A Saga do Destino livro 1 - A Chave Elemental

Na Floresta de Sir'benét

– Fim da linha. – Skuit disse. Thomas ergueu a luz para ver melhor. Havia uma parede frente ao Transfigurador, com barras de metal presas à pedra. – Eu subo primeiro!

Ele fez como dito, tomando uma forma humana no processo, e um facho de luz fraca iluminou o corredor quando ele chegou ao topo.

Thomas esperou as gêmeas Transfiguradoras subirem antes de segui-los. Os degraus estavam desgastados e enferrujados, mas pareciam ser fortes o bastante. Seus pés estavam um pouco cansados, como se tivesse andado por horas – o que talvez fosse o caso – mas nada que o impediria de se mover.

E, após passar por uma baixa abertura escondido entre pedras, ele estava de volta à superfície. Thomas olhou em volta. Estavam de novo entre as árvores coloridas da floresta em que tinha chegado. Mas ali as árvores pareciam ser diferentes, todas bem próximas umas das outras, entrelaçando seus galhos e formando um telhado natural de folhas, impedindo que muita luz passasse.

– Certo, para onde vamos agora? – Magdalenâ se pronunciou.

Édna desembrulhou o que Markúz tinha lhe entregado, era uma pedra lisa e azul-esverdeada, com um formato pontiagudo e achatado como a ponta de uma flecha. Inscrições a enfeitavam cá e lá, além de linhas e círculos.

– O que é isso? – Thomas perguntou, interessado, enquanto Édna colocava a pedra na palma de sua mão.

– Uma bússola de lápis-lazúli. – A garota esclareceu. – A ponta mágica sempre aponta para a cidade ou lar mais próximo.

Thomas ficou ao lado de Édna, examinando a pedra, tentando entender como a garota conseguia ler o objeto, embora soubesse que não chegaria muito longe. Ele deslizou a mão pela pedra de Maes em seu pescoço, por um momento se perguntando que tipo de pedra era aquela. Uma ametista talvez...?

– A pedra aponta naquela direção. – Édna disse. – Como a gente veio daquela direção, isso quer dizer que não está apontando para Maêrua Êkra.

– Para que está apontando então?

– Talvez At'knik. – Skuit mencionou.

– Pode ser. Mas eu acho que At'knik é mais ao sul. – Édna murmurou, os olhos grudados na pedra.

– O que é At'knik? – Thomas decidiu aproveitar para perguntar.

– A cidade dos Okrasiri. – Skuit explicou enquanto Magdalenâ revirava os olhos, falando alguma coisa em sua língua. – Eles são praticamente os guardiões da floresta Sir'benét. Eles são bem reclusos, mas a gente conhece um...

Magdalenâ interrompeu o outro, falando de modo ríspido e lançando um olhar estranho para o humano. Foi a vez de Skuit revirar os olhos e reclamar com a outra Transfiguradora. Até que Édna sibilou:

– Calem a boca. – Ela disse e Thomas mordeu o lábio para não rir com o silêncio imediato dos outros. – Mag tem razão, não é uma boa ideia ficar parado no mesmo lugar por muito tempo, vamos seguir na direção que a bússola aponta e pronto.

Eles se puseram a andar, com Édna indo na frente e Thomas ladeado pelos outros Transfiguradores. Thomas não pôde se impedir de pensar no que Édna, e Magdalenâ, queriam dizer. Aquela área da floresta parecia mais sombria que a outra, tanto que ele não se surpreenderia se encontrassem um Fantasma rondando por aí...

Thomas engoliu em seco, se arrepiando de repente.

Não, de novo não...!, ele respirou de modo trêmulo.

Sua nuca estava formigando novamente, como se pequenos insetos corressem por sua pele, e ele já sabia bem o que causava aquele sentimento.

– Espera...