Parte Três

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— Cuidado pra não se engasgar — disse Shoyo quando Atsumu mordeu seu hambúrguer. Só havia carne, uma fatia de queijo, duas de presunto e o pão era o puma. Já o de Shoyo era completo com tudo a que ele tinha direito.

O balcão estava cheio com os pães, água, os hambúrgueres, batata frita e milkshake de morango. Os morangos e o leite condensado estavam guardados para a sobremesa.

As refeições deles geralmente eram completas e saudáveis. Mas os sábados eram a exceção. Os dois ficavam de folga do trabalho e tinham o dia só para eles.

Atsumu comeu com gosto, percebendo que Shoyo mais o observava do que comia.

— O que foi?

— Você parece um esquilinho.

O ômega corou sobre o elogio.

— Bom, então vou parar de comer tanto.

— Não, não. Continue. É fofo.

Atsumu não respondeu e, sentindo as orelhas queimando, comeu um pouco de batata.

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— Por que você está encarando o morango?

A TV da sala estava ligada, passando Moana. A lata de leite condensado estava aberta e uma tigela com vários morangos estava ao lado. Atsumu espetou um com um garfo e mergulhou no leite, mas ao invés de comer ficou encarando.

— Você disse que meus feromônios cheiram a morango, certo?

— Sim, eu disse. O que tem?

— Eu acho que estou prestes a cometer canibalismo.

Shoyo ficou um segundo em silêncio antes de começar a rir.

— Você não existe, Tsumu!

— Existo sim. E essa é a coisa mais óbvia a se pensar. Aposto que você não pensa assim porque seu feromônio não é algo que pode ser comido.

— Quer apostar? O perdedor realiza um desejo do vencedor.

— Assim não vale.

— Como assim?

— Você já realiza todos os meus desejos.

Shoyo sorriu, os olhos brilhando.

— Sim, eu já realizo todos. — De repente, o alfa se inclinou para frente e roubou o morango do garfo do ômega, mordendo-o inteiro. — E agora eu comi você.

Atsumu soltou o garfo, tão vermelho quanto o morango que acabara de ser roubado.

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— Você não vai dormir comigo hoje?

— Não.

Mais uma tradição dos sábados era que Atsumu e Shoyo dormiriam na cama de Shoyo depois de um filme. Mas nesse momento os créditos de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, estavam passando e o ômega estava anunciando que iria para a própria cama.

— Está tudo bem? Eu fiz alguma coisa?

A expressão preocupada e culpada de Shoyo fez o coração de Atsumu se retorcer.

— Está tudo bem. Eu só estou com vontade de dormir sozinho.

— Oh...

Não era de todo mentira. Se pudesse Atsumu dormiria todos os dias ao lado de Shoyo. Mas essa era uma vontade recente. E ele precisava saber de onde ela vinha. Precisava entender.

— Sendo assim, tenha uma boa noite de sono — disse Shoyo, já lhe beijando a testa.

— Você também... — sussurrou de volta.

Estrelas Frutadas (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora