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Yin e Yang

A

mulher massageava o couro cabeludo com os dedos finos. Sua cabeça doía. Respirou fundo algumas vezes, tentando manter a calma e não dizer, ou fazer, algo que com toda certeza se arrependeria depois. Sunhee era paciente. Era uma mulher calma, e até certo ponto compreensiva, mas quando o assunto era os dois ômegas à sua frente, as coisas nem sempre eram de tal maneira. O Min e o Park, por vezes, pareciam gostar de testar seus limites.

— Mas o que diabos vocês tinham na cabeça?! — Seu tom era alto, e até um pouco incrédulo. Estava acostumada a lidar com as travessuras de Jimin desde muito novo, conhecia o filho bem e sabia que de santo ele não tinha muito, mas Yoongi? Yoongi não. O caçula nunca foi de dar trabalho, por isso estava surpresa. — Sabem o quanto eu precisei ouvir?! Todos os tipos de xingamentos e reclamações possíveis sobre vocês! E não pude dizer sequer um 'a' porque eu não tinha o direito!! — Gesticulava exageradamente, enquanto andava de um lado ao outro na pequena sala. Os dois acusados mantinham os olhos baixos, apesar de por motivos diferentes.

Yoongi e sua mãe cultivavam uma boa relação, com respeito, obediência e tolerância. Os ômegas se davam bem, mas isso não evitava desentendimentos, principalmente quando ambos eram iguais no quesito teimosia. Felizmente, as discussões não eram tão frequentes, pelo menos não tanto quanto nos últimos dias. Ver sua mãe triste lhe doía o peito, ainda mais quando sabia que o motivo era si próprio, por isso a culpa pesava no seu íntimo. Enquanto Jimin, sentia mais raiva a cada palavra da ômega mais velha. Oras, ela sequer lhe deu brechas para explicar, somente agarrou-os pelas orelhas e disparou a reclamar e gritar como se estivesse louca. — Jimin, eu entendo que não goste muito de alfas querido, mas bater em um...? Você perdeu a noção do juízo, ômega? — Voltou a sentar-se na cadeira, diminuindo o tom de voz e encarando os olhos do loiro, como se tentasse entendê-lo. Jimin tinha o rosto franzido, sua mãe falava como se a culpa fosse única e exclusivamente sua, o que não era. Veja, ele não era alucinado de sair por aí distribuindo socos e chutes a qualquer um, sempre tinha motivos, e daquela vez não foi diferente.

— Mas ele mereceu, mãe! — Yoongi disparou, em sua defesa e do primo.
— Silêncio, que eu ainda não cheguei em você — falou ríspida. Yoongi segurou o revirar de olhos, e cruzou o braço acima dos peitos, seus lábios dobraram em um beicinho, irritado. Sua mãe era tão teimosa, porque simplesmente não ignorava o acontecido? Os dois só estavam se defendendo!

— A senhora não ouviu o que ele disse! — falou Jimin, encarando a ômega. — Que 'coisaria nós dois, ao mesmo tempo, e perguntou quanto cobrávamos! — completou Yoongi, evitando falar a palavra feia que o alfa lhe dissera mais cedo. O caso é que ambos os loiros andavam tranquilamente no mercadinho do bairro, procurando algumas besteiras para comprar. Era domingo à tarde, e planejavam terminar o dia comendo doces e assistindo alguma porcaria genérica na tv, mas as coisas saíram do controle quando o novo atendente se aproximou dos dois, sussurrando besteiras e expelindo um feromônio enjoativo. — Por favor! Ele disse que só estava brincando, não precisavam o agredir por essa besteira! — Sunhee jogou a cabeça para trás. Ômegas jovens davam tanto trabalho.

— Besteira?! Ele tocou no Yoon! Aquele velho asqueroso! — Jimin elevou a voz, ficando de pé. No início, apenas ignoraram as coisas idiotas que o velho alfa ditava, mas no momento em que este levou as mãos sujas a cintura do Min, se aproximando e invadindo seu espaço pessoal, as coisas ficaram feias. Primeiro, Jimin lhe chutou os países baixos, e em seguida, Yoongi lhe acertou na cabeça com a primeira coisa que alcançou - uma garrafa de alguma bebida - e então saíram correndo de lá, direto para casa. Infelizmente, Sunhee chegou não muito depois, pela noite, soltando fumaça pelas narinas. O alfa batera em seu trabalho, cheio de reclamações. A família Min era meio conhecida por aquelas bandas, justamente por serem mais reclusos sobre suas vidas. As pessoas se perguntavam sobre muitas coisas; por que não havia um alfa? Por que uma das crianças tinha sobrenome diferente? O que tinha de errado com aquela senhora, que causava calafrios em qualquer um? E muito mais, por isso, não foi tão difícil encontrá-la.

❛Toat  | ᵐᵍ + ʲʰ Onde histórias criam vida. Descubra agora