Aliança formada

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Pov Heeseung

- Heeseung o que faz aqui?
- Irmão.. precisamos conversar.
- É tão sério que teve que vir ao meu emprego?
- Eu não consegui esperar você chegar em casa. Aproveitei que não teríamos mais aula e vim.
- Se te preocupa é porque é importante. Vamos voltar para casa. lá iremos conseguir conversar com mais calma.

....

Já em casa

- Então o que aconteceu?
- Eu senti o cheiro de sangue hoje...
- Alguém viu você? Seus olhos alguém viu?
- Eu acho que não. Consegui esconder bem... acontece que algo estranho aconteceu. Eu carreguei uma pessoa sangrando por mais de cinquenta metros e não senti um aroma de sangue. Parece que o cheiro foi...
- Bloqueado.
- Exatamente.
- De todos nós, você era o último que eu desconfiaria para acontecer isso.
- Então é possível?
- Só quando você está verdadeiramente ligado à pessoa.
- O que quer dizer?
- Bom, tem vários nomes para isso... Destino, ligação... Almas gêmeas. O fato é que essa pessoa exerce um forte poder sobre você. Tenho certeza que não consegue negar nada para ela, não é?
- É praticamente impossível...
- Foi o que eu pensei.
- E o que eu faço?
- Olha você não tem muita escolha depois de que isso acontece, não tem como parar ou quebrar essa ligação ou seja lá o que for.
- Então vou ficar preso a isso?
- Sim. Só há um jeito de você terminar com isso... E é ela morrendo, até lá você precisa ficar ao lado dessa pessoa porque depois que o laço é descoberto fica difícil conviverem sem o outro.

Eu confio muito no meu irmão, mas acho que agora ele exagerou. Eu vivi muito bem esses anos, não é agora que algo vai mudar.

- Então me conta, como ela é?
- Bom, podemos começar falando que não é ela e sim ele.
- Hum..
- O que?
- Nada. Nesse caso, devo deixar claro que a ligação não provoca sentimentos românticos pelo outro. É claro que ela irá exercer um poder sobre você, mas apenas em situações relacionadas ao cuidado. Algo maior que isso, como o amor, por exemplo, será algo genuíno e não terá nada a ver com a ligação.
- Eu ainda não sei se gosto dele dessa forma. Eu nunca fiquei com um cara antes e além do mais isso é... Se isso acontecer eu vou continuar sendo seu irmão não é?
- É claro que vai, tenho certeza que ninguém da nossa família irá te dar as costas.
- Obrigado. Estou mais tranquilo agora.
- Eu sei que não é uma boa hora, mas eu já passei para o Jake e agora vou passar para você. Perdemos mais um, noite passada. Da mesma forma que o outro, com uma flechada no peito. Pelo menos descobri quantos são. Eles estão em dois e pelo que percebi um é aprendiz. Teve alguns rastros que apenas um iniciante deixaria. Por favor, fique atento e tome cuidado.
- Pode deixar irmão.

No dia seguinte na escola....

- O que tá fazendo aqui?
- Tô esperando o Jungwon voltar. Vejo que se recuperou rápido.
- Foi só uma torção.
- Imaginei que aquele drama todo fazia parte do seu show.
- Naquela hora realmente doeu tá bom.
- Que seja. Aproveitando que está aqui, quero te propor uma aliança.
- Aliança?
- Sim. Você não me suporta e eu também não te suporto, mas temos algo em comum.
- Impossível.
- Eu também pensava assim.
- Você não tem nada em comum comigo.
- Eu também me preocupo com o Jungwon.
- Corta essa. Eu não confio em você.
- Quando eu dei motivos para você não confiar?
- Eu vi a forma como olhou para ele. Desde a primeira vez que o viu.
- De que forma?
- Parecia que você queria devorá-lo e depois de ontem eu tive certeza.

Eu não tinha reparado. Então quer dizer que meus instintos estão superando meu raciocínio. Jay é esperto, preciso tomar cuidado com ele.

- Eu não vou machucar ele. Como eu disse, me preocupo com ele.

E outra ele tá morrendo se algo acontecer com ele não vai fazer tanta diferença.

- Você não entende. Acha que porque ele tá morrendo nada faz diferença. Só que é do Jungwon que estamos falando e isso não se aplica a ele.
- Oi Heeseung. Sobre o que estavam falando?
- Sobre nosso trabalho de matemática.
- A nem me fale. Eu odeio matemática. - diz ele todo manhoso fazendo Jay e eu rimos o que fez eu fechar a cara na hora.
- Eu ajudo vocês.
- Eu não preciso de ajuda ainda mais vinda de você.
- Não precisa é? Então vai lá eu também não tava a fim de te ajudar.
- Parem de implicar um com o outro. O professor já conversou sobre isso com a gente Jay. Onde vamos nos encontrar?
- Vamos lá em casa depois da escola.
- Na sua casa? Seus pais vão estar lá? - droga eles precisam me convidar para entrar se não estiverem lá, como eu vou entrar na casa dele?
- Eu sou emancipado. Moro sozinho.

Ótimo. Um problema a menos agora eu só preciso resolver o outro.

- Combinado então?
- Eu preciso ver isso com meu irmão primeiro.
- Ver o que com ele?
- Se eu posso ir. Eu sei que é ridículo, pode rir de mim se quiser.
- É ridículo mesmo. Para que o irmão se for pedir já pede para sua mansinha não? - diz Jay rindo.
- Jay! Isso não tem graça. - diz Jungwon o repreendendo.
- Eu sou órfão. Meus pais morreram a muito tempo....

Jay na hora fechou a cara. Eu já não dou muita bola para isso, mas ver a cara dele envergonhado fez eu me sentir feliz.

- Alô, Sunghoon eu preciso ir na casa de um colega.
- Você tem certeza que é seguro?
- Tenho. Ele vai estar lá.
- Bom, pode funcionar como um teste também. Pode ir e não se esqueça, não venha tarde para casa. Se ficar tarde me chama que eu busco você. Ou pose na casa do seu amigo o que for mais fácil.
- Está bem, vou te manter informado.
- Até mais.
- Tchau.

Posar na casa do Jay? Mas nem fud.....

- Olha a hora? Precisamos ir.
- Está tarde. É melhor ficar Jungwon.
- Eu também vou.
- Ninguém te convidou.
- Eu percebi, é por isso que eu estou me oferecendo para ficar. Não é seguro sair a essa hora.
- Ele tem razão. É melhor nós dois ficarmos.
- Está bem. Vou pegar as coisas para vocês.
- Será que eu posso dividir o sofá com você Jungwon?
- Bom...
- Mas nem se atreva. Jungwon vai ficar na minha cama, meu sofá é horrível até para mim. Nós dois ficamos no chão.
- Está bem.
- Aqui.
- Só tem dois cobertores.
- Só estou acostumado a receber uma visita. Você que foi intrometido e não foi embora. Toma Jungwon, eu e o Heeseung dividimos esse aqui.
- Obrigado.

Após nós arrumarmos fomos dormir. No meio da noite acordo apertado. Eu preciso ir ao banheiro. Levanto e vou tentar achar iluminando o ambiente apenas com a lanterna do celular. Tentando abrir as portas procurando pelo banheiro eu acabei encontrando um quartinho lotado de flechas...

- Isso é...
- O que você tá fazendo aqui? - diz Jay trancando a porta do quartinho.
- Eu tava procurando o banheiro.
- A é logo ali. Vem eu te mostro.

Após fazer minhas necessidades eu volto a me deitar e é óbvio que eu não consegui dormir. Jay é um aprendiz de caçador, eu não tenho dúvida. Quem manteria todo aquele equipamento em casa se não fosse um? Jungwon não deve saber. Por conta de sua doença, Jay poupa ao máximo que consegue. Se ele descobre que Jay corre perigo quase todas as noites, Jungwon com certeza ficaria perturbado. Será que ele sabe sobre mim? sobre minha família? Eu não acredito que o jay é um deles. Eu poderia facilmente matá-lo mas e o Jungwon... Como ele ficaria nessa história?

- Você não conseguiu dormir, não é?
- O que?
- Vamos lá fora, não quero acordar ele.
- Tudo bem.

Redobro minha atenção. O que ele pretende? é como se eu estivesse falando com outro Jay.

- O que você quer?
- Sei que é um vampiro.
- Eu descobri hoje que é um caçador.
- Eu dei bobeira, eu sei.
- Porque me chamou aqui. Vai tentar me matar ?
- Com Jungwon aqui? Sem chance. Eu não posso matar o amigo dele e acho que você pensa a mesma coisa.
- Sim.
- É por isso que eu proponho um acordo. A gente não vai tentar se matar enquanto Jungwon estiver entre a gente. É claro que você pode ir embora ou fugir, eu não vou impedir.
- Aposto que iria agradecer.
- Eu não estou confortável com essa situação, mas me importo muito com Jungwon.
- Eu também.
- Então temos um acordo?
- Está bem.

Ele já estava voltando para dentro de casa quando eu o interrompo.

- Quem é seu parceiro?
- Isso você vai ter que descobrir sozinho.

O misterioso caso da família walkerOnde histórias criam vida. Descubra agora