19.

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Alguns dias se passaram, Marília e Maraisa pouco se viam e pouco se falavam. Seus maiores diálogos eram em reuniões da empresa.

Marília estava mais reclusa nesse período, não saía com seus amigos, uma hora ou outra eles apareciam em sua casa. Como hoje. Gil e Maiara estavam com Marília conversando sobre coisas aleatórias enquanto bebiam vinho. Até que Gil tocou no nome de Juliette.

- A bicha festa passada tava arrasando corações, eu tava afim de um boy e ele dela.

- Gil! – Maiara tenta fazer o mesmo parasse de falar

- O que? Pena que festa passada ela foi embora cedo, se ela tivesse ficado, acho que eu conseguiria pegar o boy, mas ela deu bola pra ninguém, só aquela mulher lá que deu o número pra ela, era gata demais oh.

- Gil fica quieto mano – Maiara olhou para Marília que escutava calada.

- Ai meu Deus, desculpa amiga – fez cara de espantado olhando para Marília – eu nem me toquei.

- Não, tá tudo bem. – Suspirou – Como ela está? Só falo com ela sobre trabalho agora...

- Olha, Marília... ela tá ok, sabe? – Maiara falou – Você deveria parar de se esconder e voltar aos poucos para a convivência, mas se você quer que ela não sinta mais nada por você, então continua sumida...
Aquilo acertou em cheio a Marília, que virou o que restava na taça de vinho, ela sabia que tinha machucado a morena e sabia que seria difícil reconquistar algo com ela, ainda mais no período recente, mas sabia que quanto mais longe ficava, mais fácil seria para a morena esquece-la.

Estava em um dilema, dar o espaço dela e ser esquecida, ou voltar e puxar todas as emoções consigo, inclusive as ruins...

Não sabia a resposta, só sabia o que sentia pela morena.

A noite logo acabou, ambos foram para suas casas e Marília ficava martelando na sua cabeça o que fazer em relação a Maraisa. Viu no relógio que era quase onze da noite, não pensou duas vezes pegou a chave do carro e saiu.

Parou na frente do apartamento dela, era a última chance de voltar para casa e pensar melhor em como aborda-la. Mas a bebida no seu corpo falava mais rápido, a razão estava longe de comandar.

Quando percebeu já estava na porta do apartamento. O porteiro já conhecia Marília, então não interfonou.

Marília apertou a campainha e nada, passou segundos que para ela era uma eternidade. Apertou a campainha de novo e quando se virou para ir embora ouviu uma voz.

- Oi, você que chamou aqui?

Marília não conhecia essa voz, se perguntou se tinha chamado no apartamento certo. Se virou e viu uma mulher dos olhos verdes, marcante, com uma cerveja na mão.

Logo quando ia falar, Maraisa aparece do seu lado perguntando quem era.

Marília engoliu seco, seu coração começou a disparar. Ali ela sabia que já tinha perdido.

Maraisa olhou para o corredor e viu Marília estática, suspirou pesado.

- Marília... – respirou fundo – aconteceu alguma coisa?

Marília não respondeu nada, apenas negou com a cabeça. Sua expressão era triste, seus olhos estavam marejados e vermelhos.

- Acho melhor eu entrar – a mulher percebendo o clima no corredor, olhou para a Maraisa e entrou.

- Marília... o que você veio fazer aqui essa hora?

- Nada, Maraisa – falou negando com a cabeça deixando uma lágrima sair de seu olho – melhor eu ir embora logo.

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