Antes eu que você

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Você já alguma vez já sentiu como se por um momento ao olhar nos olhos da pessoa que você gosta, tudo ao seu redor poderia desaparecer e você não se importaria? Contando que aquela pessoa estivesse bem? Foi com esse sentimento que alguma coragem ascendeu em mim.



Certo, foi naquele momento que eu percebi que não era simplesmente uma obsessão, ou algo passageiro, meu coração parecia que havia parado, minha respiração estava engatada, meu corpo tremia desde a base, meu sangue quente fervia por pura adrenalina, e meus olhos fixos naqueles castanhos escuros que brilhavam tão intensamente que quando me olhava parecia que minha alma estava ali exposta nua crua, oque eu era para você? O que eu não faria para sempre ter seus olhos voltados para mim?



Eu não tinha medo naquele momento, não havia receio em minhas ações, não havia nervosismo no meu olhar, eu não temia a morte nem mesmo a dor podia me parar naquele momento mais uma pergunta ainda ecoava em meus pensamentos, eu me arrependeria depois?



A resposta para minha pergunta estava em meu coração, não!


Não me arrependeria nem hoje e nem nunca, pois foi nesse exato momento que descobri que te amava, foi no momento em que eu olhei para trás e o vi mirando aquela arma em você, que eu me senti útil, útil por proteger a quem eu amo mesmo que me sacrificando no processo



Um grito ecoou pelo salão, sua voz, era desespero? essa seria a última vez que eu ouviria ela? Eu desejo poder passar mais tempo com você, não somente aqui, mais no mundo real...

[...]

Era um jogo de espadas, nada que ele não poderia lidar, nada que nenhum deles poderia temer ou sair prejudicado pois ele era apto e forte para isso, mais e eu? Eu era apenas um fardo, eu não corria bem, não lutava bem, nem era tão inteligente, apenas um fardo, era assim que eu me sentia, era assim que eu era, eu não devia ter vindo jogar com ele, eu estava apenas atrapalhando, atrapalhando a todos...



Estávamos correndo pelos corredores para longe dos perseguidores armados e raivosos, loucos para nos matarem, eu não poderia julgá-los também, eles somente queriam sobreviver assim como eu, havia vindo da praia somente eu Aguni, Last boss e mais alguns homens que eu não conhecia, de 50 jogadores somente restava 15 de nós, todos com suas armas e eu? Correndo feito uma batata atrás deles sendo protegida por todos, até mesmo Aguni me protegeu e sinceramente eu me envergonho por ser uma adolescente/adulta sedentária e inútil.



Mais não me envergonho nem um pouco nesse momento, eles me protegeram até aqui, mesmo não querendo eu acho, bem fizeram mesmo assim e eu me sinto grata, nada como esse último momento, os olhos de Last boss se arregalaram um pouco antes que um baque forte fosse ouvido e meu joelhos bateram fortemente no chão de mármore, antes que minha visão ficasse turva eu o vejo correndo até mim com sua espada em punho e seus olhos de gato surpresos, ou assustados?


Eu ouvi os passos pesados chegando perto de mim, eu me sentia leve, não sentia mais dor apenas algo quente que saia de mim parecia que minhas energias estavam sendo drenadas para fora do meu corpo.


Se eu pudesse ver ele mais uma vez antes de morrer eu ficaria muito mais feliz mais meus olhos estavam pesados e eu não consegui abri-los após a morte eu poderia acompanhá-lo ou seria pedir demais para a dona morte?



[...]



Estávamos todos correndo antes que eu pudesse notar lá estava ela caindo de joelhos, meu grito ecoou pelos corredores chamando seu nome em vão, talvez eu devesse ser mais atento? Talvez se eu tivesse estado mais perto? O que mudaria? O que eu mudaria se eu pudesse voltar no tempo? Se eu pudesse estar no seu lugar agora, eu devia ter protegido ela melhor.


Mais não podia, por um momento tudo congelou, em um segundo ela estava lá sorrindo para mim, dizendo que tudo daria certo que depois estaríamos juntos sãos e salvos, e em outro ela estava ali, com os olhos lacrimejando e opacos, ainda sim ela sorriu para mim? Como ousa sorrir assim, se aproximar de mim assim? Me trazer a felicidade e colorir meus dias com sua presença e tentar sumir assim? Ir embora assim? Eu corri para ela como se ela fosse meu último suspiro, ela é a flor que eu agarro na esperança de poder ser feliz mais uma vez, ela me faz feliz, ela era minha vontade de viver, ela ainda é e me faz feliz, mais nesse momento por que? O que é esse sentimento correndo meu peito? Que dor é essa que parece que meus ossos estão partindo? Esse vazio?



Eu deixei ela se aproximar tanto, deixei ela tocar meu coração, ela não pode ir assim...



[...]



Ele agarrou seu corpo fortemente ao seu, um único fio de esperança era fortemente ligado ao seu aperto a ela, o salão que parecia silencioso foi quebrado pelo sons de tiros era aguni atirando no jogador que havia intencionalmente atirado duas vezes contra Lili, ele era o "rato" o jogo que se chamava caça aos gatos, os tiros caçavam os gatos e vice-versa...


Aguni se aproximou do corpo de Lili que aprecia fraca vulnerável no momento, ele chegou, e abaixou se perto do corpo imóvel e checou sua respiração, estava fraca mais ainda estava lá.


Ele olhou para seu parceiro, ele estava estoico e perturbado naquele momento, ela era importante pra ele Aguni percebeu.



- ela vai sobreviver, apenas vamos enfaixar onde ela foi baleada para estacar o sangue, você pode carregá-la?



Seu amigo até então preso em um momento de angústia se iluminou, como ele podia ser tolo em ficar parado? Ele logo rasgou seu moletom e a enfaixou e a pegou no colo



- eu vou carregá-la



Ele disse com firmeza



- o jogo esta acabando, mantenha ela segura nós vamos te cobrir, pegue sua katana, você vai precisar!



Ele disse entregando para o homem tatuado que no momento de desesperou a jogou quando ele chegou perto de Lili, eles voltaram a jogar e assim logo terminaram o jogo vencendo todos os "ratos"



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