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Unidos por almas

A porta de metal se abrira com um leve empurrão. Jimin sentia as mãos tremendo levemente e a boca seca. O local era mal iluminado, mas o suficiente para distinguir os móveis e decorações. Tinham algumas mesas e pequenos sofás espalhados. Em formato circular, um palco, no centro do salão. Tinha uma barra longa de metal, onde Jimin julgou ser para apresentações mais quentes. De relance, viu alguém no minibar, e não tardou a ir lhe encontrar. Assim que o viu, a mulher abriu um gentil sorriso, segurando uma garrafa de champanhe. — Desculpe docinho, estamos fechados! Volte mais tarde, pela noite. Abrimos depois das onze! — E se escondeu, debaixo do balcão. Jimin se inclinou sobre ele, a procura da alfa. - Bem, eu não vim para isso... precisam de dançarinos, não é? — Sua voz era firme, mas por dentro choramingava. Jimin tinha uma presença potente e uma expressão mordaz. Uma perfeita máscara. Moldada para esconder o medo e receio que o assolavam.

Ela se levantou, em um salto. Com os olhos meio arregalados e as mãos espalmadas no mármore. Analisou o Park por alguns segundos, sorrindo novamente. — Perdão, mas pode esperar aqui por uns minutos? É que eu não sou a responsável por isso. — Jimin se acomodou no banquinho, endireitando a postura. Concordou, assentindo. A mulher saiu, meio as pressas, e sumiu em uma porta nos fundos. Jimin olhou ao redor, familiarizado com o tipo de lugar. Em Daegu, tinha o costume de frequentar aquele estilo de ambiente com os amigos. Lembranças daqueles tempos vieram em fleshes, enquanto levava uma goma a boca, sentindo o gosto doce de nada em específico. Gostava de mascar, ajudava a aliviar o estresse. Se questionou como estavam os amigos da cidade antiga. Não sentia exatamente saudades, nunca os considerou realmente amigos. Estavam mais para colegas. Eram pessoas fúteis – não que ele mesmo não fosse – mas suas ambições eram baixas e não faziam o estilo do ômega. Ele gostava de sonhar alto. Talvez alto demais.

— Docinho, este é Seojun, meu chefe - a alfa falou, apresentando o beta ao seu lado. Jimin se pôs de pé, curvando-se rapidamente. A alfa bonita voltou para trás do balcão, apenas os observando. — Então, por que uma coisinha bonitinha como você, quer trabalhar para mim? — perguntou, sentando-se ao seu lado. Um copo com whisky fora servido a ambos, mas diferente do moreno, Jimin recusou.

— Preciso de grana e uma amiga recomendou. Disse que paga bem - falou e ergueu os ombros. Seojun lhe olhou por cima dos cílios, como se o analisasse, e realmente estava. — As coisas funcionam diferentes aqui, docinho...

— Jimin - foi interrompido pelo loiro, que estourara uma bolha. — Certo, Jimin — abriu um sorriso sarcástico — aqui, quem paga o seu salário, são os clientes. Você dança, conversa, bebe com eles; os entretém... E, se gostarem, você recebe. Te dou, '75173,81 wons como um tipo de taxa fixa, mas o resto é com você. No ecstasy, o cliente é prioridade. Eles veem aqui para escapar da realidade. Relaxar e se divertir, e nós proporcionamos isso e mais um pouco. — O Park ponderou. A proposta era boa. Considerou sua aparência e personalidade. Enquanto seu rostinho bonito e pernas fortes chamavam a atenção, a língua afiada afugentava os interessados. Apesar do seu probleminha com alfas, por dinheiro, ele faria até mesmo o ômega submisso onde o único sonho era procriar. — Mas, se lucrar acima de '200463,49 wons eu fico com 30%.

— Eu quero — falou direto. O beta a sua frente bateu as mãos, virando o copo em seguida. — Ótimo! Você começa hoje! — Jimin elevou a sobrancelha direita. Era somente aquilo?

— Não vai querer me ver dançar ou me fazer assinar algo...? — perguntou realmente confuso. Seojun balançou a cabeça e se levantou. — Você mesmo disse que veio por recomendação, então não me importa se dança bem ou não. Só deixe meus fregueses contentes. Jieun vai te mostrar o lugar e explicar os horários direitinho, o que precisar passe para ela... E antes que eu me esqueça, aqui você não se chama Jimin, ômega. Procure outro nome. — O beta saiu, deixando o loiro para trás. Jimin tinha um vão na testa. Havia passado quase dois meses atrás de um emprego, e agora, de repente, conseguira um sem mais nem menos? A vida era um circo e ele era o palhaço com toda a certeza. Não um daqueles engraçados, mas o de piadas mórbidas em que as crianças riam por pena.

❛Toat  | ᵐᵍ + ʲʰ Onde histórias criam vida. Descubra agora