❧ vampiros | [04.2]

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ANNA CAROLINA CESARINI;point of view

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ANNA CAROLINA CESARINI;
point of view.

ANNA CAROLINA CESARINI;point of view

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— Oxi. Anna?Que surpresa você por aqui. – Matuê franziu o cenho, parecendo um pouco atordoado. Ri, sem graça.

Olhei por trás dos ombros do mesmo, para ter certeza de que não veria o seu irmão ali também. Não, não tinha ninguém além do rapper. E isso me fez ficar mais tranquila. Acho que a convivência com qualquer pessoa da família de Gabriel estava me deixando paranóica de encontrá-lo também. Nos demos conta da situação que tinhamos ocasionado e começamos a juntar as coisas que derrubei, dessa vez ele riu e eu acabei rindo também.

— Tá tudo bem?Te machuquei?Olha, eu quem te peço desculpa, juro que achei que não tinha ninguém no andar, ai fui andando sem enxergar nada com essas caixas na frente. – indaguei, não controlando a minha língua ao deferir perguntas e explicações. Na minha cabeça só rodava o esbarrão, a caixa virando e eu ficando só com a calcinha do biquíni.

Com a porra da calcinha, na frente do irmão do meu ex namorado. Jesus, eu nunca nem fiquei de biquíni nos churrascos de família que ele estava. A gente nem se segue no instagram pra ele ver nenhuma foto!Tem nem nada haver. Puta merda, mil vezes.

— Nada, eu também tava distraído no celular. – Tuê deu de ombros, dando pouca importância para aquilo tudo. Quando arrumamos tudo dentro da caixa, Lu apareceu na porta, chamando nossa atenção.

— Opa, tá fazendo o que aqui, meu filho? – a mãe do cantor veio até nós, abraçando-o.

— Você me ligou uma pá de vezes, mandou àudio, mensagem...tava faltando o pombo correio só. E o Bob mandou mensagem também, falando que não ia conseguir te ajudar com as coisas da minha casa, então eu vim. Pelo visto a senhora mobilizou todo mundo, né não, Anna? – ele me incluiu na conversa, brincando e eu balançei a cabeça, concordando.

— Bom, já que você veio, coloca essas caixas no seu carro. Eu e a Anna íamos lanchar depois de terminar isso, ai você vai junto e depois me leva pra casa. – Lu delegou a função, convidando seu filho mais velho para participar da nossa tarde juntas.

— No meu carro?Eu tô com a Porsche, tem nem espaço. – Matheus balançou a cabeça em negação, movendo seus dreads de forma progressiva

— Então coloque no carro da Anna, ai depois do café ela deixa as coisas lá em casa. Tem problema? – a pergunta foi para nós dois, porém Tuê quem se apressou em responder

— Se não tiver problema pra vocês, por mim tá ótimo também. – Matheus concordou, me olhando, provavelmente esperando por algum sinal em minha expressão. Como não expressei nada negativo, ele pegou a caixa e foi fazer o que sua mãe pediu.

— Tudo bem. Vou descer pra abrir a mala, só não sei se vamos precisar colocar no banco de trás também, porque os equipamentos do kitesurf estão na mala. – expliquei, pegando as paletas que Luciana carregava.

Matuê foi apertar o botão do elevador, sem a tamanha dificuldade que eu tive. Lu voltou para o apartamento, para pegar outras coisas. As portas se abriram e nós entramos, em um completo silêncio, que me pareceu desconfortável.

— Tá fazendo kitesurf?Pô, acho massa, queria muito fazer uma aula experimental, sei lá, ver mais como é a parada. O que 'cê tá achando? – o trapper puxou assunto, uma vez que colocou a caixa no chão, agora conseguindo me encarar

— É incrível!Ainda tô terminando as aulas práticas, mas é naquela lagoa perto da praia de lagoinha, sabe?É uma vibe indescritivél, se quiser, te passo o contato do instrutor depois. – ofereci, já me sentindo mais tranquila por se tratar de um assunto que eu dominava

— Vou querer sim, depois cê passa. – Matheus mordeu o lábio inferior, como se 'tivesse acabado de desistir de falar algo mais, porém, apenas balancei a cabeça, concordando

Chegamos à garagem e Matuê chutou a caixa até estarmos fora do elevador. Ri, caminhando na frente, até chegar ao meu carro. Na vaga ao lado, estava a Porsche 911 branca que Gabriel adorava pegar emprestada com o irmão e tirar onda de que era dele. Quis rir novamente, mas dessa vez me segurei. Era engraçado o fato de que o próprio dono do carro, Matheus, não tivesse essa pose toda que o outro lá fazia questão de ter.

Destranquei meu jeep, abrindo a mala. Me debrucei com a metade do corpo para dentro da mala, afim de ajeitar as coisas para ter mais espaço e também pegar um short, pra não ter risco de ficar sem roupa de novo, porém, ouvi o rapper atrás de mim engasgar. Saí daquela posição, preocupada, me voltando para o homem de dreads, que parecia mais atordoado do que nunca. Imediatamente quis entender o que estava acontecendo. Seu rosto estava até um pouco vermelho.

— Tá tudo bem? – perguntei, realmente preocupada

— Não...tá, tá sim. É que..não, é que eu lembrei de um negócio que preciso resolver com a galera da trinta. – o ouvi resmungar, formulando a frase de forma mais lenta. Em seguida, ele engoliu em seco, limpando a garganta. — Por falar nisso, como tá o trabalho com o Wiu?

Agora mesmo que esse cara tá querendo me ouvir falar até amanhã...

Comecei a falar sobre a dinâmica com as músicas do integrante da gravadora de Tuê, empolgada por ter alguém que me entendesse naquele assunto. Em pouco tempo, já tinhamos carregado todas as caixas e conversado o tempo inteiro. Tinhamos opiniões parecidas em relação à mixagem de faixas com beats mais lentos e voltados para a intrumentação musical em sí. Era como se alguém conseguisse entender pela primeira vez o que eu tentava passar através das produções que realizo.

Quero dizer, trabalhar com o Tuê deve ser de outro mundo.

— Ah, você sabe, a melhor hora de trabalhar é durante a madrugada. Parece que..sei lá, as ideias fluem melhor – expus, assim que entramos no elevador, dessa vez com Luciana, já que terminamos todas as tarefas.

— Sim, mano. Sim! – o rapper de dreads riu, esfregando uma mão na outra e posteriormente apontando em minha direção, como se eu tivesse acabado de dizer a coisa mais inteligente de todos os tempos. — Essa é a vibe, sem dúvida. Na real, não sei como a gente nunca trabalhou juntos antes, nem nunca conversamos antes com tanto assunto assim.

Era sempre uma boa pergunta. E pelo visto nenhum dos dois sabia responder.

— Ah, vocês dois parecem dois vampiros. Isso sim, nunca vi. O Drácula e a Lisa..não é esse o nome daquela mulher que é a única que ele transforma? – Lu comentou, ganhando nossa atenção. Gragalhamos e ela nos acompanhou. Fiquei sem graça, pois sua comparação foi a do Conde Drácula e sua esposa.

— Só vai ser igual se essa Lisa for a braba da engenharia sonora e o Drácula o melhor da cena do trap de Fortal. – percebi a tentativa de Matheus em tentar contornar a situação, então concordei imediatamente

— Vampiros do século vinte e um mesmo. – falamos ao mesmo tempo, fazendo Luciana rir mais ainda

Esquece o que eu disse: trabalhar com o Tuê vai ser de outro mundo. Não tem como não fazermos isso acontecer.

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⏰ Última atualização: Nov 15, 2023 ⏰

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