A voz da dor

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[Aviso de gatilho  !!!!!!!

Não vou entrar em tanto detalhes nesse capítulo  sobre o passado de Lili! ]




Ao abrir a porta foi como poder viajar no tempo quando ela ainda estava no mundo original, tudo ao seu redor desapareceu era somente ela e suas memórias, e então se sentiu sozinha  novamente.

Fragmentos de pesadelos esquecidos retornaram em sua mente, pesadelos esses que foram criados por aqueles em que ela devotava todo seu amor e sua segurança.

Ela era jovem e imatura amava muito seus avós e sua irmã mais velha e acreditava como uma crente em tudo que lhe era dito, como uma criança ela também esperava ansiosamente seus pais voltarem, seu maior sonho era viver feliz e ter uma família normal, não que não gostava de seus avós na época, mais queria ser como todas as crianças, ter seu pai e sua mãe juntos.

Conforme crescia ela aos poucos foi percebendo que aquela doce nuvem de sonhos e seu “paraíso” eram meticulosamente manipulados, ela percebeu a maldade em pequenos gestos e toques.

Ela se sentiu traída logo depois, sentiu nojo de si mesma e percebeu que aqueles em que ela mais amava e confiava eram seres manipuladores e nojentos e que o escuro, aquele que ela tanto tinha medo era seu maior refúgio.

- se você contar para a vó ela vai morrer, lembre-se nunca conte isso eu vou te proteger tá bom?

Era mais uma mentira, aquela em que ela amava; sua irmã mais velha era uma mentirosa, e mais uma vez ela chorou sozinha, derrotada, deitada em sua cama ela esticou os  braços para o teto e pensava “crente” que tudo isso iria passar.

A dor eu seu peito e o vazio de sua alma somente aumentou quando aquele que deveria protegê-la assim como ele dizia;

 “Seu pai não está aqui eu irei te proteger”

- do que adianta contar para a polícia? Vão acreditar em uma crianca imatura ou em mim?

Aconteceu novamente e mais uma vez lá estava ela sentada no chão do chuveiro esfregando fortemente a bucha de aço em sua pele ele não iria tocá-la novamente ela pensou, acreditou nas palavras de sua irmã novamente.

Quanto tempo mais terei que aguentar? Sua irmã dizia que aconteceu com ela também, ela deveria se acostumar? Ela se sentia enojada com sigo mesmo, sentia vontade de vomitar, queria poder arrancar cada pedaço de sua pele, aquele em que as mãos podres a tocaram

- você está mentindo não está? Vá embora sua cadela!

E mais uma vez ela apanhou, a dor física não se comparava com a dor do seu coração aos poucos se quebrando, se ela morrerem tudo isso passaria não é?

Foi essa pessoa que disse que a amava, sua avó materna?

Onde estava sua mãe? Seu pai?

Não só isso, ela era proibida de sair, de fazer amigos, quando criança não podia brincar, eles ainda tiraram dela o que ela mais amava, seus sonhos e arrancou dela sua liberdade, e como um pássaro azarado ela estava presa.

Era um emaranhado de emoções, tristeza, dor, repúdio, se sentia miserável, em um ato de coragem em meio ao desespero ela fugiu, o sangue escorria entre as pernas a dor de ter tido sua pureza arrancada junto ao desamparo e a angústia.

Ela estava vestido de branco, corria pela rodovia, aquela ponte poderia ser sua salvação? Ela estava encolhida, com as costas no parapeito da ponte, ninguém a viu, se alguém passou ninguém se importou, as lágrimas caiam feito cascatas mais seus olhos ainda brilhavam como duas estrelas solitárias.

No fim ninguém a procurou, mais ela ainda permanecia lá, com o coração ainda palpitante o que fazia ela ainda respirar? Mesmo sem vontade de caminhar?

[...]

Lili estava estagnada no lugar, mesmo com Last a chamando diversas vezes ela ainda estava lá presa em suas memórias.

Ela ainda tinha forças para se manter de pé mais por dentro estava quebrada, ela se lembrou o porquê de suas cicatrizes, se lembrou da vez em que foi humilhada quando criança, após se divertir sozinha sentada em no quintal, colhendo flores, foi obrigada a lavar sua própria roupa nua, se sentiu constrangida, ela era apenas uma criança, que mal ela fez?
Ela se lembra de cada vez que foi abusada tanto verbalmente quanto fisicamente.

Lágrimas caiam, seu corpo tremia não era medo era desespero, ansiedade, mais uma crise, porque ela entrou aqui?

Onde não era mais bem vinda? Essa era a casa que ela pensava quando criança ser seu lar de proteção e amor mais na verdade era apenas o lugar onde sua crise começou essa era o raiz de toda sua dor.

 
Toda vez que ela se cortava e o sangue escorria pela sua pela clara ela sentia a dor se derramar sobre ela, era o  alívio para sua alma atormentada.

Ela não queria morrer como queria antes era a dor que lhe acalmava
Ela sentia paz, mais não era o bastante então um dia depois de anos ela resolveu parar, ela queria uma cura, e mesmo depois de sete anos sendo tratada por psicólogos e psiquiatras ela ainda não havia encontrado o que procurava.

[...]

- não de voz a dor...

Foi o que ele lhe disse com a voz cheia de preocupaçãao abraçá-la por trás fortemente, seu mundo sóbrio aos poucos se iluminou, as sombras de sua visão aos poucos se clareando, a névoa de sua lembrança calmamente indo embora.

- chore, me abrace, ou me bata serei seu alívio para dor, apenas me abrace fortemente pois eu estou aqui com você, você não está sozinha okay?

Soluços altos ecoavam e então ela se lembrou que não estava sozinha.
 





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