Capítulo 2

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Amren recebeu cada soco com coragem. Tinha de ser alguém corajoso para enfrentar a força de Armina, a jovem Armina, a caçula com o puro poder frio e sem fundo, sem repreendas ou qualquer limite.

Armina, a irmã caçula, a tão temível irmã mais nova.

Sangue espirrava dos nós dos dedos da caçula, sangue estava borbulhando na boca de Amren quando sentia alguns de seus dentes quase quebrarem, lábios rachados, bochechas quase dilaceradas.

- Você me deixou. - Armina a segura pelos ombros.

Amren se mantem de olhos fechados, ela mal tem vontade de os abrir e sentir a ardência dolorosa. Ela sabia que esse era o caminho, a violência era o único caminho que tiraria as frustações da jovem, o caminho que faria Armina descarregar suas frustações antes de explodir e levar o mundo consigo.

Ah, a doce irmã mais nova. Tão mimada.

- Me deixou igual nossos pais fizeram conosco! Você é uma irmã má!

Mais e mais socos. Sem fôlego, Armina segura o rosto de sua irmã, encarando Amren com seus olhos cinzentos, redemoinhos de ventos a cercavam como um escudo, enquanto caos de poder estava fora.

Armina tão poderosa, tão temível e maldosa. Sua vontade era a justiça, seus desejos eram a verdade.

- Você é a pior irmã que eu poderia ter, Amren.

Uma risada seca e involuntária, Amren ri tossindo sangue, abrindo os olhos sem olhar para sua irmã.

- Sou a única irmã que você tem.

Amren arregala os olhos, pingos molhados e quentes caem em seu rosto, quando ela finalmente olha para sua irmã, encontra Armina escondendo seu rosto choroso com as mãos molhadas de sangue. Armina chorava, a irmã caçula chorava e soluçava como uma garotinha.

- Todo esse tempo... Todos os momentos de procura - Armina se levantou, as mãos trêmulas limpando as lágrimas. - Foram só um desperdício.

Terror, o pequeno dragão, se enrola no pescoço de sua dona. Armina o segura com carinho, enquanto lágrimas ainda descem por seu rosto, ela olha para Amren. E Amren nunca se sentiu tão minúscula, fraca e patética, diante de sua irmã caçula, ela não era nada, apenas poeira ao vento.

- Você é um desperdício de tempo, Amren.

Com suas últimas palavras que eram mais como facadas poderosas no coração de Amren, Armina se foi. O escudo de vento se desfez quando ela passou, aqueles que tentavam a tocar foram derrubados no chão, enquanto ela caminhava para seu desconhecido futuro.

- Ah, ela destruiu a porta - Cassian murmurou olhando as lascas de madeira destruídas.

Rhysand apertou o nariz balançando a cabeça, apertando os lábios antes de ordenar:

- Chamem Madja.

××××

Enquanto Madja passou toda a tarde restaurando os lábios e bochechas dilaceradas de Amren, Rhysand via os estragos feitos na cidade.

Não que a jovem irmã tenha destruído edifícios ou machucado moradores, mas sua presença espalhou o medo para todos que a observaram chegar, muitos disseram que ela caiu do céu com um dragão, perversidade e algo como raiva em seu rosto, e aqueles olhos, todos puderam reconhecer a antiguidade que existiam neles. Ela não fez nada, mas o pouco que fez foi o suficiente para ser temível e respeitável.

- Ela ainda está em Velaris? - Varian perguntou ao lado de Amren.

Madja confirmou que ela não teria cicatrizes, mas de qualquer forma, o estrago foi grande.

A Caçula | ʳʰʸˢᵃⁿᵈ (EM BREVE) Onde histórias criam vida. Descubra agora