Lado A - Epílogo

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Semanas se passaram depois que eu e Gael voltamos, está tudo bem entre nós. Nosso castigo não durou muito, porque a gente não estava nem ligando para o castigo e fizemos tudo que foi nos ordenado a fazer. Então meu pai se cansou de nós em casa o tempo todo e liberou a gente do castigo.

Eu e Gael saímos para a praia e passamos o dia juntos, aproveitamos que ninguém que estava por perto, ter um momento nosso foi ótimo depois de semanas em casa.

Então tivemos uma grande notícia na nossa família. Vamos nos mudar para uma casa maior, porque meu pai ainda é contra eu e Gael dividir o mesmo quarto, mas a gente continua dormindo juntos, a gente reveza os quartos. Meu pai levou todos para ver a casa, que era bem maior do que a que moramos agora.

Agora estamos fazendo mudança para a nova casa, estou terminando de arrumar o resto das minhas coisas dentro de uma caixa, meu quarto estava vazio, era estranho ver ele assim, moro nessa casa desde pequeno.

- Tudo bem? - Gael estava parado na porta me olhando.

- Sim - respondi.

- Não parece - ele caminhou até mim. - Me conta, foi foi? - Ele me olhou.

- É estranho pensar que nunca mais vou voltar aqui, cresci nessa casa - sorri fraco para ele - tento muitas lembranças da minha mãe nessa casa, com meus amigos e com você.

- Tom não vai vender a casa - Gael disse. - Essa casa ainda é sua, sempre vai ser.

- Você tem razão - murmurei.

Gael me abraçou e ficamos ali por um tempo. Isso era mesmo difícil pra mim, mas um dia eu vou voltar para essa casa e morar aqui com a minha família. Gael me ajudou com as caixas e descemos com as minhas coisas, Luke estava com Julie arrumando as coisas na cozinha.

- Daniel - meu pai veio até mim. - Queria esperar mais um tempo, mas acho que é uma boa hora pra isso.

- Eu não fiz nada, foi Luke - joguei no ar.

- Foi o Gael - disse Luke da cozinha.

- Foi o bebe - Gael disse segurando o riso, olhei para ele e segurei para não rir - que ainda não nasceu.

- Não quero o que foi isso - disse ele nos olhando. - Quero dar um presente.

- O que? - Olhei para ele confuso.

Meu pai nunca me dá um presente sem ser em alguma data comemorativa ou quando ele consegue algum feito no trabalho, então no momento não consigo lembrar de nada e também não é nenhuma data comemorativa. Não faço ideia do que seja.

- Vem comigo - disse ele.

Caminhamos para fora de casa e tinha um carro azul parado na garagem, nunca vi esse carro antes. O carro do meu pai é preto e o de Luke também, o carro de Elena é cinza. Meu Deus, ele me comprou um carro pra mim? Eu não estou acreditando!

- É seu! - exclamou ele. - Use com responsabilidade.

Abracei meu pai por um tempo. Eu não estava esperando por, será que mais alguém sabia? Elena devia saber disso. Eu ainda não estou acreditando que ganhei um carro.

- Como Luke vai pra faculdade, não vou poder te dar carona sempre para escola e Elena vai ter o bebê - meu pai estava sendo atencioso como sempre - então você iria precisar de um carro.

- Obrigado! - exclamei.

- Você sabe dirigir? - perguntou Gael vindo até nós.

- Sei - sorri para ele. - Tem umas coisas que você não sabe sobre mim.

- O que eu tenho que fazer para você me contar? - Ele me beijou.

Peguei a chave do carro e entrei nele para dar uma volta pelas ruas, ver como era. Gael veio comigo, eu estou feliz por ter ganhado um carro. Parei na frente de casa e vou aproveitar o carro para levar minhas coisas e de Gael logo para casa nova, já que ganhei um carro e isso vai ajudar bastante agora.

Nossa nova casa era mais perto da escola agora, parei o carro da frente da casa e pegamos umas caixas e levamos para dentro, Elena estava organizando algumas coisas que já tinham na casa, alguns móveis vieram antes.

Todos já tínhamos nossos novos quartos, todos agora tinham banheiro em seus quartos, Gael deixou a caixa dele, onde devia ser o quarto dele, mas vamos dividir um quarto - provavelmente o meu - meu pai vai ter que aceitar isso.

A mudança estava acontecendo e eu chamei Gael para a gente fugir disso tudo, odeio mudanças. Entramos no meu carro e comecei a dirigir, acho que o caminho era meio óbvio, mas segui em frente.

Parei o carro e descemos para a nossa praia escondida. Aqui era o lugar onde eu e Gael tínhamos uma grande ligação, foi nessa praia que demos um grande passo no nosso relacionamento.

- Por que viemos aqui? - Ele me olhou.

Aqui é um lugar especial para nós - murmurei. - Foi aqui que você disse que me amava pela primeira vez, só queria dizer que eu também te amo, Gael. Eu devia ter dito também...

- Não precisava - ele me interrompeu. - Porque eu sabia que você me amava, mesmo sem precisar dizer.

- Você pode assumir num post brega de instagram - sorri para ele.

- Sabe de uma coisa? - fique olhando para ele. - Não tenho foto com você no meu perfil, vamos postar uma.

- Agora? - perguntei.

- Por que não? - Ele me olhou.

Tiramos as fotos juntos, Gael também umas minha sozinho e depois escolheu quais iria postar, eu não ajudei ele em nada, vou deixar ele fazer o que quiser. Então vi ele escrever uma legenda, consegui ler muito bem, mas li a última frase.

Odeio te amar.

Olhei para ele e sorri, então Gael postou as fotos e eu me joguei em cima dele e o beijei. Então passou na minha cabeça tudo que vivemos, desde quando vi Gael pela primeira vez até agora, eu amo ele! Não tenho dúvidas disso.

Não sei o que o futuro iria fazer com a gente, mas uma coisa é certa, não vejo um futuro em que Gael não faça parte da minha vida. Nos olhamos por um tempo e sorrimos um para o outro.

- Odeio Te Amar - dissemos juntos.

Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora