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Distanciamento; aproximação


Taehyung apertou as mãos ao redor do volante de couro, e bufou. Encarou a fachada do restaurante através da janela do carro. Estava lá já fazia alguns minutos, tentando, de alguma forma, tomar coragem para adentrar no lugar renomado. O alfa não sabia ao menos por em palavras o quanto detestava aquelas malditas reuniões, até porque, eram sempre a mesma merda. Olhou o relógio em seu pulso, ótimo, já estava com 5 minutos de atraso.

A contra gosto, o loiro saiu do mustang e entrou no restaurante. Ainda na recepção, pode deslumbrar a mesa onde alfa e ômega ocupavam, e após entregar seu nome, se dirigiu até lá.

Taehyung já podia sentir sua cabeça latejar e o estomago embrulhar pela comida que enfiaria garganta adentro forçadamente durante aquele jantar. A conversação baixa dos outros presentes e o som do saxofone não passavam de um zumbido estranho, e a única coisa em que se concentrava, era o tintilar de suas botas no chão lustroso. Suspirou audivelmente antes de finalmente se juntar a suas mães e ao seu irmão caçula, que só agora pode perceber a presença. — Atrasado, Taehyung — fora a primeira coisa que Taeyeon, sua mãe alfa, lhe dissera, e ele se controlou para não revirar os olhos. Taehyung se obrigou a pôr seu melhor sorriso falso no rosto ao cumprimentar suas progenitoras. — Desculpe, omoni. — Foi cortes, e sentou-se, enfiando o rosto no cardápio, a procura de algo. — Já pedimos o seu prato, Taehyung, dakgalbi. — O Kim assentiu, mordendo o interior da bochecha. Mal havia chego e já não via a hora de ir para casa.

Veja bem, não é como se o alfa odiasse suas mães ou coisa do tipo. Amava elas acima de tudo, só não eram as melhores companhias do mundo. Kim Taeyeon era, incontestavelmente controladora, enquanto a ômega, Munhee era, da mesma altura, autoritária. E juntas, conseguiam sufocar Taehyung como um claustrofóbico numa caverna subterrânea. De um modo sincero, Taehyung sequer se sentia próximo delas como realmente deveria. Sequer fora criado por elas. Passou toda a sua infância e adolescência distante, e agora, no início da vida adulta, as coisas não estavam tão diferentes, por mais que ambas insistissem e tentassem agir de maneira contrária. Aquelas reuniões eram exatamente para aquilo; uma tentativa falha de continuar com as aparências de família perfeita, o que, definitivamente, não eram.

— Senti saudades, hyung — o ômega sorriu, olhando para cima a procura dos olhos do mais velho. Taehyung permitiu-se sorrir verdadeiramente por pelo menos uma vez naquela noite, infelizmente, seu sorriso morreu tão rápido quanto apareceu, graças ao comentário descabido de Munhee: — Deveria cortar seus cabelos, Taehyung. É espalhafatoso, deselegante. — falou, os olhos grudados em seu celular de última geração. — Sim, omma — respondeu, um suspiro entalado em sua garganta. O Kim se questionava se, em algum dia, sua mãe lhe olharia e não apontaria nada em sua aparência ou personalidade. Bem, com certeza, nunca.

A mesa mergulhou em um silêncio profundo e desconfortável, pelo menos para o jovem alfa, que, no entanto, nada fez para mudar tal situação. Era melhor um silêncio agonizante, a discussão que provavelmente se originária caso Taehyung iniciasse uma conversa, sobre qualquer assunto que fosse. Sem dúvidas, uma das mulheres arrumaria alguma problemática para a pauta. Colégio? Taehyung deveria se esforçar mais, alavancar suas notas. Abandonar os clubes e definitivamente entrar para o grêmio estudantil. Amizades? Puff, era perda de tempo. Amigos só serviam para te distraírem e te arrastarem para os problemas deles. Relacionamentos...? O quê? Taehyung continuava com aquela história tosca de se envolver com todas as classes? Não era porque queria atenção, que o alfa deveria envergonhar sua família. Ele nem mesmo estava a procura de um ômega descente para casar-se!

❛Toat  | ᵐᵍ + ʲʰ Onde histórias criam vida. Descubra agora