Capítulo 2 - Helô na casa de Stênio.

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Hoje o cabaré abriu cedo, hein - Cena do dia 29/12/2022

Heloísa: 

Saio do elevador e dou de cara com Stenio saindo da casa dele. 

- Helôô! - Ele fala sorrindo, assim que paro na frente dele. 

Aproximo meu rosto até o dele deixando um beijo em sua bochecha. 

- Tava de saída? - Pergunto e em seguida entro no apartamento, sem nem mesmo ser convidada. 

- É, eu ia ver um cliente, mas ele pode esperar - Ele fecha a porta e vem atrás de mim - Não tem problema, pode ser uma outra hora. Porque cesse tudo que a antiga musa canta, porque o poder mais alto se levanta. 

Ignoro a cantada barata. 

- Esse cliente era o Moretti? - Pergunto passeando pelo apartamento

- Não, eu ia conversar com a Guida - Ele se aproxima de mim - Você soube do portão? 

- Uhum - Respondo

- Pois é, a coisa lá tá quente pra ambos os lados! - Ele coloca as mãos na cintura e me olha - Você como prima podia dar uma ajuda. - Aperto os olhos 

- Já ajudei, impedindo que ele fosse enquadrado na Maria da Penha, então - Levo a mão até seu queixo fazendo um carinho - Me agradeça

- Touché! Vinho ou Whisky? - Pergunta todo animadinho. 

- Sempre vinho. - Ele se vira, indo buscar o vinho e as taças. Começando a falar sobre o caso da Guida e Moretti. 

Caminhamos até a sala. 

- Presente de amor, não se devolve, né? Ainda mais um presente tão significativo - Falo me sentando no sofá - Ah também não vim aqui falar de amor. 

- Ah, você não veio falar de amor aqui, comigo? - Ele fala colocando o líquido na taça. 

- Anda vai, me dá esse copo. - Falo gesticulando com a mão, apressando-o. 

- Veio falar de que, então? Ah, réveillon, onde é que nós vamos passar o reveillon? - Ele me entrega a taça.

- Oi? - Me faço de desentendida. 

- Onde nós vamos passar o réveillon? - Ele aproxima o rosto do meu, quase colando em mim. 

- Eu ouvi "nós"? - Falo sorrindo e dou uma risada debochada. 

- Ah, Helô, não começa, vai. Um ano tão especial, nós nos reencontramos depois de tantos anos. 

- Não começa a tentar me convencer, Stenio. 

- Essas coisas todas que aconteceram...

- Não começa, aliás, a gente já comemorou muito esse ano, né? - Começo a enumerar - A gente já comemorou na tua volta, a gente já comemorou no natal. Aliás, esse ano, cá entre nós, a gente já comemorou muito mais do que a gente devia ter comemorado - Falo lembrando das recaídas na minha cama

Ele continua falando, enumerando inúmeros motivos para comemorarmos, passar o réveillon juntos. 

- Falando nisso, cadê aquele inquérito que você afanou, hein? - Pergunto e ele continua falando - STÊNIO - Grito e ganho sua atenção. - O inquérito que você afanou, aonde está?

- Eu? - Ele se faz de desentendido. 

- Foi você! E eu não vou sair daqui sem ele. Cadê?

Ele fica só parado me olhando. 

- Eu não sei nem o que te dizer! - Ele fala cruzando os braços e encostando no sofá. 

- Você sabe, sim. Você levanta daí e vai pegar esse inquérito que eu vou mandar devolver no arquivo pro juiz achar e é simples assim. 

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