Friendzone | JIHOPE

Capítulo 4

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Sabe o que mais me incomoda em minha vida? É que eu não sinto aquilo que eu deveria sentir. Me olhando no espelho, usando um robe de cetim preto em que havia comprado por puro capricho, eu deveria me sentir deslumbrante. Mesmo que eu tivesse nu por baixo, que o tecido fino me fizesse imaginar como seria sentir finalmente um carinho de alguém, não me sentia bonito, chamativo ou até mesmo sexy. Era espiral de pensamentos negativos sobre meus quadris, meus ombros largos, meu rosto pontudo e o olhar fino.

O espiral me fazia acreditar que Namjoon não me amava, pois eu não conseguiria ser atlético ou tão bonito quanto Jungkook. Eu não tenho a barriga trincada, as pernas definidas e não tem exalava sex appeal.

Óbvio que amar era muito mais que só amar. Aparência, gostar, paixão, desejo, personalidade... Nada meu havia chamado a atenção de Namjoon.

Como eu sou patético.

A campainha tocou me fazendo sair do limbo dos pensamentos e corri apertando o robe no corpo, quase tropeçando em meus pés até a porta.

— Amendoinzinho, por que seu... — Hoseok me olhou de cima a baixo, eu pude ver ele entreabrir a boca e passar a língua entre os lábios. Quase nunca notei o quanto ele é atraente em diversos pontos, sempre o achei palhaço e chato demais. Mas agora, ele está usando uma jaqueta de couro, segurando o capacete da moto em que pilotava e com cabelo todo bagunçado, não tinha como negar essa atração. — Puta que pariu. É hoje que eu tiro a barriga da miséria... Não. Não. Que tiro o pau da miséria.

— Sério, Hoseok? — dei espaço para ele entrar, segurando a vontade de rir. Esse é o problema de Hoseok, ele te faz rir, faz piadas e do nada, ele tá em cima de você te fodendo. — Entre. O que você iria perguntar?

— Por que você mora no terceiro andar em um prédio que não tem elevador?

— Tem elevador, mas tá quebrado. — Dei de ombros.

Hoseok tirou o casaco, o sapato e realmente parecia ansioso. Eu estava mais, com certeza. Até porque eu só transei em toda minha vida com uma única pessoa.

— Eu sei que você vai criar um mundo de regras para esse momento único, amendoinzinho. — Hoseok passou a mão no cabelo me fazendo tremer no lugar e veio até a mim devagar, com uns passos tão lentos que eu me senti uma presa encurralada. — Você pode criar quantos quiser, mas veja só... — Ele me segurou pela nuca, aproximando-se mais ainda seu rosto no meu. — Na hora que eu tirar esse robe, sou eu que mando, entendido?

— Então irei transar com meu robe. — Mordi o lábio nervoso, meu Deus, eu estava a ponto de ter um enfarte.

— Não. Sabe quanto tempo eu tenho vontade de te foder, Jimin? — Hoseok subiu as mãos até o laço do meu robe, e eu não sabia nem mais o que responder, algo em mim estava estático, travado, em torpor.— Responda, Jimin!

— N-não sei. Eu... — Ele abriu meu robe e deslizou as mãos do meus ombros até o pulso, deixando o tecido fino cair.

— Deixa eu ver você. — Hoseok se afastou devagar de mim e eu estava com tanta vergonha que só sabia tentar esconder meu corpo, e eu estava excitado. Estava sentindo prazer apenas pela voz dele e seus leves toques. — Sempre imaginei como era seu corpo, sinceramente. Sempre me perguntei quando eu iria poder te ver de verdade, sem nada. Você é deslumbrante.

— Você é um pervertido brega. — Sussurrei e o sorriso de Hoseok aumentou de uma forma, ele parecia querer me devorar. Era estranho e bom.

— Sim, quando o assunto é você, me torno isso. — Hoseok parou de me olhar daquele jeito consumador e chego mais perto, a minha respiração estava tão forte que eu notei que ele havia percebido meu nervoso. — Jimin, eu não vou fazer nada que você não queira, ok?