ekko! P-Porra!! C-Calma ai!! -ria alto, tentando empurrar o rapaz

-Vingança! Muahaha! -fingiu uma risada maligna idiota, continuando as cócegas até ver que o garoto já estava passando mal, assim parando e se deitando ao seu lado

-Eu te odeio! -disse ainda rindo, voltando a respirar normal aos poucos

-No videogame você até me ganha, mas o pai aqui é mais tunado que o celta do meu vizinho, tá? Já trabalhei de pedreiro, concertando carro, ifood, garçom, a porra toda

-Ekko você têm quatorze anos, ter feito já isso tudo na sua idade é preocupante,  eu nunca nem trabalhei vendendo sei lá, limonada na porta

-Você é rico vagabundo Ez, faz porra nenhuma

-Cala boca pobre fodido

-Vêm calar!

Aquela resposta de Ekko veio com uma dúvida, nunca sabia como Ezreal iria o responder, podendo ser o beijando, ou o dando um tapa na cara, e, por sorte, fora a primeira opção.

-Satisfeito?

-Você sabe que não, agora quero que me cale mais vezes

-Sai pra lá gay!

O loiro riu, levantando-se da cama e ligando o pc, se olhando rapidinho no espelho e ajeitando o cabelo.

-Quer jogar the sims agora? Podemos continuar com o Jorginho Comecu e o Alaberto Picafrouxa, se não me engano o Jorginho tinha sido abduzido e engravidou

-Ih papo reto! - levantou-se da cama desligando o vídeo game e indo para o computador

-Vai abrindo ai, vou na cozinha pegar uns lanche

-Beleza!

Ekko sentou-se na cadeira reserva, a qual Ezreal tinha para dias como aquele, onde passava a tarde jogando com o rapaz. Abriu o jogo e colocou em carregar save, se deparando com algo que o fez sorrir meio bobinho, chegando até a clicar, mas esperando o loiro antes de dar play.

-Trouxe umas batatinha -disse Ezreal ao voltar após alguns minutos, deixando o saco de batatinhas aberto na mesa e sentando-se em sua cadeira gamer

-Sabe, eu mudei, não tava mais afim de jogar com o Jorginho

Quando ouviu isso Ezreal olhou confuso para o monitor, logo corando completamente quando percebeu que Ekko havia entrando no save em que fizera ambos e montado toda uma vida. No jogo os sims estavam casados e moravam juntos, tinham até mesmo os dois cachorros de Ekko, Listrinha e uma filha chamada Maya.

-Porra isso é vergonhoso! -Tampou o rosto vermelho, ouvindo a risada de Ekko

-Não é não! Eu achei muito fofo na verdade, têm até a Magali Paola e o Feijoada, ficaram igualzinhos

O platinado sorria bobo, pegando na mão do maior e entrelaçando seus dedos, dando beijos pelo rosto do rapaz, sussurrando em seu ouvido.

-Meu Ezzy é tão fofo e caprichoso, os sims ficaram iguaizinhos, exceto que... -parou com os beijos, o encarando nos olhos- No jogo somos até casados, mas na vida real não somos nem namorados...

- N-Namorar é coisa de gay! -Gaguejou desviando o olhar, tirando uma outra boa risada do rapaz

-Você me chama pra passar a noite contigo, nos cria como casados no the sims, me beija em momento aleatórios, as vezes até mesmo age igual um gatinho perto de mim, todo manhoso pedindo abraço e carinho, e você me diz que namorar é coisa de gay, senhor heterossexual?

Ezreal ficou em silêncio, encarando o nada, era como se seu servidor tivesse caido e estava tentando reconcetar com uma internet de dados móveis. Era verdade aquilo, e ele sabia que queria, e muito, poder chamar Ekko de seu namorado, respirando fundo e pronto para finalmente responde-lo, dizendo que então estavam namorando, mas fora interrompido antes mesmo de dizer a primeira palavra.

-O grande Ezreal, conhecido famosamente no mundo dos jogos pelo pseudônimo JarroPlumaluz -Segurou firme nas mãos do loiro, o encarando dos olhos- Já sou seu player dois a muito tempo, a pessoa quem segura seu outro controle do videogame, no entanto, não quero sejamos apenas como Noctis e Prompto, quero... Que sejamos como Bill e Frank

Sorriu de forma calma, beijando a palma da mão do rapaz, que logo soltou uma risada.

-O Frank morre, e você sabe disso

-Gorou e Itto?

-Eles não são cannon

-Porra Ez me deu um branco aqui, vai dizer sim ou continuar na discussão?

Revirou os olhos rindo, sendo surpreendido ao ter os lábios selados tão repentinamente, mas fechando os olhos e retribuindo, prolongando o contanto por mais um bom tempo, trocando algumas carícias durante o mesmo. Aquilo serviu como um sim para o platinado, que não pode deixar de sorrir, enchendo o rosto do, agora oficialmente namorado, de selinhos ao encerrar o beijo, descendo para seu pescoço e puxando-o para perto, colando as cadeiras e aproximando seus corpos.

- E-Ekko! Para!

O loiro gaguejou completamente vermelho ao sentir os selares pelo pescoço, segurando no ombro do rapaz e tentando empurra-lo, mas não fazendo tanto esforço assim, no fundo havia gostado daquilo, e não queria de verdade que Ekko parasse, mesmo não admitindo amava seus toques e carícias, se sentia mais seguro, confortável e até enérgico as vezes, no entanto era muito orgulhoso e, as vezes, o que as pessoas costumam chamar de "tsundere".

-Por que? Achei que meu Ezzy gostasse

Deu ênfase ao pronunciar a palavra 'meu', pegando no quadril do loiro e o encarando nos olhos com um sorriso bobo, fazendo o garoto travar e tampar o próprio rosto, praguejando Ekko em diversos idiomas diferentes e até mesmo não existentes.

-Porra, eu te odeio!

-Você me ama, loirinho, admite logo que eu sei -riu tirando as mãos do rapaz do rosto pela segunda vez no dia, o encarando nos olhos- Admite que me ama tanto quanto eu te amo

Ezreal ficou sem palavras desta vez, não soltando nem mesmo um mínimo som pela boca apenas escondendo o rosto no pescoço do platinado, bufando ali e permanecendo em silêncio, apenas ouvindo a risada que tanto amava do rapaz, que também amava, e até mesmo mais do que costumava parecer ou demonstrar.

Ele (não) é só meu amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora