2. O frio.

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"Era noite fria de inverno, as folhas congelaram como pedras e o vento soprava forte, soava como assobios, sendo possível ouvir a ventania passar pela janela." Isso pode-se ser considerado como um desabafo em meu peito, a dor que vem como ardência.


Estava chovendo, era noite fria de inverno e as flores se fecharam, a lua iluminava minha janela e eu permanecia sentado olhando para ela, me perguntando o porquê não poder tocá-la, por qual motivo ela é tão bela e deslumbrante, a cada dia que passa. E as respostas? nunca cheguei a tê-las. Particularmente, gosto de ficar sentado em meu canto e olhar para a lua, adoro o frio, o cheiro de terra molhada, mas nesta noite a chuva não caia, e sim, as minhas lágrimas.

00:03 BUSAN

Park havia passado sua noite em claro e em completa solidão, se perguntando o porquê de passar por aquilo, e para se ver fugindo de tais pensamentos, observava a lua e chorava como um cachorrinho abandonado, sofrego e baixinho. O garoto fungava e pedia em sua mente, para que tudo aquilo acabasse e ele pudesse voltar a sorrir como antes. Após passar mais uma de suas noites aterrorizantes, o mesmo adormeceu e ao dia seguinte acordou.

Seus olhos estavam inchados, avermelhados, olheiras estavam a mostra e qualquer um que às visse diria: "-Há quanto tempo você não tem dormido bem?" seu estado estava deplorável. Levantou-se de sua cama, pôs suas pantufas quentes e macias, estava frio e seu nariz já estava à escorrer. O garoto tinha facilidade em pegar um resfriado pelo tempo frio.

- Jimin... - Escuto minha mãe bater na porta do meu quarto. - Filho, você já está acordado?

- Estou...mãe. - Coço meus olhos e olho para a porta, ao mesmo instante que falo, a porta se abre e vejo minha mãe adentrando o quarto.

- Você...dormiu bem, jimin? - Adentrou no quarto, olhando diretamente para o pequeno garoto em sua frente com a face triste, sua mãe sabia que o menor havia passado mais uma noite em claro, uma noite de pesadelos.

- A senhora sabe, é a mesma coisa de sempre. - Disse em um tom sereno, não olhando diretamente para sua progenitora. - Ficarei bem, mãe! - Mentiu. - A senhora não tem que se preocupar, está bem?! - Forçou um sorriso, tentando passar confiança para sua mãe e que por sinal, funcionou.

- Eu estou aqui meu filho, e você ficará bem! - Afirmou, sorrindo minimalista, andou até seu filho e o abraçou. - Te amo, meu amor!

- Eu também... - Disse tentando se sentir confortável ao ganhar o abraço da Sr.Park.

- Preciso me arrumar. - Seu tom saiu um tanto breve, alto e claro, mas não de forma grosseria, foi sutil. - A senhora pegará meu boletim hoje? - Olhou para mesma de um jeito carinhoso.

O garoto já sabia da resposta de sua mãe, pois no meio dos anos era sempre assim. Seu boletim era sempre entregado com atraso, e os motivos eram sempre os mesmos.

- Tentarei fazer um esforço para ir, hoje vou precisar sair para resolver alguns documentos pendentes. Seu pai; só me deixou problemas. - Desabafou, não queria colocar a culpa no filho, mas sim em seu falecido marido. - Você entende, não é? Mãe precisa resolver as coisas, para tudo ocorrer bem em nossas vidas. - Fez um breve carinho no cabelo do menor.

- Entendo, a senhora não tem que se preocupar com boletim. Afinal, vá quando tiver tempo, resolva nossas coisas mãe. - Afirmou, mas por trás desta afirmação existia magoa.

Lua Estilhaçada; o começo.Onde histórias criam vida. Descubra agora