— Pode me explicar como é a próxima sala antes de sairmos daqui? — Kazuha perguntou, e suspirei sem saber direito o que falar.
— É... Complicado, eu não sei como poderia te explicar. — Falei, abrindo a porta. — Tchau Kokomi, Tchau Cyno, boas refeições.
— Você ainda vai me pagar por isso, majestade. — Ouvi Kokomi reclamar, e dei de ombros saindo da sala com Kazuha.
Como já é de costume, a porta se fechou e a sala começou se programar para receber os convidados, dessa vez passando um tipo de escaneador em nós dois.
— Hmm... Você não está esquecendo de nada? — Kazuha perguntou, e o observei levemente confuso. — A coleira...
— Oh! — Corei de leve, eu tinha esquecido totalmente de prender ele... — Ah... Eu não vou precisar dela nessa sala, o que eu posso te dizer sobre essa sala é que... Ela depende MUITO da opinião do indivíduo sobre eternidade, ela muda toda vez que venho.
Cruzei os braços, e em seguida subiram placas de vidro ao nosso redor, formando duas prisões transparentes porém eu não ouvia nada que Kazuha falava.
— Qual o seu conceito de eternidade, Kunikuzushi? — A voz bem família perguntou, minha mãe havia colocado a voz da minha Tia Makoto nessa sala.
—... Eternidade é uma merda. — Reclamei, cruzando os braços e olhando Kazuha que parecia pensativo. — Mas se eu pudesse viver feliz com alguém que eu amo, a eternidade seria legal... Tipo me casar com alguém... Enfim, tanto faz manda logo o desafio!
— Você vai viver quase que eternamente, gosta dessa ideia? — A voz perguntou, e dei de ombros.
— Não me abala muito, já nasci sabendo disso.
— Mas as pessoas ao seu redor não são todas eternas. — O vidro ficou escuro me impedindo de ver Kazuha e me fazendo me desesperar um pouco. — Filhos, marido, até mesmo a sua mãe não vai ser eterna depois de muito tempo.
— Hey! O que está fazendo?! — Perguntei irritado, mas não obtive resposta.
— O que você mais deseja, Kunikuzushi?
— Achar o Tighnari, arrancar aquele corno daqui a força, levá-lo até a minha mãe e... — Parei no meio da frase e abaixei a cabeça pensativo.
— E...?
—... O que vai acontecer depois... É... depois eu vou... — Cocei o meu braço com a mão sentindo um desespero estranho me consumir. — Kazuha... E-eu não posso entregá-lo para minha mãe, mas se levar ele para os humanos eu nunca mais vou vê-lo...
— Interessante, muito obrigado pela informação, seja bem vindo ao seu laberinto da eternidade! — A voz da minha tia falou, abaixando o vídro e espalhando uma fumaça ao meu redor.
— Cof... Cof cof... Que porra é essa. — Abanei a fumaça com a mão, vendo ela aos poucos se dissiparem, e lá estava eu no meio de um laberinto e sem ideia de onde ir, que beleza.
— O seu objetivo Kunikuzushi é achar a flor mais bela desse laberinto e levá-la para fora!
— Que merda, como eu vou saber qual é?! O conceito de beleza é abstrato, sabia? Menos no meu caso, eu sou lindo mesmo.
— Você vai saber, agora boa caminhada meu príncipe! — Suspirei, sem pensar muito entrei no laberinto, afinal Kazuha deve estar em algum lugar lá dentro e perder tempo só pode piorar as coisas já que eu não sei onde Tighnari está, se ele já estiver várias salas a frente estamos ferrados.
* * *
— Qual o seu conceito de eternidade, Kaedehara Kazuha? — A voz da cela me perguntou, e eu olhei para Kuni esperando alguma resposta, mas ele estava falando com a sua própria voz, provavelmente essas celas são a prova de som.
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Prisioneiro Sem Culpa
RomanceExistem dois reinos inimigos a vários anos, um de humanos e outro de "monstros", um dia um rapaz humano de cabelos brancos é capturado no território inimigo enquanto colhia flores. O Príncipe Kunikuzushi, irresponsável como sempre, recebe a punição...