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MATUÊ; point of view.
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Estacionei a Porsche em frente à casa dos meus coroas. Fiquei alguns segundos à mais dentro do carro, afim de terminar de ouvir o beat que Teto e Wiu me mandaram; esses pivete' tão querendo que eu pule nessa bala e não param de enrabeirar minha onda. Moleques chatos da porra, visse.
Digitei uma mensagem pra eles, falando que gostei da guia e poderíamos trabalhar em algo juntos. A meta da 30praum, o meu selo, atualmente, é juntar os três artistas em algum projeto. Clara, a co-fundadora e minha ex, não para de insistir nisso e dizer o quanto vai ser massa em questão de lucro e visibilidade.
A apelação do ano, como o Wiu gosta de chamar.
Saí do meu carro, caminhando até a porta enquanto enviava algumas mensagens para os funcionário da 30. Guardei o aparelho quando entrei na casa da minha mãe; a coroa já não deve tá muito contente com meu atraso, então é melhor não cutucar a onça com vara curta e dar total atenção à ela. Dona Luciana é designer de interiores e ficou responsável pela decoração do meu novo apartamento.
Fechei a porta devagar, ouvindo algumas vozes alteradas. Não precisei de muito esforço pra perceber que meu irmão tá levando outra bronca dos coroas de novo. Porra, já nem é mais novidade.
— Você acha que isso é atitude de um homem?A menina largou tudo pra morar perto de você e agora você abandona ela, ignora até mesmo todos os anos de amizade?Poxa, já é tão complicado perder um ente querido, agora somado ao fato de que o cara que dizia tá ali pra sempre, que amava ela, simplesmente sumiu. Não imagina como a Anninha deve tá se sentindo, seu moleque? – a voz de Luciana foi ficando mais nítida conforme me aproximei da sala
— Relacionamentos acabam, mainha. Ela entendeu que eu não nasci pra namorar, portanto, não espera que eu esteja lá agora que a mãe dela morreu. É barra, mas eu não posso tá lá depois de ter terminado tudo. – Gabriel deu de ombros, não olhando nos olhos dela
— E ae, família?Boa pra nós. – me aproximei, recebendo a atenção de todos presente no ambiente
— Matheus, meu filho. Que bom que você chegou, pra ver se coloca um juízo na cabeça desse desajuizado. – Clóvis, ou Bob, como sempre chamei, bateu a mão na perna, aperreado. Era legal o jeito como nossa relação era de pai e filho, mesmo ele sendo só padrasto. Pai mesmo é só do Gabriel.
