Capítulo 29

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Pedri me encarou como se não tivesse escutado o que eu havia dito. Ou como se não acreditasse que eu tinha mesmo dito aquilo.
Mas, quando o garoto estava prestes a dizer algo, engatei em uma crise de tosse que não faço ideia de onde saiu.

Minha garganta doía muito. Como se estivesse completamente inflamada. Meu corpo estava tremendo. Sentia até minha respiração falhar um pouco.

—Ei, está tudo bem mesmo?— Pedri questiona e toca em mim, porém afasta a mão, por reflexo, assim que ela toca em minha pele— Luana, você está meio quente!— Ele fala preocupado e eu franzo a testa— Vou ligar o aquecedor da casa. Talvez seja o frio!

Pedri corre até outro cômodo de sua casa e, quando volta, sinto o ambiente começar a esquentar.
Ele se senta novamente ao meu lado e leva sua mão, com muita cautela, até meu pescoço, como se pudesse medir minha febre.

Eu me sentia um pouco febril, mas não conseguia distinguir se era febre mesmo ou se eu apenas estava coberta com mais de mil casacos.
fechei os olhos por alguns segundos enquanto respirei fundo, tentando amenizar minha vontade de tossir.

—Talvez você precise de um chá!— Ele fala e eu abro os olhos para encara-lo— Ou uma sopa... Mas não sei fazer nenhum dos dois— Pedri acaba me arrancando uma risada, que, sem demora, se transforma em tosse— Vou ligar pra minha mãe!

—O quê? Não! Ela vai saber que estou aqui.— Digo encarando o garoto e ele franze a testa

—Mas ela já sabe.— Ele fala dando de ombros e eu ergo as sobrancelhas— Vou ligar e pedir que ela me ensine a fazer uma sopa!

Antes que eu pudesse protestar, Pedri sai rápido em direção a outro cômodo da casa e eu só o escuto novamente, minutos depois, quando ele está falando com sua mãe ao celular.
Não me esforço pra tentar entender o que ele fala.
Meu corpo começa a ficar pesado e minhas pálpebras ficam ameaçando se fechar como se estivesse a mais de uma semana sem dormir.

Quando Pedri desliga o telefone, ele volta pra onde estou e se abaixa em minha frente, me fazendo franzir a testa.

Talvez eu estivesse doente demais mesmo, pois a cena mudou completamente a química do meu cérebro.
Pedri esticou a mão até minha testa e eu fiquei o observando e pensando como em como era bom tê-lo por perto. Sempre que ele estava por perto eu me sentia tão tranquila, como se ele sugasse toda minha ansiedade.

O garoto sorriu pra mim quando percebeu que eu o estava encarando por muito tempo, mas eu não tinha forças suficientes em meu corpo para desviar o olhar. E eu nem queria isso, na verdade.

—Acho melhor você tirar esses casacos e eu te trazer uns cobertores!— Ele fala, de repente, e eu sorrio para o garoto— O que foi?

—Você fica bem assim.— Digo e sinto como se aquelas palavras não estivessem saindo de mim

—A febre está mais alta do que pensei.— Ele fala sorrindo e se levanta, indo em direção a algum outro cômodo

Quando o garoto volta, ele traz dois cobertores grossos e uma cartela de remédio. O mesmo remédio que compramos para o irmão dele, quando ele estava doente.
Pedri buscou um copo de água e me fez tomar o remédio, antes de começar a tirar minhas roupas.
Ele tirou dois dos casacos que eu estava usando e ajeitou uma parte do sofá para que eu me deitasse. Assim que encostei a cabeça no travesseiro, o garoto jogou um dos lençóis por cima de todo meu corpo e depois fez o mesmo com o outro.

Pedri veio para perto do meu rosto e tirou meus cabelos da frente de minha visão. A imagem dele estava perfeita em minha frente, sem nada atrapalhando. O garoto me encarava com uma preocupação estampada no rosto e eu não consegui deixar de sorrir.
Pedri estava mesmo preocupado comigo.

Treat you better- Pedri González Onde histórias criam vida. Descubra agora