"Brasa apagada"

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Capítulo 10

Meses atras eu estava feliz, me sentindo realizada com minha vida e minha carreira, então estou me perguntando como foi que cheguei na minha atual situação, desesperadamente agarrada a com alguém que conheci a menos de uma hora e me segurando tão forte nesse estranho que tenho medo de quebrar algumas de suas costelas, inspira um, expira dois, inspira três, expira quatro.

Escuto passos rápidos e me solto de Aaron, dando uma passo para traz, fungo o nariz, e ele prontamente me dá um lenço para secar meu rosto, percebo que borrei minha maquiagem em seu paletó caro, "Que ótimo".

­ - Me desculpe. - Digo recuando mais. -Sujei sua roupa.

Ele olha para baixo conferindo o estrago que causei.

- Sem problemas, não há nada que a máquina de lavar não resolva. - Ele sorri para mim.

- Lina. -Ouço Olivia gritando e correndo.

- Por favor gestante, pare de correr. - Ela me abraça chorando, pega meu rosto com as duas mãos e confere o meu estado.

Ainda não tive tempo de me conferir em um espelho, mas sinto uma ardência em meu rosto e percebo que minha boca esta cortada por dentro também, faço uma anotação mental "Acabar com a vida de Lucke por isso" e quando ele chegar ao inferno irei atormentá-lo um pouco mais.

- Eu juro que vamos atropelar aquele filho da puta! - Ela diz com os olhos cheios de lagrimas. - Já passou com o médico? Vamos a polícia.

Olivia está extremamente nervosa, percebo isso pela forme que me olha, ela sempre foi a ais clama das minhas amigas, me sinto péssima por colocá-la nessa situação. Ela para e coloca as mãos sobre a barriga suspirando e aguardando a minha resposta.

- Ainda não passei pelo médico, e sim, vamos há polícia, quero o Lucke preso, mas acho difícil, até porque ele tem dinheiro. -Sinto as lagrimas começarem a voltar.

- Precisamos de um advogado Lina. - Ela me olha e depois olha para Aaron. -Quem é ele?! - Pergunta de forma curiosa.

- Ele se chama Aaron Carter, ele me emprestou o celular e me trouxe até aqui. - Apresento Olivia a ele que dá um sorriso tímido de volta. Ela suspira e me puxa para uma cadeira, Aaron se senta a minha esquerda e Oli a minha direita.

- Vai Lina, me conta o que aquele imbecil fez com você.

Percebo a atenção de Aaron sobre nós e passo os próximos cinco minutos falando oque aconteceu. Choro em alguns momentos, em outros Oli chora, e no final ela está abraçada a mim.

Até esse exato momento eu não tinha percebido o quanto eu estava ferrada, sinto minha mão sendo puxada e acariciada por Aaron em forma de apoio, meu coração está tão devastado, e meu peito queima como as labaredas do inferno, pode ser ódio ou pode ser apenas uma tristeza extrema, ainda não descobri.

Escuto meu nome sendo chamado pelo médico e me levanto caminhando até sua sala, me sinto um pouco mais desanimada ao saber que vou ter que repetir toda a história do porquê estou fodidamente machucada.

Me sento em uma cadeira azul em frente ao médico, ele faz inúmeras perguntas e respondo tudo no automático, meus pensamentos estão em outro lugar, primeiro, como vou contar isso para minha família, segundo, conseguirei ter paz agora? Como vou manter Lucke longe de mim?! Terceiro, continuarei a morar em Washington? Inúmeras perguntas, porra nenhuma de respostas. Escuto o médico chamando meu nome e não havia percebido minha mente vagando tão longe, minha cabeça dói pra cacete agora, provavelmente já estava doendo, mas a adrenalina não me deixava sentir.

Me leve ao céu ou Deixe-me no ChãoOnde histórias criam vida. Descubra agora