Parte Cinco

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E chegamos ao fim.

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Não surpreendendo, a primeira coisa que Shoyo faz quando eles entram em casa é perfumar Atsumu. Ele esfrega seu pulso nele e as mãos também, desesperado para retirar o cheiro de outro alfa de Atsumu.

Mas o que ele fez em seguida é totalmente novo.

Ele está segurando o rosto de Atsumu com força, e beijando seus lábios. O primeiro impulso do ômega é lembrar de todas as outras situações semelhantes, enviando um pulso de medo pelo seu corpo. Mas o segundo é relaxar, afinal é Shoyo ali, lhe beijando. É o seu alfa.

O beijo não dura tanto quanto gostaria, pois logo Shoyo se afasta. A expressão dele não é agradável. Seus lábios tremem.

— Desculpa — pede em tom choroso. Ele abraça Atsumu, trazendo a cabeça do ômega para seu peito de forma protetora. — Desculpa. Eu... Eu não queria fazer isso com você. Não assim, não desse jeito. Eu... Desculpa. Eu não queria ser igual a eles. Desculpa. Me perdoa por favor. Desculpa. Eu só... Eu fiquei louco de ciúmes, de saber que alguém ousou fazer uma merda dessas com você e eu... Eu fiz igual. Me perdoa, Tsumu. Desculpa.

— Eu queria esse beijo — sussurra o ômega, suavemente interrompendo e se afastando com cuidado. Há lágrimas escorrendo pelo rosto do alfa. — Eu queria o seu beijo, Shoyo.

— Eu... Não entendo.

— Eu também não. — Atsumu abriu um sorriso triste. E seus olhos se encheram d'água. — Eu estou muito confuso agora. Nós podemos conversar?

— É claro que podemos, Tsumu. — Shoyo o abraça de novo e o ômega se permite ficar ali.

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Uma hora depois, depois de um banho quentinho e vestindo roupas confortáveis (as de Shoyo), envolvo em sua manta de pêssegos, está Atsumu. Ele senta na cama do alfa ao lado deste. Nenhum dos dois se pronuncia de imediato, hesitantes de como começar essa conversa.

Até que Atsumu percebe por onde quer começar a falar.

— Eu descobri que sou autista hoje. Nível um de suporte. — Shoyo lhe olha, esperando. Há carinho em seus olhos. — Me encontrei com Osamu e ele me contou. E... Ele também disse que eu estava apaixonado por você. E acho que eu realmente estou.

Shoyo toma uma respiração trêmula, prestes a chorar novamente.

— Eu acho que estou apaixonado por você, Shoyo.

Era isso. Atsumu tinha confessado. Ele tinha confessado a Shoyo. E Shoyo... Shoyo estava chorando. Lenta e silenciosamente chorando. O ômega se ajoelhou na cama, secando as lágrimas do alfa, que se inclinou para o seu toque. No instante seguinte Atsumu estava puxando ele para um abraço.

Então é a vez do ômega acariciar os cabelos negros.

— Está tudo bem? — pergunta Atsumu.

— Sim, eu só... — Shoyo se afastou de seu pescoço, os olhos e o rosto vermelhos. — Eu só estou tão feliz.

— Você está? Então por que está chorando?

— Eu estou chorando, Tsumu, porque estou completamente feliz. — Shoyo segurou o rosto do ômega com carinho, encostando suas testas. — Eu amo você. Amo você, Tsumu.

Então foram os olhos de Atsumu que encheram de lágrimas.

— Você me ama? — Sua mão tocou a do alfa. — De verdade?

— De verdade.

— Mesmo mesmo?

— Mesmo mesmo.

Estrelas Frutadas (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora