Capítulo 7

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  Minha avó estava certa, aqui é lindo. Temos que fazer uma trilha simples para chegar até a cachoeira, que não demora nem cinco minutos. O lugar é rodeado de árvores, e tem uma parte de grama onde a Cecília colocou uma toalha de mesa para nos sentarmos, a cachoeira é grande e bonita, e pelo que a Carol me falou não é perigosa por não ter tantas pedras nem uma correnteza forte.

— Vocês vão ficar sentadas ai? — Carol pergunta nos olhando sentar na toalha. — Porque eu vou nadar.

— Eu passo essa parte de nadar. — Cecilia diz fazendo uma careta.

— Eu vou esperar o pessoal chegar. — Nanda diz e só então descubro que vem mais gente. Carol me olha com uma expectativa como se pedisse para eu ir com ela.

— Tá bom, eu entro com você. — Ela dá um sorriso grande, como se fosse uma criança e já vai indo em direção a água. Fico só de biquíni e me junto a ela, por incrível que pareça a água não está gelada, como eu pensava, claro que não está quente mas está em uma temperatura boa.

— Você sabe nadar? — Carol pergunta assim que entro na água, indo para o meio, onde ela estava.

— Claro, não confio tanto em você assim pra me salvar. — Digo e ela solta uma risada.

— Realmente não saberia te salvar. — Ela chega mais perto, quase colando nossos narizes.

— Não acredito que Carol voltou com tudo. — Ouço um grito e olhamos na direção da garota que está acompanhada de dois meninos, que me recordo de ter visto na praça.

— Dá um tempo, Marina. — Carol diz se afastando emburrada.

— Estava tão animada pra te conhecer. — Ela diz para mim agora. — Você é mais bonita do que me falaram. — dou uma risada sem graça porque não tem o que eu dizer.

— Para de ser sem noção, Marina. — Nanda que diz desta vez.

— Trouxemos bolo. — Um dos meninos diz, quebrando o clima tenso que havia se instaurado.

— Desculpa por ela. — Carol sussurra no meu ouvido quando os outros se distraem com a comida.

— Não esquenta. Mas vou querer saber mais sobre essa história de você não falar que eu sou tão bonita. — Sussurro de volta em seu ouvido.

— Ela é louca, jamais falaria isso. — Ela diz dando selinhos na minha mandíbula. — Você é linda.

— Vou fingir que acredito mas não vou esquecer. — Ela continua com os selinhos mas vai descendo pelo meu pescoço.

— Vocês vão ficar se pegando aqui na frente de todo mundo mesmo? Só pra saber. — Nanda diz em um falso tom sério.

— Larga de ser homofóbica, Fernanda. — Carol diz se distanciando um pouco, só o suficiente para olhar os amigos, mas suas mãos estão na minha cintura, nos mantendo juntas.— To pensando em ir no centro essa semana, quer ir comigo pra conhecer? — Ela diz baixo, se voltando para mim novamente.

— Claro, adoro centros. — Realmente amo os centros, é sempre o coração da cidade, o que significa que é sempre a melhor parte da cidade.

— Podemos ir de final de semana que tem uma feirinha bem legal. — Antes que eu possa concordar, Nanda nos chama para comer com eles, então saímos e vamos até a grama. Eles trouxeram pão recheado e bolo, que eu descobri ser da padaria do pai do Henrique, o outro menino é Pedro.
  O resto da tarde passa rapidamente. Vamos embora no fim da tarde, junto com o pôr do sol.
Carol me deixou em casa, mas disse estar cansada então não quis entrar.
— Cheguei. — Digo assim que abro a porta. Escuto vozes vindo da cozinha, então sigo até lá.

— Yas! Chegou cedo. — Minha vó diz animada assim que me vê. Na mesa com ela, vejo Sofia. — Senta ai, quer um café?

— Não, obrigada. Tudo bem Sofia? — Digo me sentando em uma das cadeiras vagas.

— Tudo. Fiquei sabendo que foi na cachoeira. — Como essa mulher é fofoqueira. — Gostou de lá?

— Gostei sim, é bem bonito.

— É mesmo. Eu tava falando pra D. Aurora que vou pra cidade vizinha nesse final de semana, resolver algumas coisas, ela disse que você precisava comprar umas coisas, se quiser pode ir comigo.

— Ah, não precisa. Não é nada urgente.

— Mas quanto antes comprar, melhor, não é? — D. Aurora diz sorrindo, ela gosta mesmo da Sofia, impressionante. — E você aproveita que a Sofia dirige e te mostra as lojas.

— Se não tiver problema. — Digo olhando para Sofia.

— Problema nenhum. Eu gosto de companhia.

— Que bom. Vai ficar pra janta, querida?

— Ah não, já passei a tarde toda aqui, preciso voltar pra casa.

— Tudo bem. Vocês combinam o horário pelo celular né? — Como tá desesperada para eu ir.

— Sim, a gente combina.

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