Capítulo 20

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 Passamos o resto da tarde nos arrumando, já que éramos muitas e meninas quando se arrumam juntas demoram bem mais.

Conseguimos ficar todas antes do esperado e seguimos para a praça. As meninas parecem animadas mas com um pé atrás por ser na praça.

— Chegamos lindas. — Digo e vejo que a maioria já está aqui.

— Yas! Você veio. — Nanda diz me abraçando e sorri para as meninas. — Prazer, eu sou Fernanda.

— Essas são Ayla, Raquel, Stella, Nat e Helena. — Elas sorriem e cumprimentam Nanda.

— Venham conhecer o pessoal. — Ela nos guia até a roda onde seus amigos estão e apresenta as meninas.

— Amigas da Yas são nossas amigas também, sentem ai. — Cecília diz e as meninas se ajeitam na roda.

— Cadê aquela sua amiga bonitinha? — Stella sussurra no meu ouvido e demoro um pouco para entender de quem ela fala.

— A Sofia? — Ela concorda com a cabeça. — Não sei se ela vem, mas sinto em te dizer que ela namora.

— Não acredito. Ela é muito linda para namorar com outra. — Ela faz uma cara triste e eu dou risada dela. — Então vocês nunca ficaram?

— Não, claro que não.

— Achei que já tinha ficado com alguém.

— Já fiquei, mas não foi com ela não. Nem vai dar pra você conhecer a menina porque ela se mudou.

— Você sempre dá sorte, né? Nenhuma dura. — Rimos juntas. Somos amigas antes do meu namoro com a Ayla então ela conheceu várias ficantes minhas, que nunca duraram. — A única que durou tá bem ali. — Ela diz olhando para Ayla, que está conversando com Cecília.

— Você nem começa.

— Sabe que só viemos para vocês voltarem, né? — Ela diz tão naturalmente que me pergunto como não pensei nisso.

— Não vieram para me ver? — Digo um pouco chateada e acho que ela percebe.

— Claro que viemos mas essa coisa de não nos vermos é mentira, sempre nos encontramos mas sempre parece que falta alguém. — Ela me dá um empurrão com o braço. — Queríamos nosso casal de volta também.

— Não tem muito que vocês possam fazer.

—Ela ficou muito mal Yas. Desde que vocês terminaram. — Ela parece pensar no que vai dizer. — Eu sei que ela não demonstra e nem te falou nada mas ela sofreu muito. Ela ficou sozinha em casa, não queria ver ninguém, nem a Nat. Foi um período difícil para todo mundo.

— Eu não fazia ideia.

— Nem tinha como você saber. Sempre que falamos que íamos te contar ela ficava brava e chateada e não deixava. — Ela respirou fundo. — A gente respeitou o tempo dela. Agora ela parece melhor. — Ela diz e eu olho para Ayla.

— Achei que ela tinha ficado de boa com o término, ela sempre aproveitou ser solteira mais do que eu. — Antes de termos algo sério ela ficava com várias pessoas e nunca me escondeu isso, mas eu nunca liguei.

— Era diferente, ela não tinha te conhecido e não sabia o que era estar com você. — Não respondo porque não sei o que dizer, não fazia ideia dessas coisas.

— E você Stella? Faz o quê? — Escuto Cecília perguntando e vejo que todas estão conversando agora.

— Eu faço curso de direito. — Ela responde e elas engatam em uma conversa sobre o curso.

— Eu vou ao banheiro. Já volto. — Digo e saio sem saber se alguém ouviu o que eu disse. Aqui na praça tem uma vendinha que parece aquelas de bairro e nos fundos tem um banheiro. Cumprimento a moça que trabalha lá e sigo para os fundos. Entro na cabine para respirar e quando saio vejo Ayla parada na pia, vou na torneira do lado e lavo a mão, fingindo não ligar para sua presença.

Longe da cidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora