°.𝐶𝑎𝑝í𝑡𝑢𝑙𝑜 ú𝑛𝑖𝑐𝑜.°
–Ele era doce como o diabo brincando com as suas vítimas, me enrolava em seus dedos e eu nunca conseguiria escapar de sua doce prisão.
Kaworu Nagisa sabia exatamente como me manter, afinal eu era o seu brinquedinho, o brinquedinho mais "interessante" em sua coleção horrível de brinquedos quebrados e velhos.
No início foi tudo doce como a sua torta de frutas vermelhas, ele sempre foi muito gentil, alguém exemplar mas quem diria que atrás daquele ser "perfeito" existiria o diabo em pessoa?
Ele foi o meu primeiro amor e o único nessa minha vida miserável, quando nós conhecemos eu era ingênuo e ainda continuo sendo por pensar que um dia ele irá mudar alguma coisa mesmo eu sabendo que isso nunca vai acontecer até em minha morte.
Quando o conheci fiquei hipnotizado por me encontrar com aqueles olhos carmesim, foi instantâneo sabe?Mas isso é história para outro momento, vamos voltar a algum "tempo" atrás.𝐹𝑙𝑎𝑠ℎ𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑜𝑛
–Era frio naquele dia, nevava bastante, as ruas estavam cheias de pessoas andando com pressa para trabalharem naquela manhã congelante, eu andava devagar com a cabeça baixa passando por aquela multidão segurando a pequena pasta de documentos que levava comigo.
Algumas pessoas esbarram em mim ou pisavam em meus pés, eu era tão tímido que não conseguia responder as desculpas ou os resmungos das pessoas quando isso acontecia, simplesmente queria me jogar de qualquer prédio existente nesse dia.
Não pensava que seria tão difícil ir um café, recentemente abriu um café perto de minha faculdade e me deu uma grande vontade de ir mas eu não pensava que seria tão ruim assim enfrentar essa multidão de pessoas enquanto caminhava!
Quando eu finalmente consegui chegar no café, eu fiquei encantado de como o lugar era fofo! O lugar era todo pintado de rosa pastel e azul pastel, as decorações era de animais como coelhos e gatinhos, tudo era muito fofo e bonito pelo menos era o que dava para ver pelas grandes janelas de vidro do lugar.
Tomei coragem e abri a porta do café naquele momento eu vi a minha vida quase evaporando do mapa!EU SIMPLESMENTE DERRUBEI ALGUÉM NO MOMENTO QUE EU ENTREI?!–M-Me desculpa, por favor! -Disse temeroso enquanto estendia minha mão para a pessoa em minha frente-
–Está tudo bem, eu não me machuquei! -Ele segurou minha mão e eu o ajudei a se levantar-
–Quando eu pude olhar para a pessoa a minha frente, eu fiquei hipnotizado por aqueles olhos carmesim em um instante, acho que fui tolo naquele momento mas acho que nunca me arrependi de o amar infelizmente.
–Bem já que nenhum de nos dois se machucou quer tomar um café? É por conta da casa já que você é o meu primeiro cliente do dia! -Disse ele me encarando e apontando para um banco perto do balcão de pedidos, fiquei meio chocado por saber que ele era o dono do lugar mas soltei um pequeno sorriso e concordei com a cabeça-
Ele me devolveu o sorriso e fomos para o balcão, ele foi para trás do balcão me preparar o café enquanto eu me sentava em um banco e colocava minha pasta de documentos em cima do balcão enorme.
Ele voltou com meu café em mãos e sentou do meu lado e disse:
–Me chamo Kaworu Nagisa e você?- Ele disse me colocando meu café em cima do balcão enquanto me estendia uma mão-
–Me chamo Shinji Ikari -Sorri e peguei em sua mão estendida e lhe dei um leve aperto-–Ali foi o começo de tudo, creio que fui muito ingênuo nesse dia mas não importa não mais.
Dali em diante começamos uma amizade, sempre que eu ia para a faculdade ou quando voltava eu passava no café de Kaworu, um dia específico ele me disse que fazia tortas de frutas vermelhas e que um dia eu teria que experimentar a sua sobremesa mais vendida do café.
Eu era tão inocente ao aceitar aquilo de alguém como ele, um dia aceitei provar a sua torta de frutas vermelhas tão famosa enquanto voltava da faculdade estava curioso de provar já que ele falava tanto daquela torta de frutas vermelhas.
Estava ansioso nunca tinha provado aquela torta mas sentia que seria maravilhosa como qualquer outro doce do café feito pelo Kaworu, quando ele me deu aquele prato com aquele pedaço generoso de torta senti um arrepio na nuca e um certo enjôo mas mesmo assim decidi comer para não decepcioná-lo, era realmente deliciosa como ele dizia mas tinha um leve gosto amargo a sua calda e uns pedaços frutas meio duros demais?Mas mesmo assim era deliciosa e com o tempo virou a minha favorita mas por algum eu sempre sentia um arrepio quando comia aquele torta.
Com o tempo percebi que algumas pessoas ao meu redor sumiam ou diziam ter se mudado desde que o café do Kaworu abriu mas não me importei.
Ali foi o meu primeiro erro, ignorar os sinais que a cada dia aumentavam mais ainda, Kaworu tinha uma certa implicância com uma amiga minha de infância Rei Ayanami mas eu pensava que era somente um ciúmes de amigos mas realmente era algo a mais...
Rei um dia sumiu e me mandou uma única mensagem dizendo que tinha se mudado para outra cidade e que iria terminar seu curso em outro lugar, chorei como um bebê porque não pude me despedir dela mas fiquei feliz por ela ter se mudado e parabenizei por sair desse lugar como ela tanto queria pelos os últimos anos.
Nesse dia Kaworu me enviou uma mensagem e disse para mim ir ao café que ele tinha feito minha torta preferida, estava chateado e realmente precisava de algo para me animar então porque não?Aceitei quase imediatamente, peguei um casaco e minhas chaves e fui para o café.
Como sempre Kaworu me recebeu bem, lhe contei o que havia acontecido e ele me deu um abraço apertado e disse que nunca me faria algo igual, depois de me dizer isso ele se separou de mim e me ofereceu sua famosa torta de frutas vermelhas.
A minha favorita torta de frutas vermelhas, com o tempo nossa amizade nos tornou ficantes "apaixonados" era o que eu achava até fazer uma amizade com uma garota do mesmo curso que o meu na faculdade.
Asuka Langley Soryu, ela era mandona e me insultava?Sim mas era uma amiga que eu podia contar depois da Rei que nunca mais me deu notícias, viramos amigos próximos e fazíamos até trabalhos juntos e com o tempo parece que isso causava um desconforto em Kaworu eu achava que era somente um desconforto por eu não estar passando mais tempo com ele.
Mas era tudo ao contrário não?Um dia fui no café enquanto voltava da faculdade, vi que estava com a placa fechado mas mesmo assim consegui entrar por causa que a porta estava somente encostada sem a chave.
Chamei Kaworu mas ele não apareceu então fui andando até atrás do balcão, quando abri a porta e me deparei com aquela cena eu congelei, Kaworu me olhava irritado segurando a cabeça decapitada de Asuka enquanto limpava com uma mão o sangue que escorria em seu rosto.–Shinji-kun hoje você chegou cedo!Estou ainda preparando a sua torta favorita, espere um pouquinho ok? -Ele me disse enquanto sua expressão de raiva sumia para uma sorridente-
–Quando eu ouvia aquela frase, eu quebrei e liguei todos os pontos, todos aqueles ao meu redor...Eu os devorei? Só ao me fazer aquela pergunta silenciosamente cai no chão enquanto vomitava e soluçava.
–Não chore Shinji, estou fazendo a sua torta favorita hoje e ficarei com você para sempre agora! -Ele parou de segurar a cabeça decapitada de Asuka e veio até mim e me deu um abraço apertado enquanto depositava um beijo em minha testa suavemente-
–Vai ser eu e você nessa sobremesa, como sempre. –Ele disse enquanto se levantava e trancava a porta da cozinha do café–
–Aqui ninguém vai ouvir nada, então não se preocupe Shinji-kun!𝐹𝑙𝑎𝑠ℎ𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑜𝑓𝑓
–Shinji Ikari coma logo antes que eu levante e afunde sua cabeça nesse prato. –Ele me dizia isso enquanto acariciava minha coleira com uma mão e outra segurava fortemente meus cabelos, ele sorria sádico enquanto me fazia olhar para a cabeça de uma mulher chamado Misato que teve o mesmo destino que as outras pessoas que tentaram me achar-
–Ele podia ser o diabo mas mesmo assim eu acho que vou amá-lo, afinal eu me apaixonei pelo mais puro diabo dos olhos carmesim.𝐹𝑖𝑚
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"𝐷𝑜𝑐𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑢𝑚𝑎 𝑡𝑜𝑟𝑡𝑎" -𝐾𝑎𝑤𝑜𝑠ℎ𝑖𝑛-
Terror-"Doce" era uma palavra que o definia, ele era doce como a sua famosa torta de frutas vermelhas. Era belo e doce, como eu não me enganaria por aquele ser dos olhos carmesim? Ele era da definição de quase uma pessoa "perfeita" mas aquilo era só uma f...