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Prólogo

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Desde a grande epidemia que dizimou metade da população terrestre há milhares de séculos, os seres humanos deixaram de ser Homo sapiens e passaram a ser Lupus Hominis. A doença ficou conhecida como Demonögon, era altamente contagiosa e fatal. Dividia-se em três estágios; o primeiro era em qual os sintomas apareciam, normalmente quatro dias após o indivíduo ser infectado. Febre alta, delírios e comportamento agressivo se destacavam. Logo depois vinha o segundo; os ossos enfraqueciam ao ponto de quebrarem com uma simples caminhada, o coração acelerava chegando a 500bpm, além de sangue saindo por nariz, boca e ouvidos. O terceiro e ultimo estágio era o fatal; a derme necrosava e os músculos chegavam a ser visíveis. Por conta da dor ocular, os enfermos arrancavam os olhos com as próprias mãos, caso estes não se auto deteriorassem, e então, faleciam.

Depois de vários testes, incluindo em animais, os cientistas descobriram que o único meio de abolir a doença de vez, era unindo os genes de humanos e lobos, e assim aconteceu. No inicio, uma pequena porcentagem da população foi testada, estes que futuramente ficariam conhecidos como "precursores", os primeiros híbridos da história. Eram seres humanos fortes, velozes e autoritários. Viviam em grupos bem estruturados, e organizados; em total equilíbrio. Até, o infeliz momento, em que toda a massa populacional era formada por híbridos.

Fora um caos completo, a população entrou em colapso. Não sabiam lidar com os cios, feromônios, territorialismo e todo o resto. Mas, com o passar do tempo, adaptaram-se, e a sociedade foi dividida em classes e subclasses.

Alfas, betas e ômegas. Era assim que funcionava aquela pirâmide social. Com a expansão híbrida, muitos males e doenças extinguiram-se, entretanto, alguns costumes antiquados voltaram a tona, e o homem regrediu. Alfas mandavam em tudo, ômegas eram meros objetos sexuais e betas foram reduzidos a nada; eram insignificantes, já que estes pouco tinham de gene dos precusores, eram os que mais se assemelhavam aos homo sapiens. Estavam de volta a um tipo estranho de século XIX, onde os oprimidos ainda eram aqueles que reproduziam, iguais se relacionando era uma terrível lástima e, oh! Minha nossa! Você já está na casa dos 20 e continua solteiro?! Todavia, dessa vez, tinham carros, celulares, e camisinhas. A vida das pessoas era baseada em achar alguém para esposar. Alfas atrás de um ômega que pudesse carregar sua marca e copular, ômegas buscando um alfa para passar o resto de sua miserável existência - isso, claro, se já não nascesse comprometido - e betas ficavam entre os seus.

Porém, os seres estão em constante evolução, muitas coisas mudaram, e foi-se o tempo em que um alfa tinha em mente encontrar apenas um ômega para si.

Diversão. Essa passou a ser a finalidade deles. Festas, bebidas, um corpo diferente todas as noites. Estar conectado a um outro alguém por um longo prazo não era mais o propósito dos jovens atualmente. Muito pelo contrário, a maioria abominava ao menos a ideia. E Jung Hoseok não era diferente.

O alfa dormia tranquilamente em sua cama. Havia chego em casa por volta das cinco da manhã, fedendo a álcool, nicotina e ômegas. Após a pequena discussão que teve com seu progenitor, resolveu sair para limpar um pouco a mente, e nada melhor do que uma festa. Sendo assim, não poupou tempo. Arrumou-se e entrou na primeira boate que encontrou. Não se lembrava nem como conseguiu retornar para casa, de tão bêbado que estava. Acordou assustado com o barulho do despertador, sentiu a cabeça latejar e o estômago embrulhar. Levantou jurando para si mesmo que não beberia novamente, e se dirigiu ao banheiro, enfiando-se no box. A água morna entrou em contato com seu corpo, fazendo os músculos relaxarem.

Retornou ao quarto reparando no copo d'água e o pequeno comprimido na mesinha de cabeceira, depois de um pouco de relutância ingeriu o remediu. Odiava medicações. Vestiu apenas a blusa social com os primeiros botões abertos e a calça do uniforme, colocando a gravata preta de qualquer jeito (nunca soube arrumar aquilo), e desceu as longas escadas em direção a sala de jantar. Sentando-se a esquerda do pai.