1985

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   Hoseok correu, subindo as escadas. Estava com medo, porém também com raiva.

   Seu pai estava completamente fora de si.

   — Venha aqui, seu desgraçadinho!

   Se trancou em seu quarto, fazendo força para empurrar o pequeno criado mudo até a porta, bloqueando a passagem.

   Sentou-se no chão, agarrando a cabeça, os olhos fechado, tentando pensar em algo que o acalmasse.

   Mas nada vinha-lhe em mente.

   Ouviu sons em sua porta.

   Arranhões...

   Arranhões e facadas...

   Seu pai estava acertando a porta com uma faca.

   — Abre a porta, Hoseok! Abre a maldita porta!!

   — Não! Me deixe em paz!

   A porta foi empurrada, certamente seu pai estava na tentativa de derruba-la.

   Hoseok estava cada vez mais desesperado.

   A porta caiu para dentro do quarto, junto com o criado mudo, causando um estrondo.

   Hoseok gritou. Não havia para onde ir.

   Seu pai avançou contra ele, tendo como reflexo o filho agarrando a faca que ele apontava a faca para o menor.

   — Pai, para! Para!!

   — Você me lembra dela! Eu odeio lembrar dela!

   A faca escorregou para baixo, rasgando-lhe a palma da mão.

   Hoseok fechou os olhos, lágrimas continuas não paravam de escorrer de seus olhos.

   Tentou se debater, na esperança de tirar seu pai de cima de si, porém a tentativa foi falha.

   Seu corpo vacilou, enquanto fraquejava. Seu pai puxou a faca para cima, vendo Hoseok deixar seu braço cair, fazendo uma poça de sangue se formar abaixo de sua canhota.

   Desceu sua mão com ódio, acertando o corpo de seu filho, repetiu o ato freneticamente, o esfaqueando até mesmo depois de seus olhos estarem vazios e sem vida.

   Ele continuava a revestir sem parar, estava cego pelo ódio e completamente cheio de adrenalina.

   O piso de madeira velha já estava úmido e pingava sangue para o andar debaixo pelos pequenos buracos feitos por cupins.

   Seu pai levantou, descendo e indo até a porta dos fundos. Precisava respirar, estava se sentindo sufocado.

   O dia parecia ter mudado por completo. As flores haviam morrido, estavam todas caídas pela grama laranjada que fora verde vivido. O sol estava mais claro e parecia soltar raios gelados.

   Ficou o olhando por mais de dois minutos, seus olhos não arderam ou pareceram queimar. Algo estava muito errado.

   Olhou para a faca completamente ensanguentada.

   Era o sangue de seu filho...

   Cujo acabara de assassinar brutalmente e sem compaixão.

   A brisa estava congelante. As árvores estavam amareladas e muitos montes de folhas estavam espalhados por todos os lugares.

   Largou a faca sobre a grama, da mesma forma que seu corpo caiu ao lado dela.

   "Se você for embora, eu também irei"

Meu melhor amigo é o sol! O sol é meu melhor amigo! Ele me faz brilhar e me deixa quentinho quando estou com frio. Meu melhor amigo é o sol! O sol é meu melhor amigo...

The End of SunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora