Capítulo 3

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Armina lambeu os lábios molhados de vinho, serpenteando sua língua rosada por toda extensão da boca. Algo se revirou dentro de Rhysand ao ver isso.

— O mais poderoso Grão-Senhor... — Ela inclinou a cabeça, sorrindo com a petulância de uma jovem.

Ele tinha se apresentado. Rhysand, o meio Illiryano e meio feérico, forte e poderoso. Nesse mundo e nesse universo um deus que controla mentes... Ah, mal sabia ele que Armina poderia governar todas as mentes de qualquer universo existente.

— É assim que alguns querem me chamar. — Ele deu de ombros, inclinando o corpo para frente.

O par de olhos acinzentados se deliciou ao observar o Grão-Senhor, descendo por seus braços e subindo pelo peito, vendo sua alma e até mais. Ela juntou os lábios em um bico doce, piscando levemente ao endireitar a cabeça e o encarar com uma mão apoiada no queixo.

— Como eu deveria te chamar? — Ela murmurou, sua voz mudou de tom, séria e deliciosa.

Rhysand engoliu uma cota de vinho, ele abriu levemente a boca para soltar o ar quando absorveu a mudança satisfatória. Ela bateu as unhas na mesa, suas mãos eram lindas e limpas de qualquer cicatriz, Armina ri novamente, roubando atenção do Grão-Senhor, aquela seriedade havia sumido e o jovem rosto foi tomado por petulância e provocação; Armima sabia que tinha algum poder sobre ele. Rhysand se amaldiçoou por isso.

— Que tal um jogo de cartas, Grão-Senhor? — O título não foi jogado com desprezo, e sim, deboche.

— Como quiser, garotinha — rebate levantando uma sobrancelha ao ver que o sorriso dela quase sumiu, quase. — Mas, receio que eu não tenha um baralho aqui.

Ela vira a palma da mão para cima, um brilho cinzento rodopiando no ar como vento, quando assim um baralho surgiu. O jogo era preto com detalhes de prata, não era o tipo  de baralho que se encontra em um bar, era o tipo que se encontrava na mão de reis ou Grão-Senhores. Armina se recostou em sua cadeira, dobrando as pernas por baixo da mesa, o dragão em seu pescoço piscando preguiçosamente para Rhysand.

— Eu não jogo sem apostas — cantarolou embaralhando com maestria as cartas.

Ele assentiu, demonstrando não estar surpreso. Tudo nela demonstrava que era uma conquistadora, o jeito que exibia as roupas e as armas, a maneira que movia as cartas nas mãos e o brilho único no olhar para qualquer riqueza que Rhysand tivesse. O meio illirya moveu um dedo e seu lado esquerdo da mesa foi ocupado por moedas de ouro, pedras preciosas, anéis, colares e até tiaras.

Armina piscou com interesse, seus olhos brilhando para as pedras e o restante das joias, o dragão em seu pescoço balançou a cauda como se sentisse também a euforia.

— Gosto de jogar alto — Rhysand sorriu maliciosamente.

Aquela figura petulante sumiu, sendo coberta por pura soberba e malícia, algo brilhou naquele olhar cinzento, como redemoinho e ventos. Armina separou as cartas e entregou para seu adversário, com um piscar dos belos olhos, sua mesa foi coberta por ouro, regalias, joias, moedas e qualquer tipo de riqueza. Tudo tão novo como se tivesse sido criado no mesmo instante.

— Eu também — ela sorriu e jogou a primeira carta.

****

Sorrindo como uma doce garotinha, Armina colocou uma tiara no topo da sua cabeça, vestiu suas mãos com anéis e cobriu seu pescoço com colares, ela contou cada moeda, cada pedra e cada mínima coisa, um sorriso brilhante para cada tilintar dentro do seu baú. Porém, Rhysand do outro lado da mesa, não recebeu nada além de perdas e mais perdas.

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