Capítulo 1 : Novos Começos

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A vida de Harry sempre foi assim.

Anos de seu mundo se construindo em uma realidade compreensível. Aprendendo as regras de engajamento. O jeito das coisas. E então, em um momento, um piscar de olhos, tudo o que ele achava que sabia se desfez em nada.

- Você é um bruxo, Harry!

Perebas se transformando em Peter Pettigrew na Casa dos Gritos.

Dumbledore caindo da Torre de Astronomia.

E agora, isso.

- Potter! Você está doente da cabeça? Ela a está torturando. Pegue a minha varinha.

Malfoy estava parado, com a silhueta na entrada da masmorra na Mansão Malfoy, os olhos prateados arregalados de pânico, mas com o eu braço estendido firmemente enquanto ele oferecia sua varinha para o moreno agarrar, a ponta apontada para seu próprio peito.

- Harry! - Ron disse alto, acordando o amigo.

Não era assim que o mundo funcionava. Draco Malfoy era seu inimigo. Seu rosto deveria estar voltado para cima em um sorriso de escárnio, ou torcido em um triunfo implacável, não implorando assim, não implorando para ele agir. Draco Malfoy não olhou para ele assim. Draco Malfoy não olhava para ninguém assim.

- Potter... - ele disse, mais suave do que antes - Bella vai matá-la. Não posso... não posso fazer isso sozinho. Você precisa sair dessa e vir comigo agora.

Então, pela primeira vez em sua vida, ele concordou com Draco.

- Certo. O que nós faremos?

- Chame o Dobby.

- O que?

- Meu velho elfo doméstico. Aquele que você roubou.

- Que eu libertei, você quer dizer?!

- Claro, aquele que você libertou - Draco concordou - Chame-o. Faça com que ele tire todos eles daqui e depois me encontre na sala de estar. Faça isso agora, Potter - falou antes de sair das masmorras.

E foi exatamente o que ele fez.

Dobby apareceu com um estalo, que Harry teria se preocupado em ser ouvido no andar de cima se não fosse pelos gritos ecoando pela casa. Ao lado dele, Ron vibrava de tensão. Ele só seria capaz de segurá-lo por mais alguns segundos antes que o amigo subisse as escadas, sem varinha nem nada.

- Harry Potter, senhor! - O elfo disse olhando nervosamente ao redor da masmorra, muito familiar.

- Dobby, leve Luna, Sr. Ollivander e Griphook para...

Ele olhou para Ron pedindo ajuda. Onde eles poderiam ir que fosse seguro?

- Chalé de conchas - Ron murmurou, lágrimas escorrendo por suas bochechas. Eles precisavam ir agora.

- Chalé de conchas! Então nos encontramos lá em cima, na sala de estar.

- Sim senhor!

Ele não esperou para ver se o elfo cumpria sua ordem. Ron já estava se movendo, e Hermione precisava deles. Sem outras palavras, eles correram silenciosamente escada acima. Enquanto corriam pelo corredor, Ron, que ainda estava sem varinha, puxou uma maça de aparência perversa da parede, onde havia sido pendurada como parte de uma tentativa mórbida de decoração em nível de masmorra. Os olhos de Harry dispararam para o amigo, mas os olhos avermelhados de Ron estavam fixos à frente.

Eles subiram até o térreo onde ficava a sala de estar e se moveram silenciosamente na direção dos gritos. O sangue de Hermione já estava escorrendo dos seus ouvidos enquanto eles se aproximavam.

The Lies We Tell Our Children ( Tradução ) Onde histórias criam vida. Descubra agora