Ele é tudo que eu tenho

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- Não.
- Como é garoto?
- Eu disse que não.
- Jungwon...
- Eu sei quem ele é e o que veio fazer aqui. Você é a única pessoa que eu confio não posso deixar que ele entre. Minha única chance de me manter seguro é não deixando ele entrar.
- Eu não vou te machucar.
- Eu não confio em você.
- Ele é esperto. Você encontrou um humano e tanto Heeseung.
- Eu sei.
- Sabe que isso é contra as regras. Vampiros não podem ter um relacionamento com humanos e revelar sua identidade a eles.
- Somos uma excessão.
- O que não é novidade para sua família.
- Vamos direto ao ponto. O que veio fazer aqui? - ainda bem que meu irmão havia me alertado disso antes. Agora posso agir com tranquilidade e cautela.
- Bom você não é bobo. Vim para trazer um convite. Nossos irmãos querem conhecer e entender essa situação inusitada. Daqui a dois dias nos reencontraremos e eu espero que você seja menos hostil humano. A eu nem preciso avisar que o seu irmão está convidado até porque mesmo se não fosse sabemos que ele iria de todo jeito. Recado dado eu espero vocês lá.

....

- Temos que ir?
- Se recusarmos eles vêm atrás da gente para matar. - diz Sunghoon.
- Droga.
- Eles são tão assustadores assim?
- Você não tem nem ideia. Eu me arrepio só de saber que eu tenho que encontrar com eles de novo. Jungwon eu não quero te assustar mas a Karen é fixinha perto desses caras.
- Entendi. O que eles podem fazer?
- Bom só de estarmos juntos eles poderiam me matar. É contra as regras morarmos juntos e isso interfere em muita coisa.
- Entendo.

De repente ele ficou abatido.

- Precisamos encontrar uma justificativa para ficarmos juntos. Se chegarem a cogitar que estamos relacionados com a morte da Karen não vão dar a chance de voltarmos para casa.
- Essas marcas nele. - diz Sunghoon preocupado.
- Isso pode ser um fetiche... - diz ele envergonhado.
- Você precisa ser mais convincente. - digo segurando em seus ombros fazendo com que ele olhasse para mim. Caso ele não consiga me encaram estamos perdidos.
- Eu tenho uns gostos estranhos.
- Eu não aceitaria isso tão fácil.
- Isso é excitante. É a forma que encontramos de nós conectar de maneira mais profunda.
- Melhorou.
- Temos tempo para ver isso no caminho. Precisamos ir. - diz Sunghoon.
- E a escola? - diz Jungwon.
- Não vamos perdeu muita coisa. Qualquer coisa o Jay passa para gente.

Eu queria parecer forte, mas a cada momento que nos aproximassemos do destinos eu ficava mais nervoso.

- O que tá fazendo?
- Distraindo você.
- Eu estou bem.
- Não está não. Está tão nervoso que é capaz de ter um treco antes de chegarmos lá.
- Me desculpa eu é quem deveria estar tentando te acalmar e não ao contrário.
- Porque não vemos pelo mesmo lado. Estamos viajando juntos comigo nesse estado eu jamais teria essa chance. - diz ele sorrindo. Ele tem razão lá vão tirar o amuleto com verbena que eu dei a ele se ele não acreditar nisso seremos descobertos essa viagem é o tempo que a gente tem para desmanchar todas as nossas cortinas.
- Você tem medo de mim?
- Não.
- E agora. - digo mostrando minha forma quando eu estou atrás de sangue.
- Continuo não tendo medo de você. - diz ele tocando em meu rosto. - E você tem medo de mim?
- É claro que não.
- Nem de perder o controle?
- Eu não desejo o seu sangue.
- Então porque está comigo?
- Esse tempo todo você achou que eu só estava por perto porque queria seu sangue?
- Sim. Não ousaria pensar outra coisa.
- Eu descobri que não posso ficar longe de você. É como se a gente se completasse. Você tem um poder sobre mim que eu não consigo controlar.
- Caso fique longe de mim...
- Eu morro.
- Se eu morrer...
- Isso acaba.
- Entendo. Então mesmo que me morda seus instintos não iram me atacar?
- Não.
- Eu quero que prove.

Nesse momento ele desabotoa parte da camisa deixando seu pescoço livre. Eu também queria saber até onde esse lance de ligação vai. Me aproximo dele trazendo seu corpo para mais perto. Assim que abro a boca percebo o quão tenso ele está. Em vez de morde-lo começo a beijar seu pescoço o que fez com que ele soltasse um leve gemido deixando seu corpo menos rígido. Foi aí que eu mordi. Sua reação foi instantânea de segurar firme em minha cintura. Como eu havia pensado eu jamais conseguiria machuca-lo.

- Então você não se interessa pelo meu sangue.
- Não.
- Tudo o que fizemos foi por conta da ligação.
- A ligação só é responsável por não deixar a gente separado. Tudo o que fizemos juntos foi porque a gente quis.
- Obrigado. - diz ele chorando.
- Está doendo?
- Não. Eu estou apenas aliviado por meus sentimentos por você serem genuínos.

Aquilo de alguma forma mexeu comigo.

- Heeseung a gente tá... O que vocês estão fazendo? - diz Jake assim que viu a mordida.
- Estávamos fazendo um teste. Não se preocupe.
- Fica longe dele.
- Jake a gente só estava...
- Você está muito machucado sua resistência não aguenta mais nenhuma gota do nosso veneno. Isso foi extremamente arriscado.
- Eu não acho que...

Nesse momento Jungwon começou a ficar muito branco.

- Jungwon!! - digo o segurando.
- Você precisa dormir um pouco. Pelo visto a necessidade de você ficar ao lado dele voltou. Deitem um pouco e vamos torcer para que quando chegarmos vocês estejam em condições de conversar com eles.

Era mais dois dias de trem. Dois dias que eu fiquei ao lado de Jungwon. Por sorte meu irmão havia se preparada e trazido bolsas de sangue já que eu não poderia sair para me alimentar.

- Como você está se sentindo hoje?
- Eu estou melhor.
- A gente esta quase chegando.
- Eu preciso levantar.
- Você está bem mesmo? - ele parecia abatido.
- Estou. Você está livre por enquanto. - foi aí que eu entendi o verdadeiro sentido de tudo aquilo.
- O que te faz pensar que eu estar preso a você seja um castigo pra mim?
- Você acha mesmo que não está sendo? Não precisa se preocupar eu não vou estragar tudo até porque eu não consigo mentir sobre meus sentimentos.
Esse pode ser nosso último momento a sós juntos.
- Eu admito. Eu gosto de você. No início foi apenas por diversão, mas depois quanto mais eu descobria sobre você, mais eu queria saber. Eu posso ter vivido muito mais que você, mas isso de gostar de alguém do mesmo sexo é novo pra mim. Eu ainda não sei como lidar com isso.

Olho em seu rosto e percebo que ele ficou visivelmente surpreso. Ele iria falar algo, mas foi interrompido pelo Jake.

- A gente precisa ir.

Nós arrumamos e descemos do trem. Até a sede dos Belmont não era longe então logo estávamos na frente de todos aqueles vampiros. Jungwon estava visivelmente com medo.

- Então esse é o humano em questão?
- Sim.
- Ele é.... Ele é meu namorado senhor.

Todos começam a rir. Jungwon aperta minha mão e vejo o quanto ficou incomodado com aquilo. O seu medo havia dado lugar para a raiva.

- Silêncio! Corajoso da sua parte fazer essa cara quando só tem você de humano aqui.
- Pelo que eu soube vocês tem um código de conduta. Eu não viria se minha vida estivesse em risco.
- Tem razão. É justamente por esse código que estamos aqui hoje reunidos. É de conhecimento de todos que não podemos nos relacionar romanticamente com humanos. Naturalmente isso traria o caos para nós vampiros. Então porque resolveu fazer isso Sr Walker?
- A gente se gosta e além disso temos uma ligação.
- Ligação?
- Não podemos viver sem o outro.
- Comovente Sr Walker. Acha que somos otários para acreditarmos nessa baboseira. De joelhos agora!!
- Ele está comigo porque precisa de mim. Sem mim ele morreria eu sei que não é justo mas eu não tenho tanto tempo então quero aproveitar todo o tempo que estivermos juntos. - diz Jungwon receoso do que poderia acontecer comigo.
- Isso é realmente comovente. É uma pena que não ligamos a mínima. Você infringiu um dos mandamentos e será punido por isso. Não podemos matar vocês dois mas podemos tortura-los. Esse será a punição pelo mal comportamento de ambos. Sunghoon eu sugiro que segure bem o Jungwon.

- O que vão fazer?

Nesse momento começam a me bater é claro que eu não poderia revidar. Aquilo não me importava mas ver o Jungwon aos prantos implorando desesperadamente para que parassem me destruiu por completo.

O misterioso caso da família walkerOnde histórias criam vida. Descubra agora